30 de novembro de 2008

Fantasias na Corte

Era sexta, a noite acabara de começar e chovia incessante naquela terra de sol.
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O corpo cansado da rotina pedia descanso, mas o lance de reviver para ter o que contar falava mais alto. Vesti-me com a roupa mais bela que possuía - uma calça preta velha mantida por um suspensório, camisa vermelha surrada, uma gravata esquecida e meu chapéu de passeio - e no bolso carregava um botão de rosa, o que me transformava naquilo que queria ser, e naquele momento eu era um Prostituto Romântico.
Rumei para o castelo de verão de meu amigo Nando Boiadeiro, lá ao som de seu berrante encontrei outros convidados que já se faziam presentes no salão de dança. O Caipira Alan, Mirela Chapéuzinho Vermelho e a Camponesa Caroline se divertiam soltos, enquanto o incansável Roqueiro Cleiton se despejava ao som da hora (e foi assim, ligado a noite toda). A Gueixa Déia sorria discreta, Paula Tigresa instigava e curtia, enquanto a Odalisca Jana se derramava em palavras. Estavam também por lá Neto Pirata Louco, Igor Combatente Selva, e JP Bobo da Corte. A Mágica Tina entretia o público com sua alegria, e os peões Bocoio Kid e Éneas Jesse James do Hawai se misturavam na bagunça.
O pessoal se divertia enquanto outros ainda chegavam. Aterrissou com sua vassoura a encantadora Bruxa Cati, e logo após as outras paquitas chegaram, Mortiça Chelli, Carol Cowgirl, TiaZaine (ou Tiazinha Zaine) e a grande dama da noite, vinda dos contos de Sherazade, a nossa musa do ventre, Néia Deusa Árabe. As colegiais Jenne Rebelde e Otília Perigo ficaram lá até tarde, deixando as mamães preocupadas. A Médica Nailu foi convidada para caso alguém passasse mal, mas em seu leve striptease quase matou os garotos do coração, sorte, ou azar, do engravatado e desarrumado Sei-Lá-O-Que Mateus que chegou mais tarde e perdeu a perdição (rsrsrs). Por fim chegou San fantasiada de alguma coisa que me lembrava ela mesma, mas o importante foi a sua presença, pois ali estávamos comemorando o nosso encontro nesta vida, obra que o destino realizou para nossa satisfação.
Ao som diverso da boate particular os personagens se permitiam aproveitar a vida em trenzinhos, baixarias, rebolados e qualquer outro estilo de dança que seja possível imaginar. Éramos crianças maliciosas festejando o bom de estar junto, e o assunto que antes parecia triste aos poucos foi se tornando feliz. Aquela era uma festa de despedida, do ano que nos encerra com a alegria de mais um semestre concluído, e do nosso querido amigo Nando, a quem está reservado um futuro de sucesso e felicidade equivalente ao montante que ele merece, que vai por outros rumos buscar seus sonhos.
Amanhã nos encontraremos todos, agora fantasiados de nossas conquistas, com nossos rostos envelhecidos, mas felizes com a certeza de que estaremos sempre juntos na realização dessa amizade coletiva. Então, uma Viva à Vida!!!
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Percebi no fim da madrugada que os anjos choravam alegres ao ver nossa celebração.

24 de novembro de 2008

Menina do rio

Me encaminha um olhar distante que me desorienta em tuas tão fantásticas contradições. Paradoxalmente você se faz presente em minha rotina ordinária como um brilho intenso de sabedoria e ingenuidade. É um fenômeno natural sem controle e domesticável. É como se você fosse agora toda a beleza que emerge do rio de pedras preciosas dos rincões de nosso estado de alegria. Sinto o teu sonhar em minha fantasia, e cresço como um errante apaixonado.
Se teu superego é destaque pela impressionante racionalidade, coisa masculina que impregnada em tua imagem te fortalece em nosso mundo, o teu id tira qualquer chance de que você seja completa, ou ao menos normal. Quanto a emoção que me refiro, você não tem noção de tais ações que podes cometer, o que é preocupante e ao mesmo tempo adorável. Te imaginar sem as rédeas de teu mundo nas mãos é criar a imagem de uma mulher perdida em braços que a guie por outros rumos, onde as doutrinas e conceitos seriam abandonados e a certeza existente seria única, estaríamos dispostos a viver o intenso, ainda que breve.
Tua visão de lince deixaria o concreto de lado, e ao meu lado passearia pelas graciosidades abstratas da vida, onde o verso que nada quer dizer traria ao teu coração o sentimento do divino.
Você que me faz de menino seria também a minha criança. E na dança dessa nossa ilusão estaríamos entregues ao profano desejo de um amor infantil.
Agora, debaixo da noite chuvosa no forno urbano dessa cidade, me proporciono a sensação de que te quero Perséfone, mas só te vejo Héstia. Então que seja está a nossa sina: no coração de uma menina adormecida mora a fagulha dessa nossa paixão.
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"...nos teus olhos fundos é uma menina tão bonita de se ver."

23 de novembro de 2008

amor espelhado

Ando pensamentos longe de agora, naquela época em que te tinha do meu lado, sentado na orla pacífica do paraíso. Éramos apenas eu e você, ou você e eu, ou um nós que atado em versos perdidos quase que me fazia você de eu e eu de você em tempos instantes. Era como se o tempo nos mostrasse o que somos e fomos e seremos, sem a vergonha de revelar os erros.
Eu te amo e isso é como amar a mim. Pois eu vejo tanto do eu em você que chego a me assustar. Te admiro pela pessoa que és, e sei que nunca haverei de estar ao lado meu com tanta realidade. Você traz coisas que ainda não possuo pois o tempo não permite e a vida é diferente a cada ser que se apresenta. Mas busco me espelhar em teus defeitos para ser melhor em minhas qualidades.
Já pensei, e não me envergonho de dizer, que você pudesse não ser daqui, talvez um alíenigena perdido, pois este mundo não te merece por tamanha beleza e bondade que deixa a humanidade sobre o questionamento da possibilidade. Quero ser metade, e ao mesmo tempo não, de tudo que você é. Pois te trago todo meu amor, mas e o mundo que tu serves de nada lhe vale. Você não merece menos que a felicidade suprema. Teu jeito de anjo na terra só tem a ti projetado soluções alheias a tua necessidade de se encontrar completa no êxtase da alegria.
Um dia a de brilhar em teu sorriso a realidade do estar feliz, completo como você merece. Até lá vamos vivendo com as migalhas que o tempo nos oferece. E nesse dia quero eu estar próximo de ser o homem que te mereça como amigo, confidente e parceiro. Até lá vou sendo eu no meu estado de tempo. Então no futuro te encontro eu, e no passado você se encontra a mim.
E quando chegar o fim, que seja feliz como nos contos de fada.
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...e saiu sapatiando em seu refogado o aroma da beleza da vida. Era ele um eu.

No Show de Zéu


Neste sábado tive a ilustre oportunidade de assistir ao show do multi artista baiano Zéu Britto em seu solo sagrado, a infernal e poeril cidade de Jequié. Foi uma boa chance de me divertir com uma figura que naturalmente já é muito engraçada.
Desconsiderando que o violão teve alguns probleminhas durante o show, fato que fez ele utilizar da arte da improvisação muito bem,e que faltaram algumas músicas do seu repertório como "Amor de Folheado", o que menos contribuiu para o total êxtase foi a apatia do público que demonstrava não conhecer tanto o artista. Infelizmente a prata da casa não é muito valorizada, e tenho a triste impressão que excluindo a família e os fãs, em sua maioria jovens, do trabalho do Zéu, boa parte do público foi composta por curiosos que o viram no Programa do Jô.
Ainda e apesar disto, foi muito agradável vê-lo tão perto e tão irônico. Destaque especial para a entrega dos brindes eróticos, que nos proporcionou momentos incomuns em público (rsrsrs). Ele é um cara de arte, e a parte que lhe cabe nos instiga muito bem.
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Seja o meu lençol
O álito roça o dente,
o dente roça o pêlo,
O pêlo roça a pele,
a pele roça o corpo,
O corpo roça a alma
e a alma roça o mundo
E esse negócio de alma na alma é profundo
É o "tete no tete"...
Debaixo da Lua, da noite,
do Sol, da manhã,
da bomba Nuclear
Eu só quero um amor e um lençol...
O mundo pode acabar! (...)
Zéu Britto

21 de novembro de 2008

Reconto de fragmentos

Era tarde e tua voz me entristecia. Do outro lado do tempo me dizia palavras de desilusão. Não era para ser tão tarde, não era para ser agora, mas foi um certo equívoco que nos aprisiona na certeza desse amor.
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Ali já me via você de forma intensa entre teus braços de prisão. Não é o que quero lembrar, nem o que quero viver. Me desvio de teus laços e de teus encantos para não me sentir amarrado ao teu mundo. Mas sei que a culpa é de meu receio de estar no meio de uma nova relação. Assim termino a noite num sono incomodado.
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Antes te tive em meus braços, ainda que sem querer. Éramos nós naquela multidão e eu te protegia de ninguém. Sei que me sentia quente em tuas costas, e que tua mão pensava em me tocar, mas foi tudo tão de repente que a gente nem teve tempo de imaginar o que fazer. Fui segundos em teu calor até o rumo do meu mundo. Você se foi depois e não sei o que pensou.
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Encontro desavisado do destino em nossas rotas. Te vi belíssima como somente você é. Falei tão rápido e tão pouco, que meu instinto me avisou que perdi um bom tempo de te admirar. Você sorriu singela e a janela do céu me clareou. Era você minha boneca de porcelana, e eu não toquei.
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Deitei calado e ao lado de minha tartaruga dormi um sono inconstante.

19 de novembro de 2008

100tido

Acabo em mais uma madrugada só. Sem deusa, musa ou corpo quente que me aqueça. A beleza que procuro está longe de meus olhos e distante de meus braços. Na imagem que te tenho, os olhos de menina vendem a pureza virginal, e esse seu jeitinho desavisado de olhar deixa qualquer mortal crente em tal sentença. Mas o fato de me ter sido dado o privilégio de compartilhar momentos entre teus braços, sentindo teu corpo no meu, me traz a lembrança daquelas noites em que tudo que não nos havia era o medo de pecar.
Agora, quando a lua dorme atrás de nuvens turbulentas, meu corpo se contorce antecipando um sonho em que o meu mundo é o cantinho do prazer em que nós dois vamos nos encontrar. Deitado sobre o teu corpo despejado sobre uma superfície que me parece qualquer coisa de celestial, me entrego em tua faminta vontade de me ser. Ali somos dois pedaços humanos se abastecendo da luminosa essência vital de prazer. Eu sou você e o inverso é a realidade do sentir. Tudo em minha alma é o sentido leve de teu encanto sobre a minha.
Te agarro em meus segredos, te acaricio a boca e beijo, teu corpo todo sente meu tocar. Agora que já toda deliciada pelas mãos embrutecidas pela vida, e saboreada pela língua de palavras belas, me assumo no teu corpo. O tempo passa e não me entrego. Me renego a te largar. Teu sussurro faz tremer minha firmeza, e a beleza vem assim se instalar.
E quando vejo o sol sinto que me despejei num sonho lindo em que você me fez feliz. Acordo atordoado por não te ter ao lado. Mas sigo em sonho.
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.Um desejo de Adão no éden...

Elite Alfa

A alguns meses atrás estava eu me acostumando com essa cabeça raspada, com as atividades físicas que maltratavam meu velho sedentarismo e com a necessidade de me adaptar a pessoas de todos os cantos da Bahia. Agora, a um mês do fim de tudo isso, sinto uma intensa alegria e tristeza por vê se encerrar esta jornada de provação pessoal.
Agora trago no peito novas figuras que serão sempre queridas por ter contribuído de alguma forma para minha evolução. Sou um novo homem, e parte deste ser que sou é por culpa das minhas decisões e do apoio de pessoas tão especiais.
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Nas atividades, nas batalhas, nos traquejos, nas farras e resenhas nossa turma se torna única. É adorável odiar vocês. E mesmo que 'pessoas outras' pessem o oposto, a nossa Elite ALFA bota para f......
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É sempre bom viver o novo.

18 de novembro de 2008

Bona Dea

Caida do céu noturno sobre meus braços fracos, não imaginava que poderia entende-la, nem tê-la tão proxima, de modo que me fiz maior para ser o necessário. Das palavras retiro meus encantos e te ofereço modestamente meu culto. Sou ser de versos e letras que tem em ti um caminho discreto para onde ruma meu sorriso manso.
Ao século que se escreve nos ponteiros cansados de rotinas incessantes, vai a história fantástica dessa ilusão saborosa de querer chegar ao teu espaço celestial de novos sonhares. No céu as estrelas iluminam nossas noites mal dormidas, enquanto a vida é de toda sensação de liberdade momentânea. A felicidade da busca impossível faz a graça dessa ventura humana que me entrego.
Sou vida, e na escala do meu sonho desumano chego a tocar tua pele numa real demonstração de que essa força que me move tem também o seu valor. Brilhante vai meus olhos ao teu encontro, e quando o olimpo está a um passo de meu alucinar, retorno ao solo dessa lucubração.
Volto e te vejo passar ao longe, na curva da lua que espalha você em tudo...
...em mim.
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>>>>>>Sobre o altar, teu olhar encantado.


17 de novembro de 2008

Retalhos de Vênus

Abro os olhos para tua beleza angelical que destrona os deuses olímpicos sem o menor pudor, nem moderação. Teu olhar brilhante sobre a pele alva, teu falar criança que me acalma e deixa um vão de distração sobre o peito calejado. Leve como uma pluma pela noite plácida, vai teu sonho e vida que me encantou. História própria de um amor que poderia ser.
Fecho as mãos sobre as tuas numa ânsia minha de te afagar. Sussurro em teu ouvido o que me parece precisar entender. Mas de nada adianta te dizer se o que quero é que seja você numa forma sua de se querer feliz. Tua rubra pele e consciência nua de descrição natural, é tão quente e fria que não sabes onde vai se encontrar. É no teu desejo e loucura contida que há de habitar um mundo novo.
Deito teu rosto em meu colo como quem acaricia a fortaleza discreta com tamanha satisfação que me permito ir além do que devia. Tua incoluminável forma de se desvandar ao meu sentido, deixa perdido o meu controle pessoal. Escrevo curvas em meus destinos, e menino me sinto sem te revelar.
Tu que é de sempre em meu desejo, está no peito de um jeito eternizado, que mesmo enamorado da vida, ainda me habita você.
...
Costuro retalhos em meu universo.

16 de novembro de 2008

On...

Onde o teu sorriso resplandece em meu olhar é um bom lugar para ser teu belo abrigo. Mas sou teu amigo e as vezes teu amante, quando sei que está comigo és diferente de antes. Teus personagens se camuflam e se perdem dentro em ti. Mal se sabe quem agora está por vir.
Perdendo minhas mãos em teus cabelos e em teu corpo pequeno, minha pele encosta a tua e o suor que te tempera é o sal dessa mistura. Vai distante dessa idade a certeza que te segue, tua maturidade é somente anormal. Meu delírio infantil e desejo mais carnal se faz minúsculo quando perto do momento confidente em que me encontro em ti. Teu olhar de mansidão, teu jeitinho de menina, que me pede pra lembrá-la de não esquecer é tão particular que não imaginava viver tais situações.
Assisto teu andar desconcertado estando logo ao lado sem saber o que fazer. Vou na rua, em tua casa, em teu trabalho e em tua vida com carinho ao teu querer. Atendo o telefone. Desse lado o anjo dorme descarado, sonhando com você.
...
*Prosa poética.

15 de novembro de 2008

Viva ao Feriado!!!

A história conta que grandes homens em grandes momentos mudaram o curso da civilização. Vários desses homens foram eternizados e as datas de tais eventos foram guardadas em nosso calendário para que pudessemos lembra-los e comemorar.
Hoje porém eu me pergunto o que aconteceu nessa nossa data de folga, se ninguém se quer comenta algo sobre o fato. O comércio fechado, a rua vazia, o tempo se arrastando e o sol que não perdoa ninguém no mesmo lugar, a vida continua e o mais interessante e ligado a esta data tão importante foi um pergunta curiosa de uma civil um tanto quanto suspeita:
-Mas é feriado de quê hoje? É feriado de 7 de setembro?
??????????????????
(rsrsrsrsrs)
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Então assim, parabéns ao Deodoro e toda sua trupe aristocrata que tornaram o modo de governo deste país diferente. E muito mais parabéns (se isso é possível) ao gênio que tornou esta data em feriado.
VIVA AO FERIADO!!!!!!!!!!!

Art.12 do Manual p/ FELICIDADE

Em dezembro do ano passado criei meu manual para felicidade onde expressei um pouco do meu modo ver a vida. Passou-se quase um ano, e tenho certeza que fui muito bem inspirado ao criar o artigo 12.
Manual para Felicidade
Todos merecemos criar nosso futuro. Boa sorte pro mundo.
Eu já estou chegando.

13 de novembro de 2008

renascimento²


...sei que o meu coração tá batendo mais forte
porque você chegou.



*Iluminado - Vander Lee

12 de novembro de 2008

Por segundos de alegria

Não é bom lembrar do que não agrada, pois isso pode nos deixar infeliz. Porém se é para tirar lição das dores e recompor o comportamento, valerá a pena!!!
Passamos muito tempo da vida preocupados em realizar ações que temos a obrigação de cumprir, e se despender para isto é algo natural. Mas como nada é perfeito, é também tão natural que problemas, obstacúlos e falhas nos acometam. O que devemos pensar é naquele velho e fantástico provérbio Tibetano que diz:
"Se enfrentamos um problema que tem solução, não tem porque nos preocuparmos. Se enfrentamos um problema que não tem solução, de nada adianta nos preocuparmos."
Os dias e horas que nos empenhamos para tal realização, parece que foram por água abaixo. A fustração toma conta de nosso íntimo, e o mundo perde a cor diante de tamanha insatisfação. Mas tal fato vai nos ajudarem que? Como vamos nos recompor da tristeza expressando tristeza?
É de alegria que é feita a vida. Cada minuto dessa nossa passagem pelo planeta terra deve ser comemorado com júbilos intensos. E os que nos cercam não merecem menos que os nossos sorrisos, pois a felicidade sim deve ser expressada e disseminada.
O mundo é redondo. Andamos em círculos. Voltamos sempre ao mesmo lugar.
Um amigo sempre me dizia estas coisas, revelando nossa insignificancia cotidiana diante a grandiosidade da vida. Vamos aproveitar o bem que temos, pois o tempo é algo irrecuperável. Hoje, agora e apesar de tudo, é uma boa hora para ser feliz. Você merece!
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Um texto auto-ajuda para em quem melhor couber.

11 de novembro de 2008

Reengenharia Universal

Deus criou o homem, o bigbang criou o mundo
e tudo veio ao fundo do nosso ser dentro dessa inovação.
Agora erámos, mas não fomos mais.
Num bailar de ritmos distintos surgiu a mudança.
O tempo atrás serviu para que pudessemos nos reinventar,
nos recriar e nos discutir.
O mundo muda dentro e fora de mim numa intensa profusão de saberes.
Muda o saber, o ser, o signo e os paradigmas
e assim tentamos nos adaptar no novo que somos e temos.
Com medo ou não
a mudança vem por força ou satisfação;
e nesta corrida de inesperados e previsiveis sentimentos construídos
a nossa conduta de realização vai se vitalizando.
Sonhos e planos se transmutam em expectativas.
E como diria o pensador :
"Quando a gente muda, o mundo muda com a gente."
Mas antes mesmo que o mundo mude, é necessario o que pressente,
o que vê além e vai na frente
abrindo portas e guiando gente.
Quero ser o novo e mutável ser que anuncio,
estando junto ou sozinho.
Quero passar do agora de maneira diferente.
Nesse universo de carne e osso
vou bradar o novo colosso:
- Mude
ou se invente!

...
equipe adm. : lan, rol, mil, jp, sertão, mila e eu.

10 de novembro de 2008

Colhendo o bem

Relato de um fato agradável.
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Certa vez recebi uma oferta de carona que me levaria até porta de casa. Até aqui normal, não fosse o fato de que quem me oferecia tal privilégio vivia da tarefa de transportar pessoas, ou seja, era um sacrifício em nome da bondade. Mas devo confessar que não me senti bem, e ao fim da carona paguei aquela corrida.
O tempo passou, esqueci e vivia meu começo de dia naturalmente. Ao chegar aqui em Jequié pela manhã me sentia muito bem, caminhava em direção ao meu local de trabalho como faço todos os dias. Fone nos ouvidos, olhos distantes e um passo apressado. Eis que um moto-táxi para, e em meu comportamento comum recusei o préstimo alegando que pegaria uma carona mais a frente. Mas aquele cara não esqueceu, e me fez o favor de lembrar que nas contas dele eu já havia recusado uma carona, e que estava na hora dele me conceder uma nova.
Não sei como ele conseguiu gravar minha feição e nome em tão pouco tempo, mas sei que nada acontece em vão. Na hora em que subi na motocicleta começava a surgir um som bem intrigante em meus fones, era o Coldplay cantando Viva la Vida. Era um sinal.
A gente colhe respeito e gratidão quando menos espera, justamente por não esperar.
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Pequena passagem de tempo. Uma infinidade de reflexões. Um momento único.

9 de novembro de 2008

Cosmologia Pessoal

A magia está correndo por minhas mãos e eu não fiz nada para merecer. Na verdade não faço nada de anormal, tenho sim um binóculo especial que me permite ver além daquilo que de tão comum não é percebido. Todos somos seres tão previsíveis, mas tão crentes de nossas espetacularidades, que não acreditamos que uma leitura de nossos ensaios sejam de tão fácil realização.
Queremos um mundo melhor, um sonho feliz, alegria e felicidade constante, amor incondicional, tranquilidade e espaço, conforto e satisfação. Todos rumamos ao mesmo poço encantado. Lado a lado, sem perceber. Ser humano, animal pouco inteligente, com potencial auto-subestimado, que vive em determinado local do universo sem conciência de sua função. Quero imaginar que existe um ser completo, repleto de tudo a se encontrar, realizado em sua realização, quero imaginar também que foi possivel ver alguns segundos após esta auto-constatação, e gostaria muito de saber o que ele teria a dizer. Mas não existe ou já se foi.
Somos falhos, partes, por isso somamos, por isso nos unimos, nos amamos, nos separamos, nos adaptamos e nos recolhemos aos nossos esconderijos, pois é inevitável a ausência de algum desejo. Sou um ermitão na multidão do desespero, um pobre ser feliz de sua incompreensão. Não quero ser todo, não me é possível. Quero ser parcelas de eterna efemeridade feliz, de momentos de intensa profusão de mim, quero chegar no fim acreditando ser o começo.
Sai pó mágico do meu olhar, calor radioativo de minhas mãos e feitiços podres de minhas palavras, mas tudo o que faço é ser o que me permito ser. Sou eu, é o que lhe interessa saber. Meu verso, por mais que controverso, se explica na confusão.

8 de novembro de 2008

Novo eterno Amor

As lágrimas que derramo sobre o teclado não se definem se de alegria ou desespero, pois vejo o novo me cercando e o velho se distanciando amarrado a mim. Meus conceitos, convicções, planos, sonhos, são modificados por minha desumana incerteza que alvorece na sombra dessa alucinada paixão. Me encaminho para um horizonte distante do já conhecido.
Tuas palavras que me seduzem, teus verbos e adjetivos bem utilizados que destroem as chances de me reconstruir, são feitiços que não deveria ter ouvido. Agora não sei até onde pode ir meu corpo sem o coração. Meu pulsar é diferente, meu sentir é diferente, meu estar é referente ao teu contato. Meu tato ao te encontrar revitalece as células desse novo eterno amor. Quero me perder em teus encantos, mas por enquanto meu poder não me permite.
O meu amor envelhecido, mas amor, corre perigo ao não estar ocupando o seu lugar de direito. Eu sinto a falta de um beijo, um carinho, um colo. Sou um pobre anjo sem ninho que deixou de voar. Um pobre homem menino aprisionado ao solo. Meu consolo ainda é gostar do amor. E meu pecado é não te abandonar.
Quantas vezes meu peito irá bater forte nessa vida anunciando um novo amor? Quantas vezes meu olhar há de brilhar intensamente ao ver a morena que passa? Na massa eu sou mais um, mas em você eu sou o mundo. Me afundo no desejo, e do beijo busco fugir.
As noites passam vagarosas sem o perfumes das rosas ao vento. Escuto meu lamento que vai sem direção.
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"...sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus."
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Incorporação do momento anterior. Personagem distante. Um pouco de todos nós.

7 de novembro de 2008

antes do sono

Aproveitando essa hora incógnita que a mente devaneia sem receios, quandos os músculos e os estímulos cerebrais trabalham em desarcordo, e que ainda assim tendemos a ser um tanto quanto mais vicerais em nossas verdades, tenho algo a dizer sobre mim:
-Me perdi na esquina que me leva ao lugar onde estou. Não sei quando volto, com quem volto, nem o que restou. De certo tenho o peito calejado aberto e disposto a um novo ou velho amor. Quero me reinventar na arte de viver. E mesmo que você não entenda, muito obrigado a você!
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Pactos e juramentos noturnos deixados de lado, um mundo obscuro em claro e bom tom aos olhos imprecisos, tenho novamente o brilho do teu olhar em mim. Sorriso meigo e escandaloso, medroso do que sentir. Você escorrega no modo delicado de parecer normal. E tudo não andou o bastante para retroceder.
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Ouço sua voz macia que se declara do outro lado escondido do mundo. Já não dói tão fundo, mas ainda te sinto passar.
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E agora sua voz parece distante. Fingida. Mas é o disfarce na vida de quem sabe que eu sei como está. De pijama e já deitada, ela se deixa ninar.
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Meu corpo entregue nas garras do sono que me devora, não demora a se render. Mas ainda lá fora eu brinco torto em ti pra ser o que sonho quiser. Vou enamorando o teu sonhar. Me enamorando por estar em ti . Então eu perco o jogo ao me deitar.
...
Acordo dentro de mim ao lado seu.

Mariposa e borboleta

Você que me conhece mais que todo o mundo e melhor do que ninguém, que some e reaparece como um anjo enloucubrado; Você que me alucina e refrigera em uma busca incessante no caminho pelo fantástico e emblemático planeta eu, me refaz a cada novo olhar.
Quiça um dia estarei livre e morto sem teu brilho, mas terei sempre uma porção de pequenos encantos gravados pelos átomos que me compõe. Serei [...] intregue aos teus e meus desejos pelo futuro que for, até enquanto houver mariposas e borboletas a se encontrar.
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Haverá você ainda quando o sol raiar,
e amanhã talvez ele não vá embora.
Mas você irá sem ele.

5 de novembro de 2008

Filosidéificando...

Me encontro em mais uma noite na mesma praça, com uma nova personagem que de nada lembra a outra. E dessa vez o mundo é inversamente controverso. A noite é grata e nos brinda suave com seu silêncio, o que abusa na criativa existência de meus pensares.
Agora a minha figura se perde no ato de encarar a incerteza desconhecida e inesperada que se apresenta vibrante, e o que à assusta é justamente a possibilidade de que esse novo ângulo global lhe dê mais do que o desequilibrio pessoal de convicções. Um mundo antes todo amarrado e minuciosamente planejado se vê a deriva na dança do novo. É gostoso e apavorante se sentir renovado quando aquilo que recebe nossas preces e é a nossa fé deixa espaço para o que não sabemos ao certo até onde vai ou sequer o que é. Fecho os olhos pra perder de vista a visão desencontrada de minhas sensações. O que desta vez me instiga é a falsa invenção humana de plenitude na compreensão geral das coisas. Deixe-se embolar nos ármarios amontoados do tempo aqueles conceitos pré-concebidos que te foram vendidos no convívio social, e passa a experimentar o sabor revolucionário do que é o agora particular. Mas não seja tolo ao mensurar realização e consequência.
Retornando ao espaço mágico do universo paralelo, vejo brilhar no rosto suave da menina feita, o encantamento que me devora e destrona. Porém muito mais emblemático é o estado labiríntico em que a mesma se encontra. Em determinadas circunstâncias é mais dificil se perder do que se encontrar.
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- E quando ela olhou para mim... , eu sabia!
Mas foi melhor aprender tudo de novo. Uma nova maneira de me ser, surgiu do teu olhar.
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Abrir mão do jogo ganho para apostar no seu desejo é tarefa de mártir e divino santo. Estou bem longe da minha realidade, construindo maneiras e sonhando a vontade. Amanhã refaço meu papel.
Até me encontrar no que sou.

depois de ontem

Os olhos que não se cruzam discretos e curiosos; O jeito sem graça de falar o que pensa que cria uma redoma de silêncio sobre nosso andar; O modo disconfiado que encosta tua pele em minha boca; O tempo distante e alheio que não se prende a nada.
Estou aprisionado em minha torre de marfim.
Mas tudo há de se encontrar na fragância das palavras. Antes que te nasça o medo de me encarar, estando eu em teus sonhos e em teus pensamentos diurnos, incomodando teu viver comum, serei suficientimente eu, do jeito que tu me vê e, do jeito que sabes, sou. Irás ouvir o que sabes que queres que eu diga e tudo retornará a um novo e velho conhecido pôr do sol. Você estará abrigada e guardada de mim...
...em mim.


*texto inexplicável e necessário.

3 de novembro de 2008

O que você quer?

Está certo que você não precisa dizer tudo o que pensa, mas daí a querer saber o que tenho pra te oferecer, é muito complicado. Somos um montante de sensações, emoções, desejos, ..., e isso resplandece em nosso ser. Contudo nem sempre o que se quer pode vir a tona nessa imensidão de contatos, compromissos, sonhos, projetos e eteceteras tais que nos alimentam rotineiramente.
Certo de que tenho a oferecer o que for pedido, em doses homeopáticas sabiamente, posso então estar tranquilo para perguntar : - E o que você quer?
Diante de experiências durante toda a vida nos perguntamos várias vezes o que é correto ou não, o que posso ou não, o que devo ou não, o que é verdade ou não, mas nunca dizemos a nós mesmo o que queremos com vontade suficiente para realizar. Pior! Nunca dizemos ao outro a verdade que nos habita. Ser refém do pensamento alheio é uma decisão complicada, mas viver sem possuir o objeto da vontade ou omitir uma sensação momentânea e feliz por receios é frustrante.
Sabendo da sua vontade de me dizer algo que não sei, nem fazendo questão de deduzir, para não estragar a surpresa, eu me coloco a disposição para ouvir a tua sinceridade. Quando você precisar estarei teu amigo, teu conhecido, teu amante, teu colega, teu futuro, ou qualquer outra coisa que me instigues a ser. Desde já tenha minha gratidão de compartilhar momentos reais e intensos, repletos de respeito, admiração e tudo mais.
Porém eu nunca vou saber ao certo, o que você quer. Por que o querer é seu, mas a intimidação sou eu. Tenha meu beijo, durma em paz e saiba que amanhã é um novo dia cheio de oportunidades, mas nada será como antes amanhã.
...
Então na ânsia de ser ao máximo sincero, quero saber de você:
- E agora, o que você quer de mim?
E eu mesmo te respondo do outro lado:
- Quero sonhar uma nova realidade.


...
* um mês antes do previsto por motivo de inquietação.

1 de novembro de 2008

Última Etapa

Já disse em meus discursos do meu conceito tranquilo e prático sobre a morte - última etapa da vida. Não tenho planos, nem faço projetos... Mas, porém, contudo e todavia, devo aos meus caros leitores a reflexão sobre a efemeridade da vida. Pior do que morrer é não saber fazer uso da vida.
Amanhecemos em nossos anseios rotineiros e esquecemos das proezas que estamos realizando ao sobreviver dia-a-dia. Meus caros, não se assombrem com notícias infelizes sobre o cumprimento de uma etapa terrestre finalizada surpreendentemente por meio de atos fúteis. A gente acredita que nunca seremos atingidos pelo raio da dor, mas somos iguais e temos as mesmas possibilidades. Não quero com isso que percam tempo tentando se proteger em atitudes medrosas das atividades que a vida nos oferece, porém quero ressaltar a oportunidade que temos de viver esse minuto o mais intensamente possível. Devemos acreditar que a vida seja eterna, e que cada minuto ainda assim seja o último.
(Um pai de família sai de casa, beija a mulher e se despede da filha. No dia seguinte sobre seu túmulo, a vida já não é a mesma.)
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Verdade incontestável : "Para morrer basta estar vivo!"