25 de dezembro de 2008

- Até um novo tempo.

Desculpem-me a ausência futura, estarei por ai, vagando. Um dia com mais cautela estarei de novo a me mostrar ou a fingir. Agora é o fim de um ano sem lembranças. Boas festas, bons trabalhos e sonhos para mantê-los.
O inverso me abate.
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...numa parede branca vai caber um novo quadro.
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FORA do AR
por tempo indeterminado

22 de dezembro de 2008

O Porre

Chegou acabado da noite inteminável. Eram seis da manhã e o sol invadia o quarto como o proprietário. No rosto o retrato de uma noite alucinada.
Deitou-se e dormiu.
Oito e trinta daquela mesma manhã levanta ressaltado com o barulho na rua e um incomodo na barriga. Vai até o banheiro e vômita metade do que tinha bebido e comido, mas não adianta. Faz sua mala, pega o ônibus (a janela aberta e a brisa matinal) e corre pra casa.
Aquele seria um fim de semana dificil.







a kbça não tem folga.

19 de dezembro de 2008

Fim e novo começo

Hoje é o último dia desta história que se iniciou numa necessidade de responsabilidade e sustentação de um sonho juvenil. Dois anos atrás eu me inscrevia num concurso afim de conquistar um emprego que me desse segurança e condições de realizar meus projetos. Meus sonhos mudaram porque minha vida mudou, mas passei por esta etapa conflitante de valores e pensamentos para que tivesse a condição de mostrar minha capacidade de superação a mim. Eu me provei e cheguei aqui cheio de novas lições.
Depois de oito meses de um rotina incomum ao que já tinha vivido, tenho agora meus últimos minutos de aluno. Fui aprender a ser soldado e saí mais humano do que já era. Graças as relações de amizade criadas entres os traquejos e as aulas; graças a cada brincadeira engraçada e por vezes idiotas de meus companheiros; graças as angustias pessoais, e os medos, e todos os momentos de coletividade solitária, e o inverso; e principalmente graças a figura de um Capitão que tem no peito um coração maior do que a poesia pode fantasiar.
Lembro-me do primeiro dia e vejo refletir no inconsciente a imagem de um olhar assustado com vontade de abandonar tudo e voltar pra casa, esse olhar de agora é outro, ele brilha em lágrimas contidas por saber que ficarão lembranças de pessoas que serão sempre importantes na construção de nossos destinos. Conheci diversos pedaços da Bahia em pessoas que tem no sangue a confirmação daquela máxima nordestina, pois sei agora que 'antes de tudo somos fortes'.
Vamos aos nossos mundos, realizar feitos, cumprir missões e buscar o nosso pedaço de paraíso na terra, pois merecemos. Deixo minha calça jeans desgastada e minhas blusas brancas no armário, meu tênis preto já furado vai ao seu descanso, à partir de agora sou um cidadão com maiores responsabilidades.
Fiz amigos, e disso não abro mão. Trarei sempre comigo suas feições e seus segredos, suas alegrias e angustia, e a certeza de que mesmos distantes ou desencontrados posso contar com eles, e que eles tem também está certeza.
Termino meu pequeno ciclo iniciando uma nova jornada. Que a sorte nos acompanhe e a conhecimento nos guie. O caminho estará iluminado.
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2008/Elite Alfa
e + 123 novos destinos...

18 de dezembro de 2008

A perda

Se existe um sentimento que toma as nossas forças e orientações, que nos torna minúsculos e impotentes, esse sentimento é o da perda. Não conheço nada pior do que você se vê num turbilhão de acontecimentos importantes e negativos, e apesar de saber que é preciso ter controle, não tem condições de enfrentar a dor. Normalmente a perda nos mostra a fragilidade humana, e a como nossa passagem é temporal. A perda nos mostra o pior, e abre a porta para novas sensações que serão eternas.
A saudade que agora é intensa e nos machuca tanto, será o ensejo de lembranças magnificas. A desorientação será repentina, o que se segue é o raciocínio lógico de que ações devem ser tomadas. A coragem passa a vigorar em nossas atitudes, pois entendemos que nosso tempo é curto e temos pressa em ser feliz. O mundo se abre em leques tristes para que possamos enxergar a realidade. E a mais construtiva das possibilidades: os sentimentos antes reprimidos vêm a tona em uma ânsia incontrolável para emergir.
Infelizmente uma perda não se recupera, nada volta a ser como foi. Porém ela aduba o solo de nossas vidas para que possamos seguir em frente rumo aos sonhos e desejos de felicidade.
Afinal, aqueles que se vão de nossas rotinas permanecem em nossos corações. E quem mais do que estes desejavam a nossa plenitude, o nosso bem-querer, a felicidade impregnada em nossa face?
A única coisa que devemos ter como compromisso para com os que se foram é buscar nosso nirvana, o nosso Olimpo. E que onde quer que estes estejam, que a paz os acompanhe. E que a nossa vida siga em paz.
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Hoje um amigo-colega-companheiro-de-república teve sua perda, vive um momento doloroso. Mas fiel como é, tenho a certeza de que o destino que o foi reservado traz muitas alegrias, e hoje é um dia que amanhã trará a saudade de momentos fabulosos. Que Deus o ilumine, e saiba que estarei sempre aqui pronto a te ajudar na busca por sua felicidade. E você vai conquistá-la.
Eu Creio.

17 de dezembro de 2008

De noite

Estalo meu pescoço travado de um dia cansativo. Meus dedos já passaram por essa secção de tortura necessária particular. Após o banho me preparo para que o sono encontre-me e me deixe distante de tudo. Respondo meus recados, faço minhas rápidas ligações e encerro os costumes da rotina. No orkut a sorte do dia me diz que 'o amor conquista tudo', e como na palavra tudo cabem universos infinitos, então a carga da oração é gigantesca. Eu acredito no amor, nos amores, nas possibilidades e principalmente que cada um tem o direito de interpreta-la como quiser.
Eu vejo a noite me consumir...
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Todo guerreiro tem suas fraquezas. Mas é o desafio que cria heróis.
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Tenha uma boa Noite!

De manhã

Acordo ainda com o gosto do vinho em minha boca, as imagens coloridas das cartas em minha visão desfocada e a sensação que alguma coisa não me vai bem. Tenho um dia inteiro pela frente, a minha mente processa informações úteis ao dia e meu coração se aperta na certeza de que ondas turbulentas vão varrer a praia.
Hoje é mais um dia a ser vencido...
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Cada batalha é uma etapa de construção. Farei-me outro na maresia.
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Tenha um bom Dia!

15 de dezembro de 2008

God is...(Ser/Estar)

Não sou miserável. O que me habita é divino. Apenas tenho uma visão particular do que me é e está.
Sou fruto, planta e adubo
- todas as composições e fases;
Sou pé, estrada e vontade
- todos os roteiros e mapas;
Sou ínicio, meio e fim
- todas as certezas e contradições;
Sou eu, você e ninguém
- o restante é reticência...





"É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar..."



*Liberadde- Marcelo Camelo

14 de dezembro de 2008

Havia uma árvore...

Em frente àquele estacionamento gigante e vazio, entre a sequidão cinza da cidade e o amarelo descontente de um rio, há uma casa de cor rubra desgastada, onde conta-se uma história encantada de dores e reconstruções. De todo ser têm-se uma epopéia, mas da tua aventura tenho um bom motivo para estar feliz.
Uma menina formada de convicções e descobertas habita este recanto, leva consigo marcas e deixa no tempo a farta certeza de que a força é encontrada nas deselegâncias do destino. Lembro-me do eu menino e das minhas angustias infundadas, quando ao primeiro desencontro com o sorriso me via perdido na escuridão das incertezas. Eu tinha medo, e isso me limitava.
Haveremos todos de sermos felizes, essa é uma condição oferecida a todo e qualquer humanóide. A dor vai nos encontrar em várias esquinas desta jornada, mas nada há de destruir o meu sorriso, e ainda que impreciso ele há de se expressar. A saudade bate no peito, o efeito do medo dói na barriga, mas o tempo vai me levar ao meu destino feliz.
A vida é contada a partir dos bons momentos.
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E ela me disse que ali em frente havia uma árvore.
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"- E se amar, se amar até o fim..."
*Conversa de Botas Batidas - Los Hermanos

12 de dezembro de 2008

Conto de verão - II

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Aquela algazarra juvenil se deslocava pela alta madrugada na Praia da Pedra Vermelha, todos muito euforicos em suas investidas pessoais. O dia ameaçava nascer e o alcool aparentava acabar. Eis que no primeiro raio da alvorada um brilho no mar chama a atenção da turma.
Uma cesta surfando pequenas marolas se apresenta como um presente dos deuses, trazendo em seu leito algumas garrafas de Whisky e Rum, o combustível perfeito para que a farra se estendesse ainda mais. Aqueles garotos já tropegos se esbaldavam em suas alucinações etilicas. Foram a atração daquele recanto até que suas forças se esgotassem, lá pelas três da tarde.
Acordaram cinco dias após o ocorrido no Hospital Geral da Costa dos Coqueiros. Em suas lembranças haviam apenas resquicios de uma certa cesta com bebidas, alguns ramos de flores e bolinhos que pareciam acarajés. Diziam a esta altura, curtindo uma ressaca gigantesca, que o aquilo era obra do demônio.
O médico atendente sabiamente registrou no prontuário:
"Na alegria todo mundo quer mamar nas tetas do divino, mas depois da merda feita sai falando que caiu de boca foi na porra do diabo."
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Um conto sobre a inconsequência e o irreal.

11 de dezembro de 2008

Questão de dívida

Eu sou bom em promessas. Sempre que posso prometo, nem sempre cumpro (Não acreditem, isso é uma brincadeira particular), mas mantenho-me bem do jeito que dá. A última promessa que fiz foi meio que inusitada, mas ainda assim venho aqui cumpri-la.
Tenho uma doce amiga, a quem estimo muito, que possui um nome que aparentemente é um pouco velho. Não é um nome moderno, ao menos quando o ouvia antes de conhecê-la dificilmente associava a uma garota de vinte anos. Em uma dessas tantas conversas agradáveis que tive com ela, estava tentando convencê-la de que seu nome incomum soava estranho aos nossos ouvidos, e mostrei que tantos outros nomes femininos já foram cantados, ou eternizados em versos, mas que do seu eu não tinha conhecimento. Então ela me pediu uma música e eu prometi os meus versos.
Então sem melodia que possa defini-la - penso em algo como um samba/valsa/forró/tecno - , ai vai uma prévia:

Vou Cantar Otília

Menina sapeca que parece a boneca enfeitada
leva os sorrisos do mundo e os olhos desnudos na sina
Essa levada da breca, desliza na noite encantada
tem um pensar tão profundo e a beleza que a vida ensina
Brinca de ser a criança, mas mostra na dança que é nada!?
Tenho o prazer de cantar e sonhar com essa doce menina.

Já cantaram Isabel, já cantaram Mariana,
Já cantaram Carolina, e também cantaram Ana
Já cantaram até Cecília.
E a meiga da Otília que é pessoa tão bacana
não cantaram ainda.

Então:
Vou te cantar doce Otília
musa dos versos de bula
vou te mostrar maravilhas
na dança dos sonhos
vive nossa aventura.
[Vou te tirar dessa ilha
ou me perder no oceano
pra te ter na ventura
mergulhar na doçura
só pra vê se te ganho.]

Moça magrela que é ela dama do vento bravio
que tem um jeito discreto de amanhã colorido no rosto
dona de força tamanha e gênio confuso, tem brio
tem o orvalho no cheiro e o sabor de desejo no gosto.
Essa mulher me encanta em sua mudança - eu rio!
Sei que é divina na hora de viver a aurora do oposto.

Já cantaram Bárbara, já cantaram Conceição
Já cantaram Madalena, e até Maria João
Cantaram também Marília.
E a doce da Otília que toma meu coração,
Vou cantar agora.
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10 de dezembro de 2008

Liberdade Coletiva

Estamos a um passo de encontrar a liberdade deste estado de aluno e vivemos ansiosos nesta espera. Hoje, a uma semana do fim, vendo o sol brilhar intenso num céu livre de nuvens, tivemos a experiência desgastante da frustração de expectativas (isto todos). Porém o mais interessante é que crendo que nada nos acometeria de mais grave, tivemos a singela surpresa de um impedimento on line, ou melhor dizendo, uma prisão (isso alguns). Teríamos que ficar enclausurados no quartel até o próximo domingo.
Eu e meus nove colegas - um sumiu em seu beta1000 - sofríamos a incerteza quanto a possibilidade de diminuir ou não cumprir a pena, já que de certa forma não tínhamos motivos para viver essa angustia. Estávamos na noite, ainda sujos do dia, esperando alguma bênção cair. Eis que um santo Sargento vendo nossa tristeza, um tanto quanto fajuta, conseguiu nossa alforria.
Porém este post não tem o intuito de revelar detalhes da rotina militar, mas sim revelar o quão alegre podem ser aqueles que se permitem viver o gostoso da vida que é o compartilhar, ainda que seja a agonia. Meus amigos e eu estávamos nos divertindo com nossa própria miséria, já nem lembrávamos da nossa cadeia. Tudo fica mais bonito a que se destina a sorrir. Um certo filósofo baixinho diz que "no bom todo mundo é bom, mas no ruim é que o bom se revela", não é lá frase tão impressionante, mas tem o seu valor e a sua veracidade. É muito bom estar livre, mas não foi ruim estar bem acompanhado naquele espaço de tempo.
Boas lembranças da prisão....

9 de dezembro de 2008

Conto de verão

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Saiu do mar revolto em seu traje de banho ousado. Trazia nas costas uma tatuagem exótica que lhe transformava no personagem mais instigante daquela praia. Seus músculos trabalhados saltavam discretamente aos olhos das garotas que ali estavam. Não havia outro macho. Ele era o rei e ninguém podia enfrenta-lo.
Subiu da areia ao gramado rasteiro que completava a paisagem dos coqueiros locais. Limpou os pés e calçou suas havaianas vermelhas. As mulheres babavam na sua presença. Era um deus, talvez Adónis. Todas as fêmeas se insinuavam, deixando seus corpos à mostra.
Um amigo lhe chegou, igualmente lindo. Trazia seus óculos escuros e uma alegria que se via no olhar. Colocou seus óculos sobre o cabelo, beijou seu namorado e rumou para seu destino.
Era terça-feira, 9:30h da manhã, e chuviscava ao sol na Costa dos Coqueiros.
...
...
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Um conto sobre a ironia moderna.

8 de dezembro de 2008

Um momento - agora.

Agora a porta do universo divide os espaços.
De um lado eu, do outro...

-Não quero me prolongar!
...



-!?-



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"Up on a hill is where we begin
This little story a long time ago
Stop to pretend, stop pretending
It seems this game is simply never-ending

Oh, in the sun, sun having fun

It's in my blood

I just can't help it
Don't want you here right now
Let me go, oh, let me g-g-g-g-g-g-go
..."
*the modern age - the strokes

7 de dezembro de 2008

0º - (reviver)

A alguns anos atrás tive a sorte de conhecer um homem. Esse homem era meu professor de física, e devia ser um ano mais velho que eu. Era um menino também. A gente já se conhecia na verdade, mas o tempo nos afastou um pouco. Hoje ele é meu irmão por escolha e pelo destino.
Ele é o velhinho a quem me refiro abaixo.
Tivemos bons momentos juntos naquela juventude enloucubrada que ainda nos rodeia. Formamos uma banda, sendo que só ele toca e canta - eu sou desafinado e sem dotes instrumentais - e ainda compõe as mais belas músicas (ao menos na minha opinião).
Esse é um homem a quem não tenho vergonha de dizer Te Amo.
Ai vai a nossa primeira criação juntos. (ingênua, singela e apaixonada)
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OUTRO AMOR
(Rafhael A. / Gustavo Vaz)
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Voa ao léu
Teu pobre coração.
Nas cifras da canção,
Uma dor
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Buscam no céu
Meus olhos, teus escravos,
Perdidos no espaço
O amor
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Vivo segundos sem paz
E meu mundo é jamais
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Vai, sonho ateu,
Buscar entre as estrelas
A deusa, vem trazê-la.
Para o chão
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Diz olhos meus,
Que nada é verdade
Há sim felicidade,
ilusão
.
Vivo segundos sem paz
E meu mundo é jamais
.
Espero a resposta
Que você me prometeu
E com isso vivo um sonho
De sonhar um beijo seu
...


Encontrou sua resposta...

6 de dezembro de 2008

o Velhinho e o Soll

Hoje um amigo muito importante (um irmão) vai se encontrar com o astro principal desta galáxia no laço emblemático do matrimonio. Será ele um homem casado com a dádiva do amor. Queria eu poder dizer coisas incríveis, mas acredito que tudo o que posso dizer a esta parte importante de mim, é o seguinte:
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"Haverá um brilho intenso quando você se deitar,
e deitado cá eu penso que você deve encontrar
o que procura, uma aventura gostosa de viver.
Sonho minha vida, torço por você e a noite, enfim, nos cai.
Vai nesse horizonte buscar tua alegria
como um menino que dá vida à fantasia
e se embebeda na instância desse amor.
Seja aondo ir ou mesmo como for,
haverá um brilho aqui refletindo teu encanto.
E hoje amigo o pranto que desata em minha face
é por teu enlace,
é por vê você feliz.
...
Algo me diz que isso vai durar.
Então, que seja eterno..."
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< >
O Velhinho, renovado em seu intenso sentimento, beija o Soll nesse Dezembro de verão sem usar o filtro-solar. Vai ter insolação.

5 de dezembro de 2008

Colega de Quarto

Eu moro numa república, ainda anônima, junto com quatro amigos de outros rumos. Nossa casa tem dois quartos, uma sala, uma salinha do computador, uma cozinha e uma garagem. São dois rapazes num quarto, duas garotas no outro quarto... e eu na garagem.
É aqui em meu cantinho, no meu colchão estacionado, que tenho minhas reflexões rotineiras. Meu mundo intenso e complexo se deita na mansidão desse espaço. Além de umas caixas vazias, de minha bagunça pessoal e do material do curso, tenho que dividir meu espaço com um colega, um tanto quanto, especial.
Em seu pedaço de garagem ele constrói uma casa, vai e volta nesta sua produção independente. Sempre só vai vivendo seu sonho. Tem dias que quase não o vejo - talvez esteja trabalhando fora ou quem sabe descansando. Na maioria das vezes o vejo chegando cheio de novidades, mas como ele é discreto, vai logo se esconder em sua construção. A cada dia que passa sua casa fica maior. Já estou até com medo de que aquilo venha a desabar em minha cabeça, mas não vou destruir obra de tanto esforço e empenho.
Fico imaginando se eu vou conseguir um dia ser como ele, sabe!?
Assim, sozinho.
Ele já tem seu canto no mundo, conquista suas próprias coisas, parece estar sempre bem, nunca incomoda ninguém, sempre lá em sua busca pessoal, todo faceiro e simpático. Mas só. Bom, mas quem sou eu pra dizer se é certo ou errado, ou se isso faz diferença pra ele?. Eu não tenho nada a ver com isso, e devo me portar com ele da mesma maneira que ele se porta comigo, com respeito e discrição.
Hoje eu penso em viver um futuro um pouco egoísta, um pouco sozinho. Quero ter meu castelo, minha carruagem, minhas aventuras amorosas e quem sabe até um herdeiro, mas quero fazer isso sozinho. Eu quero escolher a cor das paredes e dos pratos de porcelana. Quero ter minha vida nas mãos e não quero dividi-la. Talvez seja burrice minha, mas é um pensamento válido, pois só quem pode nos fazer feliz somos nós mesmos. E quem melhor do que eu para saber o que me trará felicidade?
Meu colega de quarto é um inseto voador, ele tem sua casa de barro na fiação da lâmpada. Talvez eu o convide pra morar comigo.
Talvez...

4 de dezembro de 2008

E ainda chove...

Enquanto o céu desaba sobre o verde repentino que cobre o campo, eu no meu canto coberto vejo as gotas salgadas de uma chuva interna derramarem-se sobre o colchão que outrora me acolhia em sonhos fantásticos. Era eu uma peça celeste do quebra-cabeça vida, e ia tudo de maneira tão irregular que mais cedo ou mais tarde isso viria a acontecer. E aconteceu.
Não que eu não tenha culpa, pois o erro faz parte do caminho de todos, mas de que vale amar e não confiar?! Acreditar é a primeira tarefa de quem ama, e é por isso que os apaixonados são tão facilmente classificados como bobos. Eu sou um tolo apaixonado que vive a angustia momentânea da perda, sinto um calafrio pelo corpo, um vazio no coração que parece ser o fim de todo o belo.
Mas haverá de chegar um novo dia que me permita ser feliz, ao lado de quem me ame. Estou aprendendo a buscar minha felicidade. Por enquanto ainda chove...
.
..
...
Há um ano atrás isso seria meu.
Hoje está escrito num diário feminino de alguém que está experimentando da vida. Que a dor seja bem vinda, e a alegria retorne logo. A gente aprende vivendo.

3 de dezembro de 2008

Tempestade

Fechou o tempo e de uma hora para outra já não era dia. O céu brilhava em rabiscos assombrosos. A claridade dos relâmpagos me enchia a cara de visões inesperadas. O vento abria brechas no telhado e varria a chuva pra dentro de minha casa. Era um dilúvio e eu não tinha bote salva-vidas.
Peguei meu controle e aumentei o volume o máximo que podia. Da tela colorida da minha televisão o culto ao intenso se expandia. E o cara lá cantou:
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"...
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!"
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*O vento - Los Hermanos

2 de dezembro de 2008

Governos Futuros

Registro inusitado
...
Passava eu pela praça de minha pequena cidade no último domingo, onde haviam armado uma grande barraca de palha para os eventos religiosos deste mês. Em frente a esta barraca, não sei o propósito, armaram também um palanque. E foi em cima desta plataforma que me veio a visão singular de duas crianças de aproximadamente 6 anos, que falavam alto para que todos pudessem ouvir.
Mas naquele momento somente eu passava por ali.
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-...e vai ter muitas pipas coloridas, com rabiolas bem grandes. E todas vão ter cerol. E eu prometo que vou dá pipas para todas as crianças desta cidade.
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-Muito bem Senhor Prefeito! Muito Bem!
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Assim percebi que agora as crianças quando crescerem, além de jogador de futebol e artista, querem ser também Políticos e ...Assessores.
Outros Tempos!!!!!!.......

1 de dezembro de 2008

pqna

Ela passa fosforescente pela madrugada fria, banhada pela brisa e pela chuva, chamando a atenção dos mortais que se perdem nos arrebóis da vida. Ela muleca brinca de se fazer desejo, vende seu beijo por um sentimento roubado, dá-se em um abraço pelo sorriso sincero e quando se joga no mundo cria estrelas no universo.
Estava eu por aí uma hora dessas, caí em tua rede. Já não era tempo de se experimentar, te fiz vencer o meu pejo e vi que o céu está mais perto. Esperto por entre os braços da menina que me toma, vi a soma de nós dois numa êxtase sensação de inconsciência. E a ciência explica: foi a lei da gravidade.
Ela passeou por meu espaço, fez um laço em meu caminho e um ninho em nosso sonho.