30 de dezembro de 2009

Um Natal... (diferente)

Passei o dia 25 trabalhando.
Seria simplório demais este resumo, mas o fato de ter trabalhado no dia de natal foi de certa maneira especial, não pela novidade, mas pela circunstância. Meu serviço naturalmente não é tido como dos mais sociais, ainda que seja apesar dos preconceitos internos e externos a instituição. Então no dia 25, ao ser escalado para um evento realizado pelos Correios, onde haveriam entregas de presentes a crianças e famílias carentes num bairro periférico da cidade, tive novamente a oportunidade de observar o comportamento das pessoas diante aquele gesto tão bonito, que é a doação.
Infelizmente as camadas da sociedade brasileira, em especial a em questão, não estão muito bem acostumadas com situações de multidão, então qualquer aglomeração se não controlada, vira baderna. Contudo, naquele ambiente não era nossa função, ainda que fosse, a obrigação de controlar a multidão. Fomos convidados para ajudar na entrega das doações àquelas crianças, o que de certa forma é um gesto interessante de promover o contato da sociedade com personagens sociais antipatizados como somos.
O fato é que foi muito legal aquela manhã de sexta, vivida em meio a pessoas desconhecidas que tem como objetivo a interação e o comprometimento com a melhoria da nossa sociedade. Parabéns a todos os participantes do projeto, em especial a Cristiano e a todo o pessoal dos Correios.

23 de dezembro de 2009

Listas da Decáda

Todo fim de ano as academias, magazines e grupos sociais criam suas listas para eleger os melhores em suas categorias diversas. Esse fim de ano é também o fim da primeira decáda do século XXI, é o fim dos anos 00 ou 2000, como queiram. A tarefa de listar é nata do ser humano. Desde uma compra no supermercado, ao top das meninas bonitas da sala, estamos sempre criando e recriando listas.
Então com essa motivação criei algumas listas que são de coisas que realmente me interessam. Seguem nas listas abaixo dados importantes sobre o meu modo de ver o mundo, meus gostos pessoais, minhas maluquices particulares.
...
Fatos Mundiais
1-Tsunami na Ásia. - além de ter sido a maior catastrófe climática presenciada pelo homem, mudou o eixo de rotação da terra.
2-11 de setembro de 2001 (Atentado Terrorista)
3- Os 2 mandatos do Presidente Lula - e sua politica social populacionista. 
4- Os 2 mandatos de Bush - o mais disastroso dos governos modernos.
5- A eleição de Obama - a demonstração da necessidade de renovação na politica yanke, ou ao menos a esperança nisto.
6- As Guerras do Iraque e do Afeganistão - e suas motivações suspeitas.
7- Crescimento econômico da China.
8- Crise Econômica Mundial - mudando a cara do planeta.
9- Renovação dos Governos - saindo Fidel e Husseim, chegando Mahmoud, Morales e Chavez. 
10- Fortalecimento do Euro e declinio do Dólar - observando-se a estabilidade do Real.
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Cinema
1- A Trilogia: O Senhor dos Anéis.
2- A série: Harry Potter.
3- A série Bourne - mudando jeito de se fazer ação.
4- O reavivamento dos Musicais - Across the universe, Chicago, DreamGrils, Moulin Rouge...
5- A retomada do Cinema Nacional Brasileiro.
6- A consolidação dos atores nacionais no cinema - Selton Mello, Rodrigo Santoro, Caio Blat, Lázaro Ramos, Wagner Moura,...
7- Sucesso dos bons roteiros - June, Crash, Quem quer ser um milionário?,...
8- As mega-produções oriundas das HQs - Watchman, Sin City, Spiderman, Superman, Batman, Huck, IronMan,...
9- A consagração dos estilos Clint Eastwood e Irmãos Coen de direção.
10- A Revolução dos diretores Mexicanos - Guillermo Del Toro, Alejandro González Iñárritu e Alfonso Cuarón.
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Música
1- Música livre - acessibilidade gratuita promovida pela internet
2- O descontrole da pirataria.
3-A morte de Michael Jackson.
4- Novo momento do Rock - surgimento do The Strokes, Arctic Monkeys, Ida Maria, Franz Ferdinand,...
5- U2, música e participação política - Bono e seus ideais
6- A mudança de som do Los Hermanos - criando um novo nincho no cenário nacional.
7- Show na ONU - Gilberto Gil cantando com a participação de Kofi Annan.
8- O fortalecimento do cenário independente - Cordel do fogo encantado, Mombojó, Teatro Mágico,...
9- A renovação do Blue, R&B, Soul e Jazz - Norah Jones, Diana Krall, Jamie Cullum, James Morisson, Joss Stone, Amy Winehouse,...
10- A liberdade artistica dos cantores em se experimentar - Tribalistas, Litlle Joy, The last shadow puppets, Dead weather,...
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Queria apontar os dez fatos mais importantes da minha vida nesses útimos dez anos, mas acredito que cada acontecimento foi fundamental para que eu tenha chegado até aqui. Assim então, fico vivendo até que os próximos dez se encerre.

21 de dezembro de 2009

Verão compartilhado

Meu amigo distante do mundo e presente em mim, é de longe o mais sóbrio comentarista apaixonado que conheço. Sendo possivel que as relações sejam vistas como aprendizados insubistituíveis, a amizade nos possibilita encontrar nos outros, sem nada a exigir, nem a cobrar, as nossas deficiencias e equilibrarmo-nos em mundos diferentes por estarmos incluidos em suas vertentes.
Simplificando: "A amizade é a expansão do ser."
Que seja então nesses dias de sol que o tempo há de nos ofertar, uma saudosa distância de uns e prazeroso reencontro com outros, para que a intensificação das relações se confirmem em versos, noites e devaneios. O certo é que quem tem um amigo nunca está só, mesmo que fisicamente esteja.


A todos os meus queridos amigos
 uma ótima temporada de verão.

18 de dezembro de 2009

Caiu do Olho

Estava em minha pele, sobre os cabelos do meu braço esquerdo, aquela gota serena de uma tarde de sol. Não era minha, porque o frio que me habitava se exipandia no ambiente externo, fazendo inverno na quinta-feira de verão. Eu a tinha sob meus braços em um abraço que não era uma prisão. Mas foi ali em meio a todo embaraço que no fio desse enlace, fez-se disfarce em um momento e suspense ao seguir no vão.
Ela se soltou de mim. Disse que não podia ser assim e sumiu na noite escura. Sai perdido em sua procura, mas achei a confusão. Deixou apenas uma gota. Límpida como a nota de uma harpa aure-celeste, e bela como a triste compaixão. Eu toquei-a com a mão e ela se desfez ao meu contato. Esse é o fato, a pureza de um momento que me deste.
A gota que brilha em meus olhos é a tua resposta.

15 de dezembro de 2009

rua errada

...Foi sem perceber que aquele não era o caminho correto ao destino que buscava. Já havia invadido o bastante para se dar conta que aquele não era o local onde queria estar, mas ainda assim era muito dificil abdicar da casinha colorida que fantasiava suas aspirações e ludibriava toda a vizinhança. Do lado da cama dormia silenciosamente alguém que não merecia toda a ilusão de uma história romântica sem amor.
Ou descobria um beco que o recolocasse na rota da sua felicidade, ou voltava nas escolhas tomadas e refazia o caminho até sair da rua. A segunda opção parece mais dura, mas ainda é a mais fácil e plausível. Ele levantou a cabeça envergonhada pelo seu prório conservadorismo, deixou pra trás as colunas de concreto de seu orgulho tolo e veio redescobrir o horizonte. Ontem me parecia bem mais feliz apenas pelo ato de levantar a âncora.

Somente uma pessoa é responsavel pela sua felicidade: ele mesmo.

Queria ser menos singelo e direto, mas o protagonista sou eu, é você e todo ser humano que pratica a mais natural e democrática atividade, a arte de viver. Quem nunca pegou, pega ou pegará um caminho incorreto nessa louca desventura que é viver, conviver, se dar e ter. Agora o mais importante é saber que é sempre possivel recomeçar. Hoje o sol amanheceu mais forte, por sorte sonhava com um tempo que ainda haverá de vir.
Por enquanto, estou aqui caminhando...

13 de dezembro de 2009

as Pessoas & os Ciclos

Certo de que mais uma etapa se encerra no calendário de nossas vidas é que me permito traçar essas singelas linhas em prol do tão sonhado momento de sermos nós mesmo, diante do outro que sempre nos são estranhos ou não, amigos e colegas que muitas vezes se quer sabemos seus nomes, seus sonhos, ou o que os faz sorrir. Agora, aqui, é hora de percebermos o quão somos importantes ao outro, e o quanto esse outro nos é igualmente essecial para o prosseguir. 
Enquanto humanos, somos recursos  que aperfeiçoam as visões e maneiras de viver; Agregamos detalhes fundamentais para a caminhada; Gerimos as minúcias e gigantescas ações que nos uni; Contabilizamos as diferenças e semelhanças; Cobramos as emoções necessárias para a manutenção do elo; Controlamos os ânimos e as impulsões; Comunicamos as sensações que nos são transmitidas; Legislamos a respeito do que favoreça a preservação do grupo; Guardamos os valores de cada um, e Trabalhamos com o montante de sermos um nós; Interligados pela satisfação de estarmos juntos; Recebendo com alegria os desafios que nos aparecem; Preparados para as missões que forem demandadas; Sendo lideres e liderados em um único corpo.
O segredo do sucesso é a democrática tarefa de conviver. Hoje, cada um é um pouco do outro e vice-versa. O individuo coletivo faz da sua história uma história de todos nós.
Sejamos cada dia melhores na arte de estarmos juntos!

8 de dezembro de 2009

- uma noite / só -

A borboleta negra pouso ao meu lado, na parede suja da área de serviço.
Será um mau presságio, ou será apenas o frágil pensamento pagão que me pega e sacode meu suposto espírito. Era tarde na noite passada, ao longe, quilômetros de distancia do que um dia fui, havia uma gargalhada macabra que me acompanhava por toda a casa, fazendo com que o silêncio sucumbisse aos meus sinais de amadurecimento. Se essa fosse uma noite aos meus nove anos de idade, quando palhaços e mascarados eram monstruosos seres imaginários, talvez eu nem dormisse direito.
O fato é que agora o tempo é o monstro que me apavora, nada de imaginário parece tão tenebroso quanto os humanóides que me habitam a rotina. Assassinos, psicopatas, políticos, sociedade abstrata e a farta coleção de ações que nos limitam a evolução temporal que nos aguardaria, isso sim me causa arrepios. Hoje é talvez o último suspiro de uma vida sem sentido.
- Não vou morrer!
Mas a ideia de encarar a morte nos pega assim meu que desprevenidos. Isso é gostoso. O incerto tem gosto de curiosidade. E a curiosidade matou o gato, apesar de suas 7 vidas...
O meu raciocínio me impede de ser menino, me faz dormir mais cedo, pois preciso trabalhar. Estranho eu querer perder a noite de sono. Mas o abandono me fez pensar em como seria bom vivenciar meu jeito moleque confuso de novo.

- Não busque lógica no que você decodifica nessas vulgares frases acima.-

*No mundo das superstições a visita de uma borboleta negra é sinal de morte.

29 de novembro de 2009

...já...


...

O tempo acorda sonolento para mais um fim de ano.
Chegou dezembro!
Vai começar o fim da década.

28 de novembro de 2009

Lembrança daqueles tempos

...é, faz tempo eu tinha apenas um distante percurso a caminhar. Daquele momento inicial eu não conseguiria prever o quanto minha vida haveria de mudar. Distante da minha realidade ou nem tanto quanto pensava, o mundo se revelou em novas cores, por novos vínculos, muitas vezes inesperados, outras vezes indesejados, mas que foram crescendo e quando me deparei com o hoje já os encontro incontrolávelmente fixados em meu coração. Dizem os anônimos, esquecidos momentâneamente por minha memória nostálgica, que no tear da vida cada linha é um novo momento e uma nova ventura a se viver. Agora se encerra essa pequena etapa do processo, outras virão. Mas como me desligar das peças fundamentais para o meu sucesso. Está certo que fiz a caminhada por minha vontade, mas não seria tão prazeroso se não estivesse bem acompanhado. Cada retalho das lembranças, cada nó de fotalecimento, cada rompimento de lição e sabedoria, foram essenciais para que o fio da minha história particular fosse acabar assim, criando um santo sudário da saudade. Porque sim, apesar do que pensam os pessimistas e anti-poéticos, a saudade é um doce que não perde o sabor, nem se desgasta na boca do coração; é um aperto gostoso que nos reacende a chama da vida.
Lembrar é perceber que ainda estamos aqui, juntamente com os que nos foram e sempre serão: Amigos.

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À turma de administração das FIJ - 2009.2

24 de novembro de 2009

Desabafo na Caixa-Preta

.
; Hoje eu não quero saber da porra da monografia
; Não quero pensar no trabalho
; Não quero ouvir o chato do vizinho
; Não quero pensar em me matar
; Nem me ligue pra cobrar dividas antigas
...
de saco cheio de tudo no mundo
...
Vou tomar banho e me deitar
Hoje eu só quero ler meus velhos livros.

Se pensa em me fazer feliz um dia: dê-me um livro de poesias.
Se pensa em ser feliz comigo: Apague a luz e traga uma vela acesa.

19 de novembro de 2009

das incertas verdades

Às vezes somos capazes de coisas incriveis.
Às vezes não.
Mas o que na verdade define
a impressionante capacidade do ser humano
é o seu ponto de vista.
O meu é imaginativamente embreagado.
Tem coisas que é melhor ver.
Outras em que é melhor crer.
E umas ainda que é melhor não lembrar.
O gostoso da vida é se permitir
a lúcida loucura do sonhar.




minucias grandiosas...eterna beleza

18 de novembro de 2009

Homo Super Sapiens

O homem é um ser em constante transformação, e a informação é o combustível para as mudanças. Mas após milênios de evolução humana, qual o resultado que podemos tirar hoje de todo esse processo de (des) construção do planeta? Antes de analisar o todo vamos a parte ativa e provocadora das alterações, o ser humano.

Chegamos no tempo moderno a um estagio da espécie que parece ser o seu limite, mas talvez seja essa uma imprecisa impressão do que realmente acontece. Depois de nos erguermos e andarmos eretos; aprendermos a utilizar do ambiente que nos cerca e controlá-lo, o fogo; de recriarmos formas para facilitar o trabalho, a roda; de consolidarmos a associação humana com a formação das cidades, e constituirmos o poder e as normas reguladoras; de modernizarmos o planeta com novas tecnologias; e por fim, linkarmos o mundo em redes que aproximam ambientes e culturas distantes, o que nos resta hoje, seja talvez, retroceder. O homem precisa se reconhecer como único, para evoluir como individuo.

A evolução das massas chegou ao seu ápice, e demonstra falhas que precisam ser corrigidas. Essas, só serão possíveis de solucionar com a evolução individual, a revolução do pensamento próprio de coexistência e realização. Não nos cabe a intolerância, o preconceito e desrespeito com o outro.

O pensamento próprio preza pela coexistência das diferenças e pelo desenvolvimento intelectual que o debate promove. Não devemos apenas concordar com o que é dito, mas nos apoderarmos da ideia e realizarmos o processo de síntese particular, tomando a ideia como verdadeira pelo que sua razão comprova e sua emoção se satisfaz. É o primeiro dever do homem a busca pela sua felicidade, respeitando para isso apenas o espaço da felicidade dos outros. Tomar atitudes que conscientemente prejudique o outro é algo que só é feito na natureza pelo bicho-homem, uma ideia falida de satisfação, que não agrega nada de positivo a ninguém.

A construção de um ideal próprio facilita a compreensão do ambiente social, e faz assim, a inclusão do individuo no ambiente social que projeta e busca. Cada homem é responsável pelo seu destino, e a somente esse deve ser creditado resultado de suas ações.

O desenvolvimento de um ser único em cada ser produz uma sociedade igualitária, pelo simples motivo de sermos todos diferentes. Pode parece controverso, mas creio que com o pensamento particular, as manobras de massificação de idéias e ideais caem por terra, eliminando assim os grupos já existentes, sejam eles religiosos, políticos ou de qualquer outra espécie.

Como diria Tom Zé:

“Quero a unimultiplicidade. Onde cada homem é sozinho. A casa da humanidade.”
...
O resultado desta tese pode parecer utópico, e talvez seja, mas a sensação de quem vive esse comportamento é, com certeza, de uma vida bem melhor.

Conhecimento se constrói

Não quero ser o profeta de uma ideia caduca, mas a educação como base livre de influências conceituais, é a solução para uma sociedade com prazo de validade vencido. A ideia de transferência de conhecimento há muito já descartada permeia os meandros do sistema, ainda que camuflada, embutida em novas filosofias salvadoras.
Nos últimos dias tenho vivido a construtiva intensificação do conhecimento por meio da nada moderna experiência de campo.

Na noite de sexta-feira (13) mais um ABC foi vivenciado, agora com mais recheio de conhecimentos, e com sabor diferente do último. Na mesa da praça, ao sabor do liquido símbolo capitalista, eu, o samurai, a magra e a bona dea, nos possibilitamos, ainda que em pouco tempo, da maravilhosa sensação de aprendizagem.

Na manhã seguinte embarquei juntamente com a bona dea, o model boy e o little Sertão, rumo à cidade de Jaguaquara, para conhecermos a empresa de café Bendegó, do professor e economista Isaías Júnior. Devo ressaltar a recepção agradável que o anfitrião nos proporcionou, tornando nossa estádia bem divertida, além de muito produtiva em nível educacional. A visita à empresa, a observação do processo, torna claro o conteúdo muitas vezes enfadonho e impróprio que a sala de aula nos oferece.

Vinte minutos de conversa é mais inteligível do que duas horas de palestra, por um motivo simples e obvio: fazemos parte do processo na criação do nosso próprio conhecimento. A educação participativa é a melhor maneira de se aprender. Infelizmente nem todos os colegas pensam assim, e o pior nem todos os professores estão preparados pra uma rodada de perguntas.

Então faço o que posso; rodeio-me dos melhores e Participo.

Obrigado a todos que participam comigo!!!

15 de novembro de 2009

Crônicas de eLe - XXV

RETORNANDO AO SEU MUNDO

Na semana que seguiu aquele inesperado telefonema, eLe não se permitia outra coisa que não fosse devanear seu pensamento em busca de algo que o explicasse o porque de tais palavras secas e decididas numa voz tão aveludada e romântica.

O novo trabalho já não era visitado, com certeza fora substituído. Seu Tio o observava sem muita intromissão naquele vagar distante. A cidade ficara limitada nas paredes sem cor do seu quarto.

...

eLe precisava acordar para o mundo que ainda se fazia presente. Foi um novo telefonema que o reanimou em sua luta. Dessa vez o prefixo era de um lugar mais distante. O Tio havia informado a sua mãe da situação. Após uma longa conversar com a mãe, eLe decide que precisa seguir em frente.

Passa as duas semanas seguintes em busca de um novo emprego. Eugênia já ocupa um espaço menor na sua mente, mas ainda existe uma imensa dor no seu peito. Nada dá certo.

Após três meses e meio do último encontro, apenas um telefonema pra encerrar todo o seu amor. Desempregado, sentindo que está abusando do carinho de seu Tio, sem as mesmas ambições que o habitavam no dia da chegada, eLe decide dar um telefona para reiniciar sua história.

...

-Alô!... Mãe,... ‘tô’ voltando pra casa.

Crônicas de eLe - XXIV

O TEMPO E A DISTÂNCIA


Já faz dois dias que todo o fantástico e infeliz dia de entrega e descobertas o assolou. Até agora nenhuma nova informação. eLe continua desempregado, seu orgulho não aceita os pedidos de Eugênia para que aguarde até que seu pai volte atrás em sua decisão. Já não se imagina na empresa de Seu Arnaldo. Já não sabe se realmente foi correta sua decisão ao impedir a fuga do delinqüente que roubara a loja em sua primeira visita, Já não sabe se aquele homem preconceituoso merecia sua ajuda.

Saiu atrás de um novo emprego, mas nada apareceu.

Eugenia não o ligou. Como poderia ela agir dessa maneira depois daquela maravilhosa manhã na sala de visitas. O que será que aconteceu para que não possa mandar nenhuma informação, ter nenhum contato.

...

A semana vai se passando lentamente e nada acontece.

Somam-se os dias em que depois da busca por emprego eLe vai até o supermercado esperar alguma visão de sua amada, mas ela não tem ido lá desde o dia da reunião, é o que descobre por meio de um colega empacotador.

...

No meio da segunda semana ele é admitido no quadro de funcionários de uma panificadora de médio porte. O trabalho fica do outro lado da cidade, e agora eLe já não pode espiar a saída do supermercado. Contudo consegue por meio de alguns amigos conquistados na antiga empresa o endereço do ex-patrão, ou se preferir, da sua amada.

Todos os fins de semana vai até o endereço. Quando não encontra a casa vazia e silenciosa, encontra o barulho contido por trás dos altos muros que a protegem. Nenhum sinal de Eugênia.

eLe sabe e sente que ela o ama, mas alguma coisa a impede de encontrá-lo.

...

Um mês e vinte e quatro dias depois do último encontro, ele já não está mais na panificadora. Agora trabalha como atendente em uma academia de ginástica que fica nas proximidades do centro da cidade. eLe volta pra casa com o mesmo pensamento das últimas semanas: “que diabos está acontecendo com Eugênia?!”.

Chega a casa e encontra seu Tio preparando o jantar.

...

- Oi meu lindo! Como foi seu dia?

- Oi Tio! Foi tudo bem.

- Ah, antes que me esqueça uma amiga sua ligou perguntando por você. Eu disse que você chegaria por volta das oito e meia da noite, e ela me falou que ligaria pra você.

- Ela se identificou?

- Não...

...

Nesse momento o telefone toca. Seu Tio lhe indaga com o olhar e volta a seus afazeres. Ele como se respondesse aquele olhar se encaminha até o aparelho que fica no corredor.

...

- Alô! Quem Fala?

- Oi, aqui é a Eugênia. Eu gostaria de falar com eLe.

...

Um calor percorreu o corpo do garoto ao telefone, ele abriu um sorriso alegre e quase se esquece de responder.

...

- Sou eu, Eugênia. O que aconteceu com você?

- Oi. Não aconteceu nada, mas, por favor, não vá mais ao supermercado, nem fique esperando me encontrar aqui na rua de minha casa. Me prometa que vai fazer isso que lhe pedi. Meu pai está furioso com você e não sei o que pode fazer se encontrá-lo. Não tente falar comigo. Busque sua felicidade sem mim. Adeus...

...

O telefone fica mudo. Ele espera com o aparelho ao ouvido como se tivesse a esperança de ouvir alguma outra palavra.

Mas há apenas o silêncio.

13 de novembro de 2009

VITRINES DO CORAÇÃO

Não sei de onde vem a afirmação que diz que o nosso corpo é a nossa casa, sei que as religiões vêem o nosso corpo como um templo sagrado, mas cá entre nós, vivendo nessa sociedade capitalista o mais próximo do corpo é a ideia de um comércio. É sabido que alguns indivíduos fazem do seu corpo um material de trabalho, mas quero falar aqui sobre a capacidade de nos vender, nem que seja em imagens que na maioria das vezes não são reais.
Quantas e quantas vezes passamos por situações onde o mais importante é não sermos nós mesmos, e com isso oferecermos ao mundo e ao outro uma nova ou velha, mas diferente, personalidade que omita o nosso verdadeiro ser momentâneo. Isso ocorre muito no amor.
Quem pode dizer que nunca sofreu numa relação, até mesmo naquela que não se concretizou. Eu mesmo guardo comigo alguns objetos românticos que nunca vão se apagar do passado. São minuciosas lembranças de desejos que não se esvaem justamente porque não tive a oportunidade de possuí-los. De acordo com meu IDR – Índice de Desilusão Romântica – passei por mais ou menos 5 amores não correspondidos, 2 namoros felizes e trágicos, uma pequena quantidade de aventuras interessantes, fora alguns desejos repentinos e sem desenvolvimento. Com toda certeza, sou resultado de minha própria historia, então por tabela parte de cada uma dessas pessoas que passaram por minha vida se faz presente no que sou hoje, cada uma com sua parcela e intensidade própria.
Mas falando dessa oferta de imagens que nos produzimos, é fato que realmente na desilusão ou na ânsia para escapar de mesma, passamos a interpretar alguém que julgamos ser, mas não somos. Muitas vezes a vontade é de dizer ‘vem cá porra, num tá vendo que eu te amo!’, mas o que sai na verdade é um ‘oi, tudo bem? Como é que você ta?’. Isso sem falar na expressão facial que exige um esforço absurdo para se manter austero. O coração nos faz um bobo da corte perante a encantada princesa.
Apesar de tudo que falei da minha pessoa, o objetivo de minhas pobres e singelas palavras é ressaltar que apesar de toda racionalidade que possamos somar, uma fagulha qualquer de emoção pode refazer o nosso mundo.
Aquelas que passaram em minha vida estão guardadas no meu estoque de carinho e amizade, inclusive as que não tive e permanecem intactas ao meu olhar fraterno, porque o gostoso da força do coração é a eternidade que a lembrança nos permite ter.
Hoje as vitrines de minha lojinha estão vazias, mas sei que lá no fundo, atrás de algumas caixas e estantes, a de existir algum item em promoção.
Seja bem vinda. Fique a vontade.
Coração aberto 24 horas.

Crônicas de eLe - XXIII

O ÚLTIMO ENCONTRO

- Eu preciso falar com você.

Ela fala e não escuta nada. eLe ainda está paralisado com a surpresa de tê-la ali. Como ela poderia saber o seu endereço, se nunca foram juntos até sua casa. E o mais importante, o que ela realmente queria com eLe.

- O que você faz aqui e como você sabe onde moro?
- Peguei seu endereço na empresa... E eu preciso falar com você.
- Falar o que? Seu pai não vai gostar de saber que esteve aqui. E porque você não me disse que seu pai era o meu patrão?
- Por que eu tive medo que você me deixasse.
- Deixar você?!
- Tive medo que você ficasse com medo de perder o emprego e me abandonasse. Você não sabe como meu pai me prende e fica querendo controlar a minha vida. Todos os namorados que tive, ele afugentou, e o pior é que tenta me apresentar uns ‘almofadinhas’, filhos de seus amigos ricos.
- Parece que eu não sou o namorado ideal pra você. Seu pai não me quer perto de você.
-Mas eu quero você!

eLe se perde nas palavras macias e apaixonadas de Eugenia. Ali já não havia o pensamento deturpado de uma garota usurpadora. Deixava de ser a vilã para tomar seu verdadeiro lugar na história, a mocinha encantada que eLe amava.
Ela o beija. Eles se encontram na dança dos lábios e do corpo. Anulam todos os pensamentos anteriores a aquele momento. Aquela ação repentina torna o ambiente novo e colorido. Eles se permitem um novo sentimento, o sentimento de doação. Param para um olhar singelo e sincero que revela os desejos íntimos e coletivos que pairam na sala de visitas.
Agora, ambos tomam a iniciativa de se permitirem o desejo e a realização. eLe a beija como se soubesse que aquela seria a última vez. Toma para si o corpo delicado de menina que exala a vontade carnal. Ela o deseja tanto o quanto, e durante o beijo se despe do vestido florido que a resguardava. Agora sob as peças intimas eLe a vislumbra como uma aquarela romântica, um quadro perfeito de sua historia de amor.
Os dois se consomem em movimentos que lembra o balé celestial dos anjos. Os gemidos são poesias proferidas em melodiosos versos. O suor dos corpos se encontra como um elixir que soma os indivíduos, tornando a imagem borrada ao olhar desavisado de quem imagina. No momento do amor e do sexo, o que existe é uma massa humana inconsciente e repleta de emoção.
Durante todo o tempo juntos na sala, com a porta ainda aberta, eles são felizes.
Ofegantes e cansados fisicamente, os enamorados sabem que nada vai ser como antes. Fora daquelas paredes um mundo menos promissor os aguarda, mas do que vale imaginar as incertezas futuras se o agora pode ser tão majestoso. Eles são um do outro, agora, e eternamente na lembrança desse amor.

O sono do homem


Homem. nome. Fome.
Se tem fome o homem come.
Pra comer o homem caça.
Pra caçar o homem cria.
Pra criar o homem pensa.
E pra pensar?
Se ele pensa, ele nomeia,
e se define como homem.
Se intitula e toma posse
até que outro homem force
e tome pra si o que era do outro.
Homem. Morre. some.
Porque o homem é parte
e não um dono.
Se decompõe, é orgânico.
O homem é pouco
perto do inconsciente de seu sono.

Crônicas de eLe - XXII

MÁSCARAS E CORAÇÕES
Rumando em direção alheia ao pensamento desconexo do momento de descoberta, seu corpo por osmose se direciona ao ponto de ônibus. eLe volta pra casa.
Nesse caminho o processamento das informações esclarece nitidamente o que realmente aconteceu naquele escritório. Um pai, um patrão, descontente com as escolhas de sua filha. Como será possível que alguém com tantas possibilidades vai se encontrar com um outro alguém que vem de um canto distante do mundo, sem muito a oferecer, sem perspectivas futuras visíveis de sucesso, sem sequer um nome que mantenha uma falsa impressão de poder?
eLe pensa:
*
¬O Seu Arnaldo é um escroto com toda a razão. Se eu mesmo tivesse uma filha naquelas mesmas condições nunca permitiria que um zé como eu viesse a possuí-la. O que eu posso oferecer a ela a não ser amor. De onde eu venho sei que o amor não enche a barriga. E alias, sou um perdido no mundo gigante que ela vive, mas o inverso é uma giganta no meu pequeno mundo de pobreza e ilusões. Me apaixonar foi um erro. Talvez ela tenha apenas aproveitado de minha inocência para experimentar de uma pureza ingênua dos sentimentos. Mas agora isso acabou. Acho que nunca mais vou vê-la.
*
Por mais apaixonado que o nosso personagem possa parecer, existe no seu intimo uma clara ação lógica de racionalidade que uma vida dura oferece. Muitas vezes é nos recantos mais distantes do globo que a distinção de uma ação correta vem nos surpreender. Longe dos mecanismos de uma sociedade fajuta, vive a graça do compreendimento das massas e de suas regras sociais. O jovem matuto amadurece mais rápido.
Ele chega à casa vazia de uma manhã normal. Fecha-se no seu quarto de marfim que agora é um calabouço do inferno pessoal. Sente o desgosto de suas aspirações. Sem trabalho, sem namoro, sem projetos futuros.
Alguém entra em sua casa. eLe escuta o barulho da porta e não se lembra de ter fechado a casa após adentrá-la. Sai correndo em direção à sala, com medo e raiva. Só faltava agora ser roubado por um vagabundo qualquer que se aproveitou de sua distração. Ao chegar à sala eLe empalidece e paralisa.Eugenia está ali com os olhos mareados de lágrimas.

8 de novembro de 2009

05.08

Sob uma perspectiva certamente não-áurea,
cujos agravantes são por demais graves, ativos e perceptíveis,
eu tomo uma decisão! Luzes, câmera, ação!
Parecia mais fácil decretar uma sentença de morte.
A dor de uma foice gélida e carregada de pecados a transpassar a carne;
seria menos difícil de afrontar, que alguns minutos regados a palavras e olhares tão intensos, que muito mais que à carne, transpassavam o âmago...
A angústia parecia-me deturpar os sentidos... turvar a razão... embolar o léxico...
Egoísmo, medo, desgosto... Mistura amarga aos sentidos... um auto-declarado flagelo à mim...
- "Oh Deus.... porque fiz isso? Porque é tão difícil aceitar? Porque dói tanto? Não era pra ser assim. Não comigo!"
E a resposta vem com maior peso e muito mais da minha abundante certeza incerta:
-"Era necessário. Simplesmente tinha de ser feito..."
Uma pena o coração estúpido não aceitar tão facilmente, apesar da lógica premente...


No fim (?!), resta uma esperança torpe e indigna:
-"Que tudo volte ao normal... mas diferente..."
.
.
.
.
Shakyamuni
...
Texto escrito por um poeta amigo sob circuntâncias específicas que mereciam a expansão própria dos sentimentos sinceros.

7 de novembro de 2009

Crônicas de eLe - XXI

O ESCRITÓRIO E AS REVELAÇÕES
São 09:50 AM. eLe chega ao trabalho, se encaminha pra a diretoria. Sobe as escadas, pensativo, mas a esse ponto já desistiu de descobrir o que viria a acontecer. Espera os cinco minutos restantes de pé em frente à sala de Seu Arnaldo. A secretaria já havia sido avisada, e pontualmente pede a eLe que se encaminhe ao escritório.
Após bater a porta e ouvir uma permissão, eLe adentra o recinto sem entender os motivos que o levavam até aquela situação. O chefe pede para que ele se sente, e não perde tempo com muitos rodeios.

- Meu caro, o que lhe traz aqui é uma oportunidade sua e uma necessidade da empresa. – até aqui parece que tudo vai bem – Então, analisando alguns dados seus, percebi certo potencial. Devo lhe dizer que você já faz por merecer uma promoção, contudo não há essa vaga aqui na sede, mas em uma das filiais já há algum tempo procuramos alguém para ocupar este cargo.
Estou lhe oferecendo uma chance de crescer. Então o que você me diz?
- Qual a distância da filial?
- A loja fica no extremo oeste do estado, cerca de 650 Km.
- Seu Arnaldo, agradeço todos os elogios e a oferta, mas minha vida está começando a se organizar aqui. Não tenho hoje a intenção de sair da cidade. Então se o senhor não se importar prefiro continuar ocupando o meu cargo aqui mesmo.

Parecia que a decisão de eLe tinha a convicção de quem sabe o quer. Ali, eLe sentia que não podia descartar a idéia de que Eugenia poderia ser perdida. Entre o sucesso e o amor, a disputa não foi tão intensa. O coração falou mais alto.

- Infelizmente meu jovem, esse é um problema que tenho também que lhe informar, caso não aceite, não poderei continuar oferecendo o seu cargo aqui. Devido a algumas decisões de corte, alguns funcionários serão demitidos.

Agora assustado, eLe não consegue entender o que está acontecendo. Há cinco minutos estava sendo promovido pelo seu excelente trabalho, e agora esta sendo demitido para contenção de gastos. Alguma coisa não se encaixava nessa história.

- Mas seu Arnaldo, todos os meus colegas de função também serão demitidos?
- Não se preocupe com os outros. – agora o chefe já não imprime um semblante tão amigável – O problema aqui é seu. É pegar ou largar!
- Eu já disse ao senhor, não posso sair agora da cidade.
- Então infelizmente você está demitido. Na saída converse com a secretaria que ela lhe indicará com quem deve conversar para ter seus direitos. Boa sorte!

Aquele garoto nunca viveu uma situação como essa. Nada fazia sentido pra sua compreensão. eLe ficou tão confuso que se levantou e não falou mais nada ao chefe. Encaminhou-se até a saída, e ao abrir a porta encontra Eugênia conversando com a secretária.

- Eugenia!? O que você faz aqui?
- Eu... Vim ver meu pai.

Até aquele momento não sabia que a sua paixão personificada em menina era também filha de seu chefe. Agora milhares de pensamentos passavam por sua cabeça se encaixando na busca de uma explicação para o que acabará de acontecer ali dentro no escritório.

- E você meu amor, o que veio fazer aqui?

eLe olhando para dentro do escritório ainda com a porta aberta, vê o rosto sério e não mais amigável de seu patrão.

-Vim ser demitido.

6 de novembro de 2009

Crônicas de eLe - XX

O TELEFONE
eLe acorda mais cedo do que o habitual. O telefone toca desesperado antes de o galo cantar. Sem muito ânimo, mas assustado (ligações em horários estranhos são mau presságio) ele atende. Do outro lado da linha alguém parece estar em dúvida do que falar. O silêncio ocupa a linha telefônica até que uma tosse afugenta-o:

- Hum! É da Casa de eLe?
- Sim. Quem quer falar comigo?
- Sou eu, Arnaldo.
- Diga seu Arnaldo, o que aconteceu à uma hora dessas?
- Nada de muito importante meu filho. Estou ligando pra informá-lo que você não precisa vir tão cedo amanhã. Preciso conversar com você, tenho uma oferta a lhe fazer. – eLe sente que aquelas palavras não saiam com muita empolgação da voz do seu patrão – Volte a dormir. Estarei lhe esperando amanhã às dez horas. Boa noite!
- Boa noite!

eLe desliga o telefone, e o barulho agora não é mais externo. Na sua cabeça um milhão de pensamentos se confronta, mas nenhum consegue presumir o que estaria por acontecer.
Cansado, eLe apaga.
Acorda já ansioso pela reunião. Arruma-se como de costume, pega o buzão e vai de encontro ao principio da desilusão.

ABC de ontem à noite

Estava uma noite quente e entediante nesta quinta, isto até uma companheira de debates me acompanhar numa divertida e empolgante conversa sobre um pouco de tudo em uma mesinha da praça.
Sob a tutela do Açai, da Brisa e do Conteúdo de informações nos deliciamos numa aula complementar com direito a instruções básicas de como se deve se divertir e aprender fora do ambiente institucional falido das faculdades brasileiras.
Tenho as vezes a sensação de que os meus melhores instrutores para lidar com o mercado de trabalho sentam ao meu lado enquanto alguns senhores cansados insistem em copiar na lousa algumas pinturas rupestres.
Então, depois de formado, quando os reencontrar na rua como devo apresentá-los a minha família?
.
- Esses são os senhores que eu encontrava nas salas da universidade. E esses são meus queridos mestres e colegas que me faziam rir e aprender.
.
Estranho, mas verdadeiro.
Sem exagerar nas palavras, tenho a sorte de tê-los para me explicar e principalmente para me confundir.





*Para todos os meus colegas
em especial: Carol, Evandro & Otília.

4 de novembro de 2009

Adolescência Efervecente

Lembranças me vieram a tona, após um scrap de uma amiga no orkut.
...
Era um garoto de cabelo vermelho, paletó, gravata, calça e pantufas, sentado numa cadeira estilo clássico em frente a aproximadamente duas mil pessoas. Ele não tinha ideia do que falar, mas sabia que não ficaria sem palavras. Este foi o último episódio de minha série pessoal.
Antes houve uma coreografia esquisita ao som de "Canteiros", um Pastor fajuto no "Santo Milagroso", um "Lampião" aviadado e um repórter estressado (Bate a foto Carijó!!!). No inicio de tudo houve ainda uma camisa preta, uma faixa grande e a indignação própria dos jovens.
A vida quando vivida intensamente é maior do que podemos defini-lá. Esses pequenos momentos experimentados nas Semanas de Arte Moderna, promovidas pelos alunos do CNEC de Jitaúna foram o berço para essa curiosidade cultural que me alimenta ainda hoje.
Várias histórias ficam a ser contadas, outras a serem lembradas apenas no silêncio do nosso íntimo. Mas de fato, a arte é um propulsor de emoções ilimitadas.
Sou parte de tudo que vivi naqueles dias alucinados e agradeço aos deuses do tempo por me proporcionarem tais desventuras.
...
Lembro dessa amiga no meu colo, numa noite de céu escuro, correndo sobre uma grama molhada. Lembro também dela toda esparramada no chão após aquela fantástica queda. (rsrsrsrs)
...
E termino meu retorno as lembranças com as últimas palavras que não foram minhas, mas de uma amiga que dizia assim:
"Adormeço em ti minha vida
imóvel, na noite e sem voz.
A lua, em meu peito perdida
vê que tudo em mim somos nós."
Cecília Meireles

29 de outubro de 2009

Astronet no Mundo Perdido

sem net... e isso como vocês já devem ter notado, faz um bom tempo. Me desculpo, mas é que cá nessa galáxia distante as coisas são assim mesmo.
Quero lembrar aos queridos terraquios que ainda insistem em buscar um canal de comunicação que as variavéis deste vórtice temporal não traz as mesmas possibilidades a todos os viajantes. Desse modo, infelizmente o diário de bordo tem sofrido a ausência de atualizações. Ainda assim fico grato a todos que por aqui passaram nos últimos dias e viram seguidamente as mesmas informações.
Vamos buscar uma nova alternativa para uma transmissão segura.
Até breve
[assim espero]
Câmbio. Desligo!

12 de outubro de 2009

2 anos

Hoje, dia 12 o BM comemora seu segundo aniversário de nascimento. Poderia ser mais um dia comum não fosse o fato de ser Dia das Crianças e da Padroeira do Brasil, sendo assim, três motivos consideravéis que justificam e consolidam o merecimento deste feriado. (kkk)
Essa criança abençoada por todas as divinas graças que ainda se equilibra desengonçada na tela de vossos PCs, aos poucos vem tomando proporções maiores em meu cotidiano. Isso alem de possibilitar uma evasão de simbolos graficos e significados, e trazer a possibilidade de estreitar e intervir nas relações que me permito chamar de "amizades culturalizadas". Entendam este termo não na supervalorização do que pensamos possuir em nosso intelecto e satisfação do ego, mas como uma aglomeração de pessoas desconhecedoras das fronteiras para o conhecimento e que se permitem discutir sobre o mundo, ainda que o que nos rodeia seja tão pequeno e indelicado.
Hoje, envolto de suas presenças e grato por suas tão fantasticas contribuições, venho agradecer por compartilhar desta ansia de desventuras dimensionais. Quando as palavras saem das telas para as mentes e retornam num ciclo de aprendizagens, tenho a sensação que me reconstruo num novo homem. Façamos o futuro que ainda não conseguimos imaginar, pois a felicidade tem sempre um que de surpreendente.
Obrigado a todos!!!
Parabéns BinóculoMíope!

Retrospectiva - ano II

Os números de mais um ano.
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1 de outubro de 2009

o Planeta em Contagem Regressiva

Infelizmente tenho agora a triste missão de informa-los, caros leitores:
"Vem chegando O Fim do Mundo !!!"
Depois de analisar fatos corriqueiros nos noticiários mundiais cheguei a está ingrata conclusão. Não me baseio em divinas previsões, nem em ervas deliberadamente ludibriantes. Afirmo com total convicção, baseando os sinais que me foram e são apresentados e os achismos que me permito propagar. Não vai tardar para que suncubamos aos nossos descuidos ou a nossa própria ignorância.
Em 2003 fomos expectadores do maior desastre (ambiental) da história da humanidade, contudo isso não é lembrado com a devida importância. Em 2001, em NY foram aproximadamente 5 mil mortos e o mundo se comove nos 11 de Setembro de cada ano, enquanto que em 2003 na Ásia-índica foram aproximadamente 300 mil mortos e só se fala agora graças as novas tsunames que surgem juntamente com os terremotos diários. Talvez a explicação para essa incoerência se dê pelo fato de encararmos a Tsunami como um acidente natural, e não conseguimos ver a nossa possível parcela de culpa. Lembrem-se da teoria do caos:
"As vezes pousa uma mosca, e o mundo desaba."
Cada ação que realizamos nos influência socialmente e culturalmente, mas também ambientalmente, já que todos vivemos nesse planeta que pede socorro.
Nos últimos dias abalos no solo, novas tsunames, enchentes, furacões e tornados tem atravessado o mundo espalhando dor e desilusão. O mundo vem num frenesi alucinado e os meteorologistas informam que não passam de frentes frias e a culpa é toda do El niño. Meus queridos, não sei quem é esse menino desastrado não, mas tenho pra mim que a coisa tá ficando feia. O bicho tá pegando e a essa altura já não sei se podemos contribuir para uma panaceia. A nossa contribuição é de suma importância para uma convivência de equilíbrio entre homem e natureza.
Daqui do meu quarto, no sossego de minha cidade, eu vejo um céu limpo, um resto de mata intocada, mas ainda assim escuto o contador da dinamite que abraça o planeta. Não quero ser o cavaleiro do Apocalipse, mas é bom fazer uso inteligente do tempo que nos resta, e tentar com maior ânsia a sensação de felicidade.
O pavio tá aceso e já posso ouvir de longe:
"- ...,cinco. quatro, três,...

Boa sorte para nós!

19 de setembro de 2009

!.everybody is bad.!

Assistia a alguma coisa desimportante quando me veio esta singela afirmação: "Todo mundo é mal". Não sei se estou correto mas de certo ninguém parou para entender os que os vilões realmente almejam com suas ações. De certo o ato pode não ser dos melhores, mas o intuito particular muitas vezes é até aceitável. Ou não?
Bom, digamos que muitas das pessoas são sim egoísta e individualista e com isso acabam acarretando atitudes que ferem a ideologia coletiva, ferindo outras com seus comportamentos ou escolhas. O objetivo deste texto não é explicar as ações dos marginais, nem livrar a cara dos terroristas. Mas você já parou pra pensar que as vezes pode ser você o vilão de uma historia sem saber o motivo, ou se quer ter a intenção disto. As vezes a maldade que você representa se encontra ao contrario do que se imagina na suas qualidades e não em seus defeitos. Tudo bem que convencionalmente a maioria das pessoas que se destacam como os desagradavéis ogros sociais são sim pessoas que não veem limites para alcançar seus objetivos, contudo outras pessoas se tornam desagradavéis pelo fato de parecem fantásticas, e com isso criar um sentimento de repúdio no coração do outro que convive no mesmo ambiente. Certo de que quem sente este ódio velado é o responsável pela imagem de maldade, mas é sobre a sua imagem que ele cria este sentimento, então assim, ainda que seja a Madre Teresa de Calcúta, haverá uma freira invejosa que vê em você uma pessoa que está ali para roubar o espaço dos outros, ou mesmo dela.
Então você pode até não ser mal, ainda que você totalmente não seja, isso não garante que você seja uma boa pessoa. Não dá pra ser anjo o tempo todo. Olha só como no final dos filmes os malignos mocinhos impedem a felicidade dos vilões. Pobres vilões!!!

14 de setembro de 2009

...MotivAção

"Chegou todo besta com a novidade conhecida de que fazia aquilo que sonhava. Tinha agora 12 ouvintes, 5 leitores, um sorriso no rosto que compensava qualquer transtorno. E o mundo que antes era morno, agora fervia em motivação."
...
O prefácio que abre este pequeno texto é apenas pretexto para expor o sentimento daqueles que como eu, sentem uma louca sensação em criar e proliferar aquilo que amam. Quando cada um de vocês se desprendem a ler minhas orações incrédulas, realizam a explosão de alegria que me faz viver as palavras.
Outro dia na porta da difaculdade, um amigo me chegou eufórico, agora que seu projeto dava resultados empolgantes, enquanto no mesmo dia um irmão me chega desanimado com os seus. A motivação é algo que vive na linha tênue. Dias temos certeza de que tudo vai dar certo, o arco-íris aparece apesar da pouca humidade do ar, nada pode nos impedir de sentir o prazer de sonhar e querer construir em concreto os sonhos mais irreais. Noutros dias, pode o pote de ouro estar a dois passos, um mundo se interfere nesse caminho, uma nuvem pesada invade a casa e tudo que era possível é tomado como devaneio inútil.
Devemos apesar de todos os motivos descrentes que nos impomos como barreiras para os sonhos, deixar sempre uma janela de esperança aberta. Porque é dessa janela que se mostrará um sol de possibilidades desconhecidas. Sei lá, às vezes somos tão cruéis conosco. Ninguém pode ser mais capaz do que eu, porque somente eu posso me fazer feliz. Devemos aprender que nossos limites somos nós que determinamos.
Talvez eu esteja falando bobagem (e desacreditando de minhas palavras enquanto escrevo isso), mas tenho certeza de que você já sabia disso antes de me ler. Ainda assim espero que não tenha desistido de nada que se projetou a fazer, e se desistiu, talvez seja hora de recomeçar. O teu tempo é o teu destino, escreva histórias que valham a pena.
...
Parabéns meu amigo!!!!!!! radioeletrohouse.com
E meu irmão, ainda espero aquele cartão postal.
...
Temos uma vida para construir...

12 de setembro de 2009

Das Juventudes & Revoluções

Em todos os círculos de conversa a eterna discussão sobre os rumos da sociedade empacam na velha e batida revolta com a juventude atual que não se limita em promover o inútil e o infértil. Enquanto essas discussões ocorrem, com pouca presença de participantes na faixa entre os 16 e 30 anos - diga-se de passagem - , as baladas, raves, arrochadas e por ai adiante, se entopem de putões e piriguetes que procriam alucinadamente sem perspectivas, nem ambições coletivas.
De fato o pouco que sobra de jovens com intenções humanitárias e preocupados com o planeta e os rumos sociais, talvez não se compare com uma caminhada da torcida do Íbis Sport Club. Contudo sempre foi da minoria pensante a proliferação das ideia e ideais que conduziram a evolução das nações. A geração do meu avô viu o mundo mudar com as grandes guerras e a industrialização do país, ainda assim, quando tomou posse do poder apenas manteve o coronelismo que era marca do período feudal. A geração dos meus pais foi mais ativa. Lutou diretamente contra a ditadura militar, buscou reformas no poder do estado, fumou e bebeu por um mundo melhor, expandiu a revolução sexual e plurificou a cultura no mundo, porém hoje no controle do estado apenas manobra para não parecer tanto com o que já ocupou as cadeiras do poder.
A soma dessas duas gerações nos oferece uma complicada previsão futurista. Se com a mudança causada na primeira metade do século passado, o que nos sobrou de exemplo de político é o Sarney, somada com a revolução filosófica dos anos dourados e tropicais de luta armada da segunda metade do mesmo século, nos oferecem o FHC e o Lula, o que a nossa juventude que não faz nada além de postar comentários no orkut e jogar Playstation vai nos oferecer???
...
Meus poucos adoraveis leitores, me desculpem, mas não sou capaz de imaginar esse resultado.

10 de setembro de 2009

Pensamento Genuíno

As ideias que vagam por nossa cabeça surgem de situações distintas e servem para descrever algo que nos é importante. Interessante é que a ideia - algo abstrato – pode ser decodificada de modo que podemos expo-lá aos outros integrantes de nossos círculos sociais, através dos idiomas de nossa imersão cultural. Assim, ao pensar, eu utilizo da língua portuguesa para elaborar as ideias. Após todo esse prefácio eu meu pergunto e repasso a você caro colega, que pensa ai do outro lado em como pode alguém pensar tanta baboseira insana, os seguintes questionamentos:
...
- O que os bebês pensam e como são processados estes pensamentos???
...
Levando em consideração o fato de que bebês são limpos de cultura produzida, e não conhecem ainda os limites sociais, o que passa pelas cabeças dessas criaturinhas tão curiosas? O fato é que nunca teremos certeza sobre esta pergunta justamente pela incapacidade de comunicação. O que por sua vez me leva a criar hipóteses bastante sugestivas.
Imaginando como um espírita, talvez os sonhos do infante sejam visões do que ele há de encontrar em seu caminho de vida, uma espécie de sinopse do destino. Ou como um liberal, o pensamento do neném é algo inviável de dedução justamente pela liberdade que a pureza de conhecimento possa lhe permitir, já que o mesmo não conhece a cultura onde esta inserida ele não vive os conceitos, assim sua imaginação vai por campos que não acreditamos existir. São várias as possibilidades, mas existe uma que descarto, a simplista, na qual não existe o pensamento. É impossível que aquele sorriso banguelo tão lindo não tenha um fundamento onírico.
De certo é que na fase inicial da vida ao pensar estamos produzindo o genuíno produto de nossa criação cerebral, um pensamento livre. Queria eu experimentar dessa sensação, mas a rotina e os costumes já não nos possibilitam tal ação. Ser um bebê é sofrer da ausência de lembranças, e saborear desta dádiva, porque cada dia é uma nova ventura.

24 de agosto de 2009

Exagerado !!! ²


Ano passado estive em Vitória da Conquista para debutar em Festivais e foi fantástico. Bom, o problema é que agora me falta um adjetivo que defina a experiência vivenciada neste ano. Pra inicio de conversa é bom lembrar que neste mês estive abusando do direito de curtir, e confesso que estou um tanto viciado nisso. Conquista foi meu último ponto antes de voltar pra casa, e foi uma aventura indescritível.O Festival de Inverno me proporcionou o encerramento ideal para esse período de férias. Estava entre amigos e fui muito bem acolhido pela família de minha amiga Lane. Foram três dias especiais.
Na sexta todas as expectativas estavam voltadas para o final da noite, mas enquanto não chegava esse momento curti o belo show de samba que a Martinália nos apresentou, seguida da voz mais grave da Zélia Duncan e do regue animado do Natiruts. A noite até ai já estava boa mas o melhor ficou para a alvorada, ...
No sábado - diga-se de passagem, o pior dia do Festival - a noite começou com o som +/- do Marcelo D2 e sua trupe - ai soma-se seu filho, DJs e Fernandinho Beat Box, esse cara merece os méritos por metade do show - e foi seguido pelo Carlinhos Brown numa noite não muito inspirado - muito Rock e pouca macumba -, e terminou com o som do Moinho que infelizmente não fiquei para assistir.
No domingo, último dia do Festival, tudo foi perfeito. A Mallu Magalhães, de quem eu não esperava muito, fez um show convincente e me encantou com sua versão de "I've just seen a face" dos Beatles. Depois o show pelo qual esperei minha vida toda, o Skank, que não só me correspondeu as expectativas como enlouqueceu a noite fria e chuvosa. E para encerrar em grande estilo o Biquini Cavadão deu um banho de loucura desmedida e ironia, sem sombra de dúvidas o segundo melhor show do Festival.
...mas quando o Teatro Mágico invadiu o palco com toda a sua arte exuberante e fantástica, o parque de exposição se tornou um santuário. Foi o melhor espetáculo que eu já assisti. Faltou oxigênio para o só enquanto eu respirar do "Anjo mais velho", e sobrou euforia para o "Camarada d'água" somado com o "Chover" do Cordel. Foi divino, um momento para o encontro livre das emoções. Foi um momento eterno que me deixou uma lição:

"Se lembrar de celebrar muito mais..."

20 de agosto de 2009

Descompasso do mundo

Registro da estrada voltando para casa:
.
...
Onde havia o riacho
acho que ninguém ri,
pois o povo cabisbaixo
faz a gente sentir
uma dó do diaxo
do mundo que sobrou ali.
...
.
Não somos o mesmo povo,
nem vivemos no mesmo mundo.

11 de agosto de 2009

madrugada distante

Os milhares de quilometros que me separam da vida normal em meus dias de luta, se imprimem na sensação térmica externa e interna de meu ser. O frio que habita essa madrugada é distante o que menos me incomoda. A incapacidade de interferir diretamente no meu mundo é algo que me assusta e tranquiliza, afinal de nada posso me culpar, a não ser da ausência.
Mundo tão pequeno, homem tão minúsculo.
Os meus músculos que doem, são de te gravar em minha pele como um menino que ainda há de explodir em milhares de sensações. Vejo-me calado, distante do que me é amado, pois eu amo o que me tenho aqui.
Vou me criar uma pangéia particular para ter tudo o que quero ao meu alcance.
...

5 de julho de 2009

Das inversões

-Me espantei com o modo que vi as coisas se clarearem ao meu pensamento ou será que o pensamento é que se espantou com a cegueira que ainda insiste em persistir!?
Interessante como em tudo nesse mundo o ponto de partida das verdades é sempre do dono da opnião. Já pensou em quanto o outro que debate também é capaz de raciocinar??? O problema é que apenas aceitar não é comum do homem, e quando nos submetemos a isso algo há de errado.
Bom, pra ser mais honesto esses dias ouvi a seguinte reclamação:
.
"Quando pensamos em que mundo vamos deixar para os nosso filhos, não estamos esquecendo de uma parte essencial do problema? Talvez devessemos pensar também em que tipo de filhos vamos deixar para o nosso mundo!"
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Tudo que está inadequado parte dos outros e não somos produtores a principio. Que é dificil perceber ou aceitar que falhamos, vá lá, mas ser cabeça-dura não é pra tanto!!!
....
A verdade não é monopólio de ninguém; é patrimônio comum das inteligências.
Leonel Franca, S.J.

30 de junho de 2009

Em pedaços

Acordei e a madrugada ainda reinava num céu escuro e frio. Em mim, algo queimava anormal. A febre que me escaldava na cama sob toneladas de cobertores, parecia conduzir-me para um iglu distante. Não ouvia nada que não fosse meus dentes rangendo. Estava só e as horas se prorrogavam como se o sol estivesse com preguiça de acordar.
Levantei sorrateiro, meu corpo doía como um todo. Cada pedaço dava a impressão de que queria se soltar do corpo cansado e quente. Caminhei pela casa deserta, mediquei-me indevidamente como me ensinou o lar, e pus-me a esperar a alvorada. Acordei afogado em meu suor, mas o corpo ainda quente. Passei o dia acima dos 38ºC.
Agora escrevo esperando o sono chegar. A temperatura é a mesma, o deserto também. O sol queima internamente nessa madrugada de inverno. O dia me distrói.

26 de junho de 2009

Figurinha

Sem tempo para muitas palavras deixo aqui uma gravura de uma produção do ano passado.
...
...meu Feizin...

19 de junho de 2009

Leito 09

19-06-2009
sexta-feira
07:20 AM
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.
.
"Um novo pedaço do mundo se desprende na orbita do universo.
Me nasce um ser em verso,
ou o inverso:
um verso me nasce em ser."

13 de junho de 2009

noite & neblina

Veio a sexta e se foi num assobio silencioso do vento.
...
Estava eu na minha cama, janela fechada, sob o edredon, em cima das palavras de um livro nada romântico. Não seria nada estranho vindo de mim, muito menos por sexta ter sido 12 de Junho, mas o que me espanta particularmente é o fato de expor-me aqui em letras tontas de um cara envelhecido que sentiu ausência do desconhecido.
-É!!!
Não que alguém não ligou ou não tenha me dado presentes, o fato é que não há alguém de quem esperar tais atitudes.
-Se isso é ruim?
É ruim, mas não me incomoda tanto quanto transcrevo aqui nesses bytes de agora.
Na verdade o que quero é a opinião avulsa de quem passa, passou ou nunca esteve em situação parecida com a minha (simplesmente qualquer que queira comentar), de sentir a falta de um sentimento. Não é saudade de alguém, uma pessoa em específico, mas do estado de espírito que só o sentimento pode nos permitir.
Resumindo a balela: fez frio ontem, não tinha visualização de estrelas num céu coberto, e eu senti uma saudade intensa da sensação de paixão. É bom amar alguém de maneira pura e maliciosa, só não é muito fácil esbarrar com alguém que nos cative assim. Somos carentes por natureza, mas ainda bem que as emoções são passageiras.
Hoje eu acordei normal, acho que tudo era reflexo daquele clima capitalista de apaixonamento.
...
Vem o sábado e se imprime dados de um ontem atípico.

8 de junho de 2009

23

Foi na bucólica cidade de Ipiaú que em 86 eu nasci. Minha mãe sofreu pouco naquela data se compararmos com todo o sofrimento de me criar até os dias atuais. Era por volta das 10:15 da manhã de uma segunda-feira de Junho, o inverno batia na porta e o no peito ardiam as incertezas que a vida iria apresentar a mim.
Quando cheguei ao mundo pesava por volta de 3kg, tinha um pezinho pequeno e gordo, pouco cabelo e a bunda e o pintinho vermelhos. Hoje tudo mudou, quase nos 70kg de osso e carne, pé 42, muito pelo em todo o corpo e uma coloração diferente na pele, sinto que a única coisa que me restou daquela figura talvez seja o choro tímido que ecoa internamente. Haverá motivos para comemorar esta data num futuro próximo -talvez amanhã quando acordar descansado e encontrar meus queridos-, mas agora me vêm a cabeça as palavras de Cassiano Ricardo:
"...
Cada minuto de vida nunca é mais,
é sempre menos."
Vejo que o tempo que eu sonhava encontrar chegou, mas agora eu queria voltar ao passado pra me confrontar de novo com aquele tempo de irresponsabilidades, de loucura desmedida e paixão desregrada. A gente envelhece e parece que a graça de envelhecer em si perde a graça. Seria mais fácil ter 18 eternamente, mas se é pra seguir em frente que eu vá com minha cara de menino ainda que carregando as certezas de um homem e o peso de minhas escolhas.
Poderia passar a madrugada filosofando sobre infinitas partículas de meu pensamento vago, mas seria mais vago do que o necessário. Então serei sucinto em minhas palavras.
Esse sou eu hoje, um quebra-cabeça de tudo que me encanta os olhos (ainda que estes não estejam no auge de sua performance), mas sei que amanhã serei um outro novo, porque o que nos alimenta é a metamorfose.
...
...o que me basta é sonhar.
...
Obrigado a todos que já sonharam e sonham juntos comigo um amanhã de incertezas e venturas fantásticas.
A vocês, meus amigos, meu muito obrigado!
O amor nos aproxima.

1 de junho de 2009

Estação de mim

Cansei das minhas decádas de inverno.
Quero um mês de Verão!
...
Sentir nos olhos a luz de uma surpresa
deixar o peito bombear o sol por minhas veias
sentir o calor de respirar a brisa verde
correr em areia molhada
banhar-me na água salgada em um dia intenso.
Quando acordar no meio de uma noite estrelada
sob coqueiros curvos,
a madrugada me beijará a face singelamente
como se fosse de novo a gente
em nosso ninho de sentimentos.
Vou me permitir chover forte ao amanhecer
e brilhar logo em seguida.
Quero é mais amor.
Voar solo, sobre o oceano de minhas vontades emocionais.
...
Quero um verão eterno
que me consuma no tempo de um grão na ampulheta.
Chega de invernos...!