31 de maio de 2010

28 de maio de 2010

MASSA


Movimento Antipático ao Sistema Social Acomodado

Se você é cidadão do mundo e ciente de sua parcela de importância na sociedade tem o direito e o dever de participar das ações que o irão transformar.

Nós que fazemos parte do sistema que não funciona devidamente, um país que vive na promessa de um futuro que só se distancia que não nos sentimos satisfeitos com a segurança, com a justiça, saúde e educação, que não concordamos com as relações de comercio, que não estamos satisfeitos com os serviços prestados por determinadas empresas, que não concordamos com as relações de vizinhança, que percebemos os equívocos do convívio social, devemos tomar parte desta história e através de pequenas ações promover a mudança.
O lirismo comedido dos acomodados apenas aceita os erros de uma sociedade que vem se desfigurando ao ponto de que o cidadão (principal elemento da sociedade) seja uma figura sem valor e sem perspectiva. Os homens que ficam esperando uma solução divina para os problemas e carregam suas orações de pedidos deviam entender que o ditado “quem cala consente” não é uma resposta afirmativa do seu deus. Não perca tempo esperando que suas respostas caiam do céu, o máximo que pode vir de lá é chuva, fezes de pombo ou um avião com defeito.
Se faltar energia elétrica ou água no seu bairro/cidade, não espere que a concessionária do serviço adivinhe o problema, afinal de conta o lesado é você. Se você ligar, eles não poderão alegar desconhecimento do problema, se mais cem vizinhos seus ligarem eles perceberão a dimensão agravante da situação, se mil ligarem tenha certeza que eles terão urgência em solucioná-lo.
É preciso participar entendendo que nós somos fundamentais ao sistema social. Para isso existem três etapas que devem fazer parte da nossa atividade perante o ambiente de convívio: Reconhecer, Reclamar e Sugerir. É necessária a observação da situação, analisar o nosso ambiente social, seja ele no trabalho, em casa, no município ou até mesmo na intimidade de um relacionamento. Através desta observação é possível informar a outra parte por meio de suas reclamações sua atual insatisfação com o objeto da analise, assim o responsável poderá tomar alguma atitude, seja ela positiva ou não, o importante é você realizar o seu papel. Por fim a construção da solução, isso acontece por meio da interação dos conhecimentos e senso de necessidade. A partir das experiências individuais dos integrantes da sociedade se constrói uma consciência coletiva que viabilizará a transformação democrática.
Nós somos seres sociais, portanto convivemos e não há tarefa mais árdua e gratificante do que esta. Temos que intensificar as relações seja a de mãe e filho, aluno e professor, morador e prefeito, consumidor e empresa, vizinhos, cidadão e governo. A transparência de nossos anseios estabelecerá as medidas e reações da outra parte. Já não é cabível o acomodamento, é preciso incomodar para desenvolver.

Saia da massa conivente.
Venha para MASSA consciente!


18 de maio de 2010

um Salve ao Marcelo!!!

Depois de penar em minha rotina um tanto desinteressante tive tempo e coragem para encerrar a leitura do ótimo livro do Marcelo Rubens Paiva, Feliz Ano Velho, que narra toda a aventura pessoal do autor após um acidente que o deixa tetraplégico. De maneira jovem, linguagem escrachada e sensibilidade um tanto ingênua nos é oferecido um pouco da história particular, com relatos de uma realidade infantil-ditatorial-familiar-estudantil coletiva dos anos que antecederam o acidente, de um personagem encantador por sua sinceridade anti-heróica.
O que mais impressiona na escrita do Marcelo é que o atraente na literatura aleijada que ele nos imprime, o que se ressalta não são os desprazeres dos novos hábitos, nem a infelicidade do resultado do incidente, nem qualquer insatisfação natural humana, mas o que impregna em nossas mentes depois do deleite da leitura é a impressão sensorial que suas palavras nos promovem. Dá pra sentir a delicia desvairada da Av. Paulista, sentir a imersão do bosque pela janela do quarto de UTI, sufocar pelo teto branco do hospital que nos aprisiona sem movimentos sobre a maca (isso me aconteceu em um sonho assustador).
Agora com toda certeza o que parece mais estranho é encontrar a alegria em cada nova página atráves das histórias fantásticas que viveu ao lado de personagens tão comuns que parecem nossos colegas de classe ou mesmo vizinhos. A descrição dos elos que fazemos pela vida é emocionante pois se existe algo honesto é o sentimento que produzimos por amigos em nossos mágicos momentos cinematográficos do cotidiano.
O Marcelo é um camarada inusitadamente interessante, acordou pra vida quando o mundo inteiro (inclusive ele) já o via entregue.
Para um personagem como esse só nos resta fazer como outro anti-herói corinthiano, o Zina:
-Um salve pro Marcelo!!!!!

14 de maio de 2010

GuhZin e seus 19


 
No seu colorido intenso monocromático
pinta o caminho que escolheu trilhar
abrindo as portas com o sorriso métalico prático.







*Parabéns pqno ZIN!!!

13 de maio de 2010

O velhinho da sala de espera

No consultório médico;
Entro na sala de espera e ele já estava lá sentado em seu espaço do sofá. Ali em frente àquela figura inusitada uma senhora cristã balançava a cabeça abismada com as palavras daquele senhor. No auge de seus setenta anos ele ratificava seus pensamentos sobre o mundo e sobre os tabus que o cerca. Ele confirma mais uma vez a inexistência de deus, e usa seus argumentos bem fundamentados para validar suas ideias. Ela apenas se vale de trechos bíblicos para tentar rebater. Ele cita sua vasta coleção de informações (inclusive a bíblia) e termina o dialogo se valendo da oração seguinte:
- As religiões são fundamentais para satisfazer os ignorantes.
Não me interessa avaliar quem tem a razão na discussão, mas a sensatez daquele homem de uma época diferente, filho de nossa região e das limitações que a mesma oferece. Ali, ele com os olhos abertos para o mundo demonstrava a libertação da mente humana em sua plenitude. Talvez ele morra amanhã e não conheça os campos verdejantes do céu, mas pelo visto se ele imagina algo de além, não será algo tão monótono como vendem os pregadores financeiros do ambiente celestial.
Depois de uma manhã de espera veio a hora do exame e da despedida, ele me olhou sorridente depois de um belo diálogo sobre coisas vãs e etc. Seu olhar de uma vida me mostrou como é importante valorizar o conhecimento, e agregar a nossa vida um pouco da coletividade que cada ser vivente pode nos oferecer.
O velho se foi e eu também, mas permanecemos em nossa ânsia pela busca.

5 de maio de 2010

Tripulantes da Fragata Lunar

Dos mais distintos caminhos vieram os personagens desta aventura. A sombra da sensatez e da determinação caminharam seus pensamentos. Não deveria ser apenas um trecho esquecido de tempo, e não foi. Destinos cruzados como uma caneta e uma revistinha passatempo. As noites quentes da cidade sol embalando os dilemas, os conflitos e problemas que são possíveis em um ambiente social comum. Mas o quanto comum posso eu definir experiências fantásticas com pessoas tão distantes? De certo é que hoje já perto, tenho a afirmação da vida pra continuar minha busca, pois só através da arte de conviver é que posso me tornar um melhor ser humano. E sendo humano eu não estou só, mesmo que o nó na garganta de saudade que já me invade me surgirá uma fuga pra sorrir sozinho as minhas lágrimas. Eu não estou só. Tenho a alma marcada por pessoas diferentes em nossa igualdade, que enquanto passageiros tomaram o comando do leme e a partir de agora nesse barco com rumo definido é que o abrigo do colo da fragata lunar se torna o velejar solo dos botes particulares. Quando aportarmos no continente da realidade, sei que haverão dezenas de cabanas amigas a visitar, e isso me torna otimista, pois olhando pro mar do passado eu sei que meus amigos podem até não estar em meu campo de visão, mas as amizades não naufragam. Haja oceano para inundar minha alegria! Hoje é apenas mais um dia rumo ao tchau, mas já sinto a brisa feliz da despedida encher meu peito de vocês.






*** aos Bacharelandos em ADM. FAJ/2010.1

2 de maio de 2010

Protejam as Largatas

O meu olhar incerto as vezes toma por certo o que na verdade é apenas um julgamento tolo e rude sobre o algo observado. Talvez eu esteja errado, e é provável, mas não permito mais o egocentrismo de ontens atrás, pois já passou da hora dessas senhoras gordas que passam as tardes na televisão deixarem pra lá a novela e cuidarem melhor de seus maridos cansados. Pronto, dado o recado tolo passemos ao post válido (por assim dizer).
...
Eu e a praça nas manhãs de outono, seria um bom lembrete pra postar sobre o abandono, mas a praça estava cheia e a vida seguia normalmente até que uma largata apareceu em minha frente. Surgiu-me o insit pra essa vertente de idéias. 
Lembra do livro velho que sua mãe não lê mais, do amiguinho da escola todo estranho que você não deu bola, da pilha velha que se escondia no fundo da gaveta... Pois tudo pode ter proveito, ainda que não seja 100% confirmado, o fato de que o tempo é o melhor remédio para coisas que o nosso coração não vê apenas sugere que não é inteligente descartar as coisas que nos parecem distantes, inúteis, nojentas ou sei lá que outro repúdio mais.
Muitas vezes aquele amigo da escola que usava o óculos fundo de garrafa é o provável engravatado de sucesso - bom marido, bom pai e grande amigo; O livro de folhas desbotadas traz as informações que até então você procurava encontrar - um segredo antigo na borda, uma lição de moral pra vida, um ensinamento pro dia; Quanto a pilha, quem sabe falte energia e o que nos resta é a possibilidade de que elas funcionem na lanterna.
A verdade é que desprezar as coisas sem a analise devida é um equivoco pra vida, pois um item perdido pode retirar o sentido dos sonhos e das realizações.
Preservem as largatas do outono para que tenhamos borboletas na primavera.
...
Lembra do recado no primeiro estrofe, talvez ele sirva para alguém que insiste em reclamar da roupa suja dos vizinhos e anda esquecendo de limpar a própria vidraça. 
Ah! Não perca a graça de viver a vida permitindo-se sempre novas possibilidades. A perspectiva é fruto de visões individuais sobre um mundo coletivo. Por isso vivo minha loucura aqui, compartilhando.

Crepusculando




O laranja crepuscular que meus olhos enche,
inunda minha alma com saudosismo
pelo momento que ainda vivo.


...a saudade sempre precede a partida...

Os Amarelos do Manicômio

Estavam aos montes pelo bosque sombrio que a liberdade os oferece, era manhã e o dia começa tarde para os homens e meninos que habitavam aquele lugar. Todos amarelos em suas dimensões distantes. Um senhor socialmente vestido adentra a prisão dos alucinados, e encontrar seu filho - um menino aos 40 - e vive a tristeza e a dor que só aqueles que estão longe dos muros daquele ambiente podem sentir. 
Era dia de visitas no Hospital de Custódia e Tratamento em Salvador. Estava lá por motivos de trabalho e vi a incerteza que a mente humana pode nos proporcionar. Pode até ser que nem todos tenham adentrado malucos naquele espaço, mas com certeza as pílulas da alegria fizeram este trabalho. Não sentia piedade pelos internos, em sua maioria  criminosos - homicidas, estupradores-, mas me angustiava a dor dos entes ali perdidos. Conviver com a 'desinvenção' de uma vida que parecia possivel. Homens, idosos e meninos, entorpecidos para a sua própria segurança. Era o meu olhar da discrepância entre a realidade do mundo louco depois do portão e da sanidade dimensional que cada amarelo ali perdido a si fazia real.

- Senti-me espectador da miudeza humana.