Antes de
qualquer proposição partidária deixo claro que meu objetivo aqui não é acusar a
administração pública municipal de Jitaúna de más intenções no uso do dinheiro
público, nem diminuir as ações positivas que são propostas, mas sim chamar
atenção para as reais necessidades do município e para o valor patrimonial
histórico que está prestes a ser demolido sem a anuência real da população.
O papel da
prefeitura municipal é realizar sim as reformas necessárias na área urbana e
rural, mas na questão da Praça Albino Cajahyba, conhecida como Praça do Bomfim, no centro de nossa cidade, qual a
real necessidade em fazer isso? A praça é confortável durante o dia e a noite,
oferecendo sombra e assento aos transeuntes, estacionamento suficiente aos
carros particulares, segurança aos cidadãos que fazem uso da mesma com seus
filhos, estando a uma altura superior a BR 330 onde o trafego é constante e
regular, e traz a marca de um passado que não pode ser simplesmente apagado. É importante
ressaltar senhor Prefeito, que a Praça do Bomfim é um registro importante também
da administração de seu pai enquanto prefeito.
A praça do
Bomfim foi a pouco tempo transformada por uma ação individual sem a valoração
histórica para o município, quando a decisão de um religioso resolveu destruir
a Igreja Católica para construção de um prédio novo, que não lembra e nem
representa a história da fé dessa parte da população. Mesmo não sendo
religioso, nem mesmo fazendo parte da comunidade Católica, a Igreja fazia parte
da minha vida como cidadão, era parte da história de evolução da minha cidade,
e foi destruída sob a alegação de um problema estrutural que durante a
demolição ficou evidente não existir.
Entendo a
necessidade de adequar o espaço público as novas realidades da população, mas o
quanto é preciso fazer e investir para as adequações?
Estacionamento
não deve ser um problema já que a população jitaunense nunca ocupa regularmente
aquele espaço integralmente. O problema de estacionamento na região central é
provocado mais pelo processo de descarga de material nos estabelecimentos comerciais
do que pelos carros populares. Uma regulação no horário de carga e descarga de
produtos seria o suficiente para o controle do trafego.
Conforto e
segurança a praça já oferece. A altura da praça que é agora questionada, é o
fato que garante a segurança, já que impede que num possível acidente a área seja
invadida por algum veículo, ou mesmo que crianças saiam da área da praça em ação
direta para área da via. E todos temos nosso espaço para descansar e nos
abrigar do sol.
Quanto a
questão comercial, aqui sim entendo uma necessidade de um ajuste mais orgânico na
assimilação dos pontos de uso na formação da praça. Mas isso pode ser feito com
uma pequena reforma, que não destruiria a imagem da praça como é hoje.
O mais
importante é que a equipe da prefeitura entenda que essa decisão de
reconstrução está sendo tomada por uma equipe transitória e que os usuários,
nós cidadãos, vamos conviver com essa decisão de forma permanente até que outro
gestor se incomode e faça o mesmo, tente apagar a história sem ouvir o povo. E
vocês tem a chance de fazer diferente, ainda há tempo. E quanto a nós,
população, não devemos nos calar e aceitar tudo, porque a gestão é paga por
nós, o dinheiro investido na praça será pago por nós, e a praça é um espaço
coletivo do povo.
As cidades vizinhas
de Jequié, Ipiaú e Aiquara já realizaram esta mesma transformação nas suas praças
centrais, e o resultado em todas elas foi de:
· Diminuição da área verde, eliminação da sombra
das árvores e pouco uso do espaço durante o dia pela população.
·
Diminuição dos assentos na área da praça e um
trânsito noturno puramente comercial.
·
Destruição do valor histórico de um espaço
público municipal.
·
Suspeita de superfaturamento no investimento e
desvio de dinheiro.
Aqui em
Jitaúna não precisamos disso.
Mas sugiro que
a administração busque ouvir a população. Não somente os asseclas e partidários
lagartixas. Vocês gerem todos nós, façam uma consulta popular para o projeto,
Escutem a População, vocês só terão a ganhar com ideias e possível economia do
nosso dinheiro.
O Bairro Adelino
Henrique, o Bairro Gilda Ramos e a lateral do colégio Estadual Gilda Ramos
merecem uma praça, e a população de lá ficaria feliz com essa construção. As
praças da Barragem, do Estádio, da Câmara, do Cruzeiro, precisam de reforma, e
a população dessas localidades estará disposta a discutir um projeto útil e
confortável aos usuários e conviventes (quem mora nas redondezas da praça
convive com ela, não a usa apenas).
Até aqui a
grande marca desse governo tem sido o empenho, e a praça na CEPLAC é o produto
mais comentado. É muito positiva a ocupação social e comercial do ambiente. Poderia
ser melhor com toda certeza, mas mostra uma vontade de fazer que tem o meu respeito.
Mas alerto que essas decisões administrativas precisam ser comunicadas com o
povo e ser transparentes, desde a apresentação do projeto, a seleção dos comerciantes
(para evitar despejo de quem de fato fazia uso do espaço anteriormente, e
contemplar a comunidade vizinha da área), e também na apresentação do orçamento
e do gasto final, porque vocês estão gerindo o nosso dinheiro, que honestamente
no caso da praça da CEPLAC, para mim e para todos a quem perguntei, é uma informação
desconhecida.
Não quero que
esse comentário soe como uma acusação ou critica partidária política, não tenho
a intenção de ficar com ‘picuinhas’, mas com a informação e formação
profissional e acadêmica em que fui construído, pelos meus pais, pelos
professores locais e pela comunidade geral, que me fez um cidadão, não posso
apenas assistir decisões sendo tomadas sem a transparência e a participação da
população.
Esse comentário
visa contribuir com as decisões de vocês. Gostaria muito que o legislativo
municipal fizesse seu papel de fiscalização e acompanhamento das ações do
governo em favor da população, mas como não é uma prática municipal há muito
tempo, estou aqui me expondo como cidadão, fazendo esse papel.
Ouvir o povo e
discutir projetos é o papel de qualquer administração pública respeitosa e
digna, o que espero ser uma característica da Prefeitura Municipal de Jitaúna.