Léo, Teago e a cabeleira do Nery. |
A noite de sábado naquele dia 15 de março era
simples e seca, sem o efeito mágico de um pulsar diferenciado. Era um som
enamorado que não batia correto, pois não havia perto quem retribuísse o
sentimento. No lento momento em que me dispus a caminhar ao local, entre o
subir escadas e adentrar o pequeno vão de sons, encaro o Teago, dono da voz, e
sem tietagem observo seu anonimato entre os tantos e tão poucos espectadores
daquele show independente ainda incomum a realidade do local.
A Maglore talvez seja hoje a banda baiana
mais promissora , e olha que ela tem a companhia de nomes interessantíssimos que
já tem seu espaço no cenário nacional e internacional. Contudo foi muito bom
perceber o espírito juvenil e desgarrado de firulas de estrelismo. O show se desenrolou
magnificamente empolgante, com uma turma ambulante que sabia todas as músicas e
todas as pausas, que cantava com a alma os versos bradados de amores e
desamores que nas canções se contam.
No fim da farra, na calçada onde as pessoas
normais se encaminhavam aos seus devidos lugares, deu pra trocar uma ideia e
uma resenha com o Teago e o Léo, e perceber que os meninos são sonhadores e
moleques tão comuns quanto tantos, mas diferentes o quanto se permitem ser. Produzindo
sentimentos sonoros eles inundam o ar com um som que faz companhia nos dias de
solidão, e que embala as horas de amar, e...
“Quando eu dou por mim eu não estou mais tão sozinho, tenho a beleza da cidade...”
No show o Léo me contou sobre a gravação dessa música para o projeto Re-Trato do Musicoteca. E ficou muito lindo!