14 de maio de 2010

GuhZin e seus 19


 
No seu colorido intenso monocromático
pinta o caminho que escolheu trilhar
abrindo as portas com o sorriso métalico prático.







*Parabéns pqno ZIN!!!

13 de maio de 2010

O velhinho da sala de espera

No consultório médico;
Entro na sala de espera e ele já estava lá sentado em seu espaço do sofá. Ali em frente àquela figura inusitada uma senhora cristã balançava a cabeça abismada com as palavras daquele senhor. No auge de seus setenta anos ele ratificava seus pensamentos sobre o mundo e sobre os tabus que o cerca. Ele confirma mais uma vez a inexistência de deus, e usa seus argumentos bem fundamentados para validar suas ideias. Ela apenas se vale de trechos bíblicos para tentar rebater. Ele cita sua vasta coleção de informações (inclusive a bíblia) e termina o dialogo se valendo da oração seguinte:
- As religiões são fundamentais para satisfazer os ignorantes.
Não me interessa avaliar quem tem a razão na discussão, mas a sensatez daquele homem de uma época diferente, filho de nossa região e das limitações que a mesma oferece. Ali, ele com os olhos abertos para o mundo demonstrava a libertação da mente humana em sua plenitude. Talvez ele morra amanhã e não conheça os campos verdejantes do céu, mas pelo visto se ele imagina algo de além, não será algo tão monótono como vendem os pregadores financeiros do ambiente celestial.
Depois de uma manhã de espera veio a hora do exame e da despedida, ele me olhou sorridente depois de um belo diálogo sobre coisas vãs e etc. Seu olhar de uma vida me mostrou como é importante valorizar o conhecimento, e agregar a nossa vida um pouco da coletividade que cada ser vivente pode nos oferecer.
O velho se foi e eu também, mas permanecemos em nossa ânsia pela busca.

5 de maio de 2010

Tripulantes da Fragata Lunar

Dos mais distintos caminhos vieram os personagens desta aventura. A sombra da sensatez e da determinação caminharam seus pensamentos. Não deveria ser apenas um trecho esquecido de tempo, e não foi. Destinos cruzados como uma caneta e uma revistinha passatempo. As noites quentes da cidade sol embalando os dilemas, os conflitos e problemas que são possíveis em um ambiente social comum. Mas o quanto comum posso eu definir experiências fantásticas com pessoas tão distantes? De certo é que hoje já perto, tenho a afirmação da vida pra continuar minha busca, pois só através da arte de conviver é que posso me tornar um melhor ser humano. E sendo humano eu não estou só, mesmo que o nó na garganta de saudade que já me invade me surgirá uma fuga pra sorrir sozinho as minhas lágrimas. Eu não estou só. Tenho a alma marcada por pessoas diferentes em nossa igualdade, que enquanto passageiros tomaram o comando do leme e a partir de agora nesse barco com rumo definido é que o abrigo do colo da fragata lunar se torna o velejar solo dos botes particulares. Quando aportarmos no continente da realidade, sei que haverão dezenas de cabanas amigas a visitar, e isso me torna otimista, pois olhando pro mar do passado eu sei que meus amigos podem até não estar em meu campo de visão, mas as amizades não naufragam. Haja oceano para inundar minha alegria! Hoje é apenas mais um dia rumo ao tchau, mas já sinto a brisa feliz da despedida encher meu peito de vocês.






*** aos Bacharelandos em ADM. FAJ/2010.1

2 de maio de 2010

Protejam as Largatas

O meu olhar incerto as vezes toma por certo o que na verdade é apenas um julgamento tolo e rude sobre o algo observado. Talvez eu esteja errado, e é provável, mas não permito mais o egocentrismo de ontens atrás, pois já passou da hora dessas senhoras gordas que passam as tardes na televisão deixarem pra lá a novela e cuidarem melhor de seus maridos cansados. Pronto, dado o recado tolo passemos ao post válido (por assim dizer).
...
Eu e a praça nas manhãs de outono, seria um bom lembrete pra postar sobre o abandono, mas a praça estava cheia e a vida seguia normalmente até que uma largata apareceu em minha frente. Surgiu-me o insit pra essa vertente de idéias. 
Lembra do livro velho que sua mãe não lê mais, do amiguinho da escola todo estranho que você não deu bola, da pilha velha que se escondia no fundo da gaveta... Pois tudo pode ter proveito, ainda que não seja 100% confirmado, o fato de que o tempo é o melhor remédio para coisas que o nosso coração não vê apenas sugere que não é inteligente descartar as coisas que nos parecem distantes, inúteis, nojentas ou sei lá que outro repúdio mais.
Muitas vezes aquele amigo da escola que usava o óculos fundo de garrafa é o provável engravatado de sucesso - bom marido, bom pai e grande amigo; O livro de folhas desbotadas traz as informações que até então você procurava encontrar - um segredo antigo na borda, uma lição de moral pra vida, um ensinamento pro dia; Quanto a pilha, quem sabe falte energia e o que nos resta é a possibilidade de que elas funcionem na lanterna.
A verdade é que desprezar as coisas sem a analise devida é um equivoco pra vida, pois um item perdido pode retirar o sentido dos sonhos e das realizações.
Preservem as largatas do outono para que tenhamos borboletas na primavera.
...
Lembra do recado no primeiro estrofe, talvez ele sirva para alguém que insiste em reclamar da roupa suja dos vizinhos e anda esquecendo de limpar a própria vidraça. 
Ah! Não perca a graça de viver a vida permitindo-se sempre novas possibilidades. A perspectiva é fruto de visões individuais sobre um mundo coletivo. Por isso vivo minha loucura aqui, compartilhando.

Crepusculando




O laranja crepuscular que meus olhos enche,
inunda minha alma com saudosismo
pelo momento que ainda vivo.


...a saudade sempre precede a partida...

Os Amarelos do Manicômio

Estavam aos montes pelo bosque sombrio que a liberdade os oferece, era manhã e o dia começa tarde para os homens e meninos que habitavam aquele lugar. Todos amarelos em suas dimensões distantes. Um senhor socialmente vestido adentra a prisão dos alucinados, e encontrar seu filho - um menino aos 40 - e vive a tristeza e a dor que só aqueles que estão longe dos muros daquele ambiente podem sentir. 
Era dia de visitas no Hospital de Custódia e Tratamento em Salvador. Estava lá por motivos de trabalho e vi a incerteza que a mente humana pode nos proporcionar. Pode até ser que nem todos tenham adentrado malucos naquele espaço, mas com certeza as pílulas da alegria fizeram este trabalho. Não sentia piedade pelos internos, em sua maioria  criminosos - homicidas, estupradores-, mas me angustiava a dor dos entes ali perdidos. Conviver com a 'desinvenção' de uma vida que parecia possivel. Homens, idosos e meninos, entorpecidos para a sua própria segurança. Era o meu olhar da discrepância entre a realidade do mundo louco depois do portão e da sanidade dimensional que cada amarelo ali perdido a si fazia real.

- Senti-me espectador da miudeza humana.

26 de abril de 2010

Rebolation - uma evolução


O Reboletion é bom! Bom....!?

Não, você não está enganado! Eu sei que pode parecer estranho a minha figura vir a público defender esta criação impensada do axé baiano, contudo espere ver minha tese evolutiva antes de criticá-la antecipadamente. Quero antes afirmar que não sou um inimigo do axé, até me divirto, limitadamente no carnaval.

Para analisarmos é preciso ter por base dados fidedignos sobre a história deste estilo musical tão peculiar do Brasil. O Axé surge com os curiosos novos baianos, em especial na guitarrinha de Moraes (pelo que vi em documentários da TV) e popularizada na molequeira da galera dos anos 80, em especial com Luiz Caldas . Mas quero ressaltar a evolução das músicas deste estilo, que com o passar do tempo tem incrementado positivamente adereços importantes para a classificação de qualidade.

Se pararmos para analisar, na música Reboletion, ainda que sua letra seja composta por quase uma centena de repetições da mesma palavra, o fato de ser UMA PALAVRA já demonstra um avanço gigantesco na história. Não se esqueçam que até pouco tempo atrás o sucesso era uma junção de letras que por si só não tinham significado – ou alguém sabe o que é o bendito TCHAN? -, e um pouco antes um dos maiores sucessos do axé foi composto apenas com vogais, e permanece viva até hoje no inconsciente popular – AÊAÊAÊAÊ EIEIEIEI ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ.

Para reforçar a criatividade e originalidade o individuo responsável pelo reboletion ainda criou uma modalidade musical bilíngüe simultâneo, através do uso do Portunhês.

Então meus amigos e leitores, é bom saber que já foi pior. E o mais importante- acreditem! -, um dia ainda iremos ouvir um grande sucesso desses que colam no crânio com uma frase completa. Pode demorar, mas temos sinais de avanço.

11 de abril de 2010

sorriso no céu




O sorriso da lua crescente numa noite de frio 
é como um convite as minúciosas delícias 
que a vida nos reserva secretamente.









- registro de uma noite passada, quando a vontade de correr sem destino me esvaia pelos olhos -

Meu problema com o tempo

O homem é um ser completo e imperfeito pela sua própria natureza. Não sou Darwin para explicá-los, meus caros leitores. Também não sou o Duque Osório para transformar esta singela oração em hino. Quero por meio desta afirmativa vaga, confirmar minha visão um tanto quanto ineficaz de que já basta de tantas teorias para nos reafirmarmos quanto às certezas de até aqui, sendo que o mais interessante é a certeza da dúvida constante daqui pra frente.
Ontem eu era um demente pela minha incompreensão de que o agora é uma variável inconstante daquelas ações anteriores, hoje já não tenho tanta convicção de que o futuro é resultado e não parte do produto desta operação insensata que é a vida. A linha do tempo é uma questão quântica ilógica e impensável para meu pobre raciocínio baiano.
Sobre essa corda bamba de duas vertentes, - de um lado o passado que cresce vertiginosamente a cada novo momento vivido, e do outro o futuro que se desgasta na mesma proporção que o seu antagônico antônimo - vive a plenitude da percepção de que o presente é algo abstrato e irreal, termo criado apenas para produzir a sensação de que podemos fazer alguma coisa para alterar o destino.
O destino continua sendo responsabilidade individual de cada um, o que muda pra meu conviver com a vida é a certeza de que toda ação tomada é algo no tempo anterior ao que há de vir, portanto não posso me culpar tanto se alguma decisão não for devida para o devido momento. A vida não deve ser recheada de lamentos quanto à inapropriação indevida do tempo, ou da perda inexplicada do mesmo por motivos desnecessários.
Vou viver o futuro presente através das lições que meu caderno de viagem registra. Passei algum tempo distante; foi por algum motivo que não sei ou não saberia explicar, o fato é que pouco importa. Tenho ainda alguns segundos de vida há registrá-los aqui, então melhor não perdermos tempo, ou a chance de sermos um pouco mais loucos, como creio que fui nessa soma de palavras acima.



P.S.: Se você não entendeu nada, me desculpe, mas isso não é problema meu.