5 de novembro de 2010

no Tabuleiro Social

Ao acordar me vejo no reflexo do espelho e imagino quem me olha de lá. Dentro do ambiente fechado do banheiro começo a analisar quantos contatos indiretos fazem parte da minha vida, quantas pessoas desconhecidas produziram peças de acomodação para o meu dia.
O cara da fabrica de torneira, o da empresa de cerâmicas, de tintas, o cara do creme de barbear e o da escova, todos eles interferem na minha rotina. Eles produzem ações que me promovem facilidades. Mas ainda assim não me conhecem. Eu também não os conheço. Mas sei que a interferência tem um preço e eu também devo pagar. Em algum lugar alguém se reconforta com o resultado que eu produzo. Todos temos papeis a realizar no nosso ambiente micro, que por vezes reverberam no macro. Isso é um jogo interminável de ligações discretas entre os participantes.
Agora que terminei minha higiene bucal, é hora de fazer a minha parte.
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A sociedade é um organismo de imperceptíveis relações.

Um comentário:

Magno Wert disse...

Um homem estica o arame, outro o endireita, um terceiro corta-o, um quarto o aponta, um quinto esmerilha o topo para receber a cabeça; para entao fazer a ponta do alfinete.