Certa vez um rapaz sem dotes
físicos extravagantes, que tinha em seu conhecimento matemático seu maior dom,
se apaixonou por uma linda estudante de Letras. Por muito tempo ele viveu o
encantamento de maneira secreta, sem se arriscar a decepções. Todos os dias
observava o desfilar de sua musa pelas áreas comuns da universidade, contudo
nunca sentiu coragem suficiente para abordá-la. Sempre que seus olhares se
cruzavam ele desviava sua atenção com vergonha da situação.
Um dia, cansada de tanto
esperar pela iniciativa daquele rapaz inseguro e tímido, a garota foi ao seu
encontro e indagou:
- Bom dia! É impressão minha
ou existe entre nós interesses além do âmbito estudantil. Vejo você me observar
todos os dias e sempre espero ouvir sua voz, mas em silêncio retorno a minha
rotina, curiosa a respeito do pensamento desse rapaz que tanto me instiga.
- Desculpe-me, Bom dia! Não
tenho a intenção de constrangê-la, mas meu coração pulsa numa frequência
descompassada, em velocidade incalculável, fazendo com que minhas resoluções
sobre a vida pareçam inexatas. Partindo deste princípio de ausência da razão e
da perspectiva ínfima de possibilidade da correspondência na sensação e desejo,
me privei da tentativa.
- Que pena que você não se
permitiu. Pelo pouco que conheço de estatística ao menos 50% das chances seriam
positivas aos seus interesses. É preciso ser mais confiante.
- Eu sou, mas depois de
calcular todas as variantes que me possibilitariam êxito nessa conquista, não
encontrei equação que me favorecesse. Se você vê uma alternativa para que eu
consiga o seu amor, me apresente, por favor!
Ela de maneira discreta pegou
um guardanapo na bolsa, ofereceu um sorriso e um olhar convidativo, e com a
caneta esferográfica rabiscou brevemente...
35-3WV
Ele passou alguns segundos
analisando a singela equação e sem compreender questionou:
- Qual sua intenção com a
representação destas incógnitas incomuns?
- Ah, desculpe! O papel está
de cabeça para baixo.
...
Todo sentimento é reflexo.
Primeiro é preciso se amar para oferecer o melhor do amor.
4 comentários:
Lindo.
Cálculos, tentativas de precisar o impreciso. Devaneios que aprisionam. Equações indecifráveis que podem enlouquecer quem tentar desvendá-las.
A grandiosidade da singeleza não se calcula! Percebe-se, inunda... Sente-se!!!
É belo. E deveria ser real.
-
Mas falta um acento no é.
rsrsrsr
Thaís, juro que tentei, mas o teclado do PC onde foi digitado tal texto não colaborou....
Em tempo corrigirei.
...
Obrigado pela leitura a todos!
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