Existem pessoas que nasceram iluminadas por estrelas mágicas que só atraem belezas e amores, existem os que infelizmente nasceram em dias nublados e tem a difícil tarefa de conviver com a chuva diária de sentimentos. Eu não sei ao certo o tempo, mas quando nasci garoava levemente e ao fundo era possível ver o sol brilhar, daí minha triste e enfadonha sina de ser o mestre em desiludir, em amar e não cuidar, em ser um popular solitário.
Não, não quero me fazer de vítima. Nessa história infelizmente eu sou o vilão, aquele que cultiva as flores para vê-las murchar no vaso sobre a mesa. No meu íntimo tenho essa infeliz facilidade devido a paternalidade com que cuido das queridas belezas que me cercam, mas na verdade sinto que sou doutor mesmo é na arte de sacrificar meus desejos em prol da certeza de que não serei eu a machuca-las, mas inevitavelmente é isto que acabo causando.
A dor proveniente da desilusão é a ingrata dúvida constante que não tem resposta devido o meu turbilhão de incertezas particulares. Eu sou o homem dúvida, o ser incerto, o mais perto do que se pode chegar da indefinição. O Sr. Desilusão que me criei é um monstro ingrato que invade o peito das donzelas indefesas e intocáveis que eu nunca deveria conhecer. Honestamente não sou um galã, nem um vigarista, não sou herói, nem destruidor, mas é esse intermeio de seres, indecifrável, que apresento para o mundo, que me envergonha e me emudece.
Seria melhor se eu não amasse, se eu não fosse assim tão eu, se o mundo fosse pura dor e realidade, assim minha fantasia de romantismo não atingiria ninguém, nenhum coração perdido esperando para se encantar. Eu me condeno por cada lágrima alheia derramada, mas espero e torço para que minhas amadas se encontrem em braços que saibam as acalentar.
Sou um ser errante, amante, errado.
Um comentário:
VC me inspira , meu camarada!
rs
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