BinóculoMíope - 5 anos
Era fim de tarde quando meus
dedos se puseram sobre um teclado com o intuito de iniciar uma nova diversão.
Era o fim de uma fase, no entanto desconhecia. E foi de maneira estranha e sem
cuidado que meu estado de solidão se ocupou de palavras para desvendar cores
minhas, segredos que foram se criando sobre a escrivaninha, as mesas que antes
repletas de versos se viam com textos diversos em caráter de exposição. O homem
metade moleque naquele instante era mais sóbrio então.
Desviei-me de vários caminhos
enquanto meu ninho perdia calor, mas sempre revistava os cantinhos dos meus
desatentos cadernos onde certo habitava um restinho de amor. E fui sem saber
pra onde, sem saber se quando, nem sequer querendo... Me fiz um rapaz insonso, um
pai discreto, um homem fosco. Em meus delitos mais modesto é que me entrego
como sou, entre os segundos que restam desse desalento vivo os bons momentos
desse ser ator.
Eu finjo viver uma felicidade tão
completa que me encanta e me acerta em verdade o coração.
“O poeta é um fingidor...”
Um comentário:
Meu velho e querido amigo que saudades...
Apareça
Postar um comentário