Uma multidão caminha sob o sol na cidade entre a pedra e o mar. É para lá das águas da lagoa que aquela procissão se direciona, numa ânsia infinita de sorrisos discretos tentando disfarçar a satisfação de ter chegado. Primeiro é o silencio de se perceber, depois a euforia de se apresentar. E sob a imagem do mundo que lhe impulsiona cada individuo a sua maneira registra sua conquista.
Todos juntos numa direção pelo som que mexe com com nosso espírito, com nosso fervor quase celular por se entregar ao delírio de ouvir, ver e compartilhar essa tal felicidade que nos abriga. E começam os shows, as vozes se fazem ecoar, não apenas daqueles que estão ali para mostrar seu trabalho, mas principalmente daqueles que querem demonstrar seu amor, sua alma incansável. No Rock o que menos importar é a idolatria pela figura, mas a alucinação pela mensagem. O coro unido comove até mesmo o autor tão acostumado a ouvir seus versos, e as vezes basta uma onomatopeia para fazer brilhar os olhos de quem está acostumado aos grandes eventos. Não sei exatamente quantos estavam ali, muito menos quantos queriam estar também, mas posso afirmar que em cada um que se aproximava da ideia de lá estar ali abria-se uma caldeira de emoções ao som do primeiro acorde.
Depois veio o cansaço satisfeito de ter se permitido, veio o alívio por ter presenciado, a certeza de que se fez parte da história. E numa caminhada de espíritos molhados pela chuva de um céu entristecido por ver o fim, caminhava ali a certeza de que nos próximos haverão ainda mais motivos para se comemorar. No próximo meus amigos, estaremos juntos.
Um comentário:
Belas palavras para descrever o que vc vivenciou e com certeza será uma experiência inesquecível. Sou uma das pessoas que gostariam de estar lá naqueles dias e noites de diversidade musical e que encheram de alegria quem estava presente no Rock in Rio ou apenas quem estava apreciando de longe, como eu, rsrsrs. Parabéns Rafha, vc faz parte da história do "RIR"!!!!!!!!!!
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