Era eu, o silêncio e a companhia.
Naquelas noites em que sentado eu espalhava sonhos por destinos diversos a alegria de reorganizar as páginas soltas daquele velho atlas ouvindo as palavras doces de seu imaginar, eu me lançava por um mundo singelo de satisfação. Ali o Gabão, a Tailândia, os países do leste europeu e até as ilhas do pacífico me pareciam miragens possíveis de me imaginar não só. Quando o sorriso que me observava soprava em minha nuca um sentimento de reciprocidade, o mundo se resumia naquele espaço de cimento e tijolos.
Sem entender até hoje como se delimitam as fronteiras, vivo meus caminhos tortos na esperança de um dia não caminhar tão só. Sabe-se lá o porque dessa afeição pela solidão, mas vou meus passos desenhando numa folha solta com um giz de cera o meu mapa particular.
Ali no rodapé dessa imagem que ainda não se apresentou, pois é futura, virá descrito "Ele, o silêncio e a companhia". A felicidade há de se apresentar.
Enquanto isso eu carrego um mundo em minhas costas.
2 comentários:
Quando a gente não sabe pra onde quer ir nenhum vento é bom.
Texto bonito : )
Lendo esse texto, fica até difícil não recordar das tardes de domingo, dos rostos, canções e dúvidas. Dias assim, ficam marcados sempre nas lembranças daqueles que de alguma forma ou momento ou por vida foi especial. Felicidades.
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