22 de abril de 2009

Boa Sorte, TERRA!

Do ventre de um tempo perdido surgiu o berço de nossa existência, este canto querido que nos foi ofertado pelos deuses do ego e ao qual não é dado o devido valor. O planeta que não é nosso - e ainda assim insistimos em determinar limites e proprietários.
Mudamos os cursos da história através de ações impensadas e limitadas ao nosso olhar sob esta viseira de burro humanóide. Pobres seres estes capazes de se pensar superiores, não vêem o passo seguinte, não vêem abismo que se aproxima do aconchego de seu lar. Aquela velha premissa bíblica do fim do mundo é uma triste inverdade, o mundo não vai acabar. Não sozinho. Nós acabaremos com ele. Quando vejo os outros habitantes em suas ações, o meu peito se enche de vergonha. Como posso eu, ser pensante, devastar algo tão precioso como meu espaço no universo, meu aconchego vital. Seriam os humanos uma espécie de vírus como os filmes hollywoodianos insinuam ser? Infelizmente essa é a analogia mais próxima que podemos criar.
Haverá um dia em que minhas palavras nada significarão. Os sobreviventes não terão acesso a nossa língua, não saberão identificar sinais, serão outros grupos de vida, de seres. E espero que ao menos tenham a capacidade de entender que importante não é evoluir em busca de poder, pois não existe poder maior do que a condição da vida. Os vivos determinam seu caminhar, o resto é adubo orgânico.
Fico me perguntando o que posso fazer para ajudar o planeta, e infelizmente percebo que nada seria tão importante como minha morte, assim deixaria de consumir os recursos, e destruir o ambiente. Qualquer outra ação serviria apenas para amenizar o estrago causado. A solução então seria o suicídio, mas meu ego não me permite. Então planeta Terra me desculpe por assistir tudo de camarote.
Numa película ouvi a seguinte afirmação: “se o planeta morrer, o homem morre com ele. Mas se o homem morrer, o planeta viverá plenamente.” Então que seja assim, que meus netos sejam mais inteligentes, menos egoístas. E ao Planeta: -Boa Sorte!

Um comentário:

Augusto Andrade disse...

Bem inspirado pelo filme de Raul Seixas... hein?!

rsrsrs

Ficou bom! E estamos ruins...


Temos que acabar com a gente!
Eu sou egoísta... rsrs


Abraços!