25 de abril de 2009

Crônicas de eLe - XVIII

NOVAS NOITES, NOVOS DIAS
Aquela noite fora a melhor coisa não imaginada que poderia lhe ocorrer. eLe, ainda flutuante, retornava ao seu lar com um sorriso bobo na face. Já se passava das vinte e uma horas e o tio preocupado sem notícias do mancebo apaixonado o aguardava na sala de estar. Invadindo seu lar foi logo explicando o que ocorrera, nem deu ouvidos aos conselhos e sermões de seu tutor.
O menino tinha a felicidade estampada nos olhos, e isto lhe impedia de ver qualquer outra coisa que não fosse a imagem encantadora de sua amada. A doce Eugênia não tinha idéia do que ocorria com eLe, mas o mesmo queria acreditar que onde estivesse ela, estaria vivendo a mesma sensação de euforia incontida.
Banho e cama. Deitado ainda saboreava as lembranças do encontro mágico. Aos poucos foi se permitindo encontrar o sono, mas não se desfez em nenhum momento daquele sorriso fácil que lhe escapava dos lábios – a prova do crime de seu estado de amor.
...

Os dias se passaram e em todos eles algo novo se imprimia eterno, a presença da menina de mãos de orvalho. Os dias no trabalho eram intermináveis na espera para que logo estivessem juntos, e ao fim de cada dia um novo cenário urbano era descoberto.
Já não se fazia segredos aos colegas e amigos, a rua estava cheia daquele amor juvenil. Ruas, becos, pontes e muros incontáveis já sabiam de seus sentimentos. Na flor da mocidade o amor tende a ser uma coisa de exposição absurda. Nem os astros do céu podiam fingir não saber.
E tudo rumava agora lentamente para que ao máximo pudessem apreciar seus momentos. O mundo, agora confortável e leve, era um pomar exótico para as observações do menino do sol. Havia encontrado seu paraíso.
Mas para tudo na vida existe um porém.

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