12 de outubro de 2012

¹/2 decáda



BinóculoMíope - 5 anos 

Era fim de tarde quando meus dedos se puseram sobre um teclado com o intuito de iniciar uma nova diversão. Era o fim de uma fase, no entanto desconhecia. E foi de maneira estranha e sem cuidado que meu estado de solidão se ocupou de palavras para desvendar cores minhas, segredos que foram se criando sobre a escrivaninha, as mesas que antes repletas de versos se viam com textos diversos em caráter de exposição. O homem metade moleque naquele instante era mais sóbrio então.
Desviei-me de vários caminhos enquanto meu ninho perdia calor, mas sempre revistava os cantinhos dos meus desatentos cadernos onde certo habitava um restinho de amor. E fui sem saber pra onde, sem saber se quando, nem sequer querendo... Me fiz um rapaz insonso, um pai discreto, um homem fosco. Em meus delitos mais modesto é que me entrego como sou, entre os segundos que restam desse desalento vivo os bons momentos desse ser ator.
Eu finjo viver uma felicidade tão completa que me encanta e me acerta em verdade o coração.


“O poeta é um fingidor...”