É comum julgar outras atitudes que não condizem com nossos princípios, assim como também é comum condenar aquele que julga. De fato nada parece tão importante quando se fala em julgamento, porém existe uma necessidade em se observar as ações para tomá-las como exemplos.
Porque estaria eu, esse pobre e simples mortal, discutindo sobre o ato de julgar!? Algumas pessoas nos permitem tê-las como exemplos a serem seguidos, não por serem melhores, ou por já alcançarem conquistas que encham os olhos, mas por simplesmente viverem momentos que nos criam uma saborosa inveja. Ao mesmo tempo outras tantas confirmam com atitudes rídiculas os rótulos que a sociedade hipócrita, a qual fazemos parte, lhes doa.
Eu poderia falar de algo menos desagradável, mas como não citar uma circunstancia tão comum a todos quanto essa. Todos estamos em ambos os papeis, tanto como acusador, quanto como vítima. todos os dias dirigimos nossos olhares e percepções aos outros, e recebemos o mesmo em retribuição.
A atitude de julgar vem do berço humano. Os primitivos reuniam seus guerreiros para formar um grupo selecionando os mais fortes; Caim matou Abel acreditando que era menos querido; Cronos engolia seus filhos crendo que seria derrotado (e foi). Inclusive Deus, o próprio, pop e sarcástico, criou o Juízo Final, para se deliciar com a possibilidade de condenar ou absorver a sua devida vontade. Portanto, dentre todas as estórias da formação humana sempre saltarão exemplos de julgamentos, errados ou corretos. De fato, julgar é algo normal.
Bem, depois de toda essa balela, o que mais me espanta é que vivemos o sonho de não ter a necessidade de dar satisfações, o sonho de liberdade. Mas mesmo quando estamos sozinhos, isolados do mundo, e escondidos dos olhos alheios, temos que julgarmos-nos, temos que interpretar nossas escolhas, e temos que nos dar uma sentença que nos permita ser melhor.
Julgar é uma atitude vital.