31 de janeiro de 2012

a - som - brado...1!

Quando me perco em madrugadas lentas e nada sonolentas eu divago no vão de versos alheios. Nesse meio eu me proponho a apresentar.
Escute, vale realmente a pena.

Cícero - Ensaio sobre ela
Criolo - Não existe amor em SP
Gustavo Telles e os Escolhidos - Do seu amor primeiro é você quem precisa
MIM - Pra longe
Tibério Azul - Quando Maria me fundou o carnaval
Música de Ruiz - Mais um dia
China - Overlock
Barbara Eugênia - Haru
*Mallu - Velha e louca
Lirinha - Ela vai dançar


Os Cds estão disponíveis para baixar nos sites:
*e o que não estiver disponível dá pra ver no youtube.



22 de janeiro de 2012

Cartas de Verão - II

º- O céu, a areia e a tua alegria

Foi quando vi tua boca em outra na beira do mar que percebi que já não há mais o que fazer para reverter o sentido da maré. Demorei muito para encontrar o teu sorriso fácil e valorizar o teu querer presente, agora já não vejo mais na gente a sorte de se embalar no balanço de desejos incomuns. Somos seres em correntes inversas e já não há mais pressa em se reencontrar.
Aquela areia sob seus pés são testemunhas de um momento que nunca seria nosso. Posso deitar tranqüilo, pois sinto que teu brilho já encontrou outro astro de vasto sentimento pra te acarinhar. Que a brisa te carregue leve para os sonhos mais bonitos e que o riso dessas tardes quentes ganhe o vão do tempo rumo ao infinito de tua felicidade.
Com a idade a gente perde a precipitação e adquire a compreensão sobre o egoísmo. Invejo a tua estada, mas me alegro com teu caminho já não mais solitário. Sob o sol vermelho que se deita na linha do horizonte vejo de longe tua estrela de novo a se iluminar. Não serei farsante e negar que seria um delírio possuir, nem que seja por um instante, a vaga de quem te tem. Mas meu bem a vida é mesmo assim, e o verão é diferente pra cada um.


19 de janeiro de 2012

Cartas de Verão - I

º- Empório dos Desejos

Quando o sol dorme a chapa da terra se matem em brasa pra fazer da nossa casa um inferno noturno particular. Longe, teus braços não sentem o suor que se desloca do meu corpo feito lágrimas de desejo, feito saliva em beijo de tesão.  Líquidos pelo espaço do quarto e o teu cheiro em sentido ilusório se torna mais um item nesse empório de coisas que quero e continuo sem possuir.
Longe léguas daqui em algum lugar do vasto mundo teu corpo de um doce absurdo é saboreado por bocas famintas. Inveja, não raiva, de uma imaginação fértil que não acredita no desperdício de teu sono solitário. Queria estar no páreo pra dividir contigo depois da linha de chegada o calor dessa louca caminhada que é ir e vir todo dia ao dormir e acordar. O meu sono é uma passagem para uma terra de nós dois onde o intenso instante é o agora interminável.
Aqui meu corpo evapora na lembrança de algumas horas em que o tato ganhava real sentido, quando a soma se concretizava e se cristalizava para ser acessado em momentos como esse em que eu sumo no silencio fervente de uma noite escura. Espero que o sonho dure o tempo de te encontrar, e que esse despertar ocorra antes do fim de mais um verão.

15 de janeiro de 2012

Amor nos anos 90


blur - girls and boys

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E se o mundo fosse outro, pouco diferente desse de hoje, sem as aversões alheias ao que não nos é comum, sem a estranheza pelo normal. Se fosse um mundo sem o mal de imaginar que a razão é aceitável em um âmbito individual, desde que permita ao coletivo não o senso comum, mas a satisfação de cada um, respeitando para isso os limites da ofensa. Sem que fosse possível ofender ao desfazer em ação o que o outro pensa ser certo. Seria esperto e interessante enfim ser feliz. Cada ser sendo o que se quer sem  a opinião de uma comissão critica  para avaliar o andar do pé. Livres os rumos seriam outros.
Que seja o que for! Nada na real vale tanto quanto 
se fazer feliz.

Quero ver o sol se pôr.
Já é tempo de mar e amor.

7 de janeiro de 2012

Parcela do Dia


A música começa no fone do individuo alucinado que corre pela rua da cidade assustada, quando do nada aparece o monstro do ônibus rompendo as fronteiras da via, ele desvia e sobrevive ao primeiro suspiro sem imaginar o que há de vir, mas adivinha o que precisa fazer para ter o que almeja com aquela fuga vibrante, como um amante fugindo do dono da casa, ele extravasa a sua alegria em um temor evidente na face sorridente de quem pressente que o fim se aproxima, ai se apruma no passo e desembaraça as idéias inúmeras que na cabeça se confundem e se consomem vorazmente em profundos pensamentos vãos, essa cabeça base de um outdoor gigante de uma marca qualquer em brilhantes num boné sem graça e desgastado que faz do ser usado um usuário satisfeito, desfeito de qualquer sensibilidade coletiva se imagina o dono do mundo, mas no fundo se sente um só no meio do modo industrial de produção, induzido a acreditar que seu caminho é sua opção quando na verdade não, ainda assim faz um bem a si aceitando que na rota abrem-se portas de maneira horripilantemente estranhas quando nas entranhas pára para analisar que não foram suas mãos as desbravadoras, sem demora vê as horas e adentra o ventre da minhoca mecânica sobre trilhos no aperto colossal das células que rumam para o mesmo lado, seguindo seu fado rotineiro de costumes pontuais observa os vizinhos de transporte, seres grandes e fortes independente de suas feições, que cumprem suas sinas no anseio da satisfação e das alegorias pra se viver, ele não vê que é mais um, igual a eles, eu e você, e continua sua estrada, desce calado e distante quando um braço infante lhe suga da trama, destila fúria até percebe quem lhe convém, então derrama sorrisos, abranda seus passos e vivos terminam o caminho chegando ao lar.



Resumindo:
Ele sai do trabalho correndo, desvia de um ônibus na rua, pega um metrô lotado, desce no terminal, sua mulher o encontra e juntos vão para casa.

Não há momentos sem graça, 
a graça está em vivê-los.

+ caminhos nos meus passos


Os dias se somaram até virar a página do calendário. As pessoas partiram, outras chegaram e eu continuo aqui. Sobre o meu passeio os lagartos aceleram o passo queimando as patas no cimento quente. Além do gramado amarelo os meninos magros de pele encardida se sujam mais na água triste e ‘lodenta’ do rio. Meu filho febril choraminga a ausência, no telefone a saudade também requer paciência e eu me viro acalentando as vontades de duas crianças na terceira idade a respeito das finanças da casa. 
O sol lá fora queima em brasa e eu aqui na sala de estar vejo a estação passar num comercial de tv.


Vir ver o verão
é diferente de VIVER o verão.


Mas a minúcia também tem suas maravilhas. Então aqui do meu barco vou rumando para ilha desconhecida que promove meus passos. Um dia ei de encontrá-la encravada no pacífico oceano de meus sonhos mais reais. Esse é mais um ano de buscas.