18 de março de 2012

Vida a Dois

Acorda devagar, sonolento em um lamento incrivelmente conquistador fazendo com que me demore um pouco mais na cama. Faz um drama ao se encontrar com o banho matinal. Sua refeição faz as pressas e desliza pra sua rotina empolgado com mais um momento de se expandir. Em casa me anima o sol a organizar tudo pra ele. 
Limpo o espaço, refaço seus passos do dia anterior e vou guardando a bagunça que só ele é capaz de fazer. Espero o horário para novamente o encontrar. Depois do almoço o soninho da tarde, e me invade a alegria de um minuto de paz olhando seu descansar merecido, depois de tantos gritos e conflitos por nada que tenha sentido na verdade. A implicância é uma boa parte de seu comportamento normal. Ele é confuso e carente, o que talvez a genética explique. Mas o fato é que complica tudo que parece óbvio, fazendo de cada palavra trocada uma dádiva de momento singular. É fácil de requerer amor, difícil de entregar. Me beija no compromisso de um pedido, e abraça quando nada quer. É singelo em saber amar.
Seu sorriso de quem acorda novamente vibrante é assustador e revigorante. Ele sai quase sempre depois, pra ver o sol se pôr enquanto a rua ferve no rush pré-anoitecer. Depois é o programa natural das noites em casa: café, deitar e televisão. O controle em minha mão é só pra colocar no canal que ele quiser. E assim, imperador de meu caminhar, vai sorrindo para cama me esquentar o peito numa 'conchinha' que destrói qualquer sentimento infeliz do dia que se encerra. Na minha mão ele pega, contando os dedos num ritual sagrado até que o sono o derrube nos braços dos sonhos angelicais.
Ele é meu homem, meu centro, meu mundo. 
Meu Super-Homem, safado e astuto.

Feizin em ação. (rs)

2 comentários:

Augusto Andrade disse...

Bonito.

-

Anônimo disse...

Confesso que chorei...
E aquele sentimento natural de ser mãe me vem...
Lindo amor de pai!
beijos qrido, em dobro!!!