29 de abril de 2009

Crônicas de eLe - XIX

DESGOSTO
Diante de uma representação tão genuinamente verdadeira do amor na sua essência juvenil da irracionalidade e realização que preenche a alma e se resguarda no abstrato poço cardíaco, apenas um personagem não parece satisfeito. Seus motivos são claros, mas não morais.
Aquele que não se alegra com a onda calorosa de felicidade que os jovens irradiam é o pai da moça. O homem sabe que seu pensamento não é correto, mas age assim por impulso ou por omissão de seu caráter que nunca funcionou por caprichos do sentimento. O pai e o patrão de eLe eram a mesma pessoa, o seu Arnaldo , dado que o garoto não conhecia.
Percebendo os comentários dos outros empregados, seu Arnaldo estava muito insatisfeito com tal relacionamento, e seu pensamento não se conformava.
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¬Como poderia sua filhinha, bem criada, conhecedora do mundo e dos caprichos de sua classe social se permitir um elo com um rapaz de posição inferior. Apesar de sua beleza exótica e seu caráter até então inquestionável, eLe é um empacotador ‘sem condições’ ao lado de uma princesa que sempre realizou as suas vontades. Seria essa mais uma vontade dela, enfrentar seus pais por meio de um namoro indesejado?
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Sem ter convicção de que atitude deveria tomar, levando em conta o comportamento tão correto que o rapaz apresentava no trabalho, além é claro do episodio em que se conheceram, deixou que as coisas corressem naturalmente. Na verdade ele imaginava que aquele interesse da menina acabasse logo, como acontecia com seus presentes, como um desejo fútil e passageiro.
...
Enquanto isso os enamorados continuavam se amando como se cada dia fosse o último, sem saber que este se aproximava

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