2 de maio de 2010

Protejam as Largatas

O meu olhar incerto as vezes toma por certo o que na verdade é apenas um julgamento tolo e rude sobre o algo observado. Talvez eu esteja errado, e é provável, mas não permito mais o egocentrismo de ontens atrás, pois já passou da hora dessas senhoras gordas que passam as tardes na televisão deixarem pra lá a novela e cuidarem melhor de seus maridos cansados. Pronto, dado o recado tolo passemos ao post válido (por assim dizer).
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Eu e a praça nas manhãs de outono, seria um bom lembrete pra postar sobre o abandono, mas a praça estava cheia e a vida seguia normalmente até que uma largata apareceu em minha frente. Surgiu-me o insit pra essa vertente de idéias. 
Lembra do livro velho que sua mãe não lê mais, do amiguinho da escola todo estranho que você não deu bola, da pilha velha que se escondia no fundo da gaveta... Pois tudo pode ter proveito, ainda que não seja 100% confirmado, o fato de que o tempo é o melhor remédio para coisas que o nosso coração não vê apenas sugere que não é inteligente descartar as coisas que nos parecem distantes, inúteis, nojentas ou sei lá que outro repúdio mais.
Muitas vezes aquele amigo da escola que usava o óculos fundo de garrafa é o provável engravatado de sucesso - bom marido, bom pai e grande amigo; O livro de folhas desbotadas traz as informações que até então você procurava encontrar - um segredo antigo na borda, uma lição de moral pra vida, um ensinamento pro dia; Quanto a pilha, quem sabe falte energia e o que nos resta é a possibilidade de que elas funcionem na lanterna.
A verdade é que desprezar as coisas sem a analise devida é um equivoco pra vida, pois um item perdido pode retirar o sentido dos sonhos e das realizações.
Preservem as largatas do outono para que tenhamos borboletas na primavera.
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Lembra do recado no primeiro estrofe, talvez ele sirva para alguém que insiste em reclamar da roupa suja dos vizinhos e anda esquecendo de limpar a própria vidraça. 
Ah! Não perca a graça de viver a vida permitindo-se sempre novas possibilidades. A perspectiva é fruto de visões individuais sobre um mundo coletivo. Por isso vivo minha loucura aqui, compartilhando.

2 comentários:

Hellen Portto disse...

Obrigada !!!

Thaisinha... disse...

E se tivesse achado a pilha antes e já usado,como ficaria no escuro?

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Que voem as velhas largatas!