11 de fevereiro de 2011

O que se esvai de mim

Estou num globo da morte onde cada minuto de tempo me exige gotas infinitas de sentimentos distintos. A música de circo não soa ao fundo, me toma o silêncio da expectativa alheia a respeito do que posso me permitir. O calor me consome agora também de fora pra dentro, como se fosse possível uma múltipla explosão ao encontro do fogo que me habita e a temperatura exaustiva que me cerca. Meu corpo sua na ânsia de que passe rápido todo receio que me crio.
Estou em pleno verão de mim. O sol se acende no meio do peito, e as gotas se evaporam segundos depois de nascer. Aqui agora o que se esvai é parte daquilo que deixei distante, mas que queima toda vez que me lembro. A saudade é uma fogueira, basta uma fagulha de lembrança e eu tenho um incêndio pessoal.
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Texto escrito numa lan house no verão de Itacaré sem o auxilio do ar-condicionado. O que sobrou saiu desidratado.

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