30 de junho de 2009

Em pedaços

Acordei e a madrugada ainda reinava num céu escuro e frio. Em mim, algo queimava anormal. A febre que me escaldava na cama sob toneladas de cobertores, parecia conduzir-me para um iglu distante. Não ouvia nada que não fosse meus dentes rangendo. Estava só e as horas se prorrogavam como se o sol estivesse com preguiça de acordar.
Levantei sorrateiro, meu corpo doía como um todo. Cada pedaço dava a impressão de que queria se soltar do corpo cansado e quente. Caminhei pela casa deserta, mediquei-me indevidamente como me ensinou o lar, e pus-me a esperar a alvorada. Acordei afogado em meu suor, mas o corpo ainda quente. Passei o dia acima dos 38ºC.
Agora escrevo esperando o sono chegar. A temperatura é a mesma, o deserto também. O sol queima internamente nessa madrugada de inverno. O dia me distrói.

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