10 de julho de 2010

Pontos no Mundo

Mais uma vez você embarca numa jornada comum da rotina, ou quem sabe numa inusitada viagem ao longo do desconhecido. De certo você leva a convicção de que passeia sobre a crosta terrestre, que vislumbrará paisagens belas e estranhas, que observará cenas inéditas na temporalidade da vida e que - sem nenhuma dúvida - passará por alguns pontos. Podem ser diversos pontos: de parada, de interrupção da viagem, e principalmente os de vista.
Sabe quando durante uma viagem noturna um ônibus pára envolto em um breu total e descem alguns passageiros desconhecidos, e você inconscientemente deixa escapar: - Que p#$%* de lugar é esse!?
É sobre esse momento discreto de nossas vidas que tais palavras querem tratar. O mundo não é o percurso decorado que você percorre cotidianamente da sua casa para o trabalho ou para a escola. O mundo não é a praça no centro da cidade, não é o bairro que mais lhe parece um parque de diversão, não é o entorno do seu belo e sensual (talvez) umbigo. A nossa vida não se resume aos habitantes desse lugares já dominados pelo reconhecimento espacial. Nós vivemos no Planeta Terra, e nada (a não ser a nossa própria vontade) nos impede de criar conexões com esses mundos distintos e até então desconhecidos.
Imagine a viagem mais longa que você já fez na vida, e imagine a grandiosidade de detalhes que estão inseridos em cada centímetro percorrido por seus olhos através dos vidros. Sinta cada vida que lhe passou despercebidamente, como se fossem meros figurantes de nosso espetáculo particular. Naturalmente cada um é sim protagonista de sua estória, e é inevitável esse comportamento egóista de supervalorização, contudo é sempre bom relembrar que cada um faz sua atuação neste filme sem roteiro e que em momento algum será possível julgar imparcialmente a qualidade do seu ponto e da sua atuação.
Aproveitemos a liberdade de locomoção que seja possível e não nos privemos de desbravar o novo, afinal lá tudo será possível até que se prove o contrário. Utilizemos as habilidades dos membros inferiores e das mais variadas invenções humanas. Quem cria raíz é planta, então espanta esse comodismo que já lhe habitua e pense diferente. Aquele ponto no breu pode ser uma bela paisagem de Rembrandt, depende da luz, dos olhos e principalmente dos desejos dos que figuram por lá. Quem viaja tem sempre consigo uma boa estória pra contar. Compartilhe sua vida com o mundo.
O meu paraíso encantado cravado na esquina do fim do mundo pode lhe parecer apenas mais uma p#$%* de lugar, e vice-versa. De certo é que na imensidão desse vasto e desconhecido mundo o ponto somos nós e os nós atam a possibilidade de felicidade.

"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
Christopher Johnson McCandless

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Texto resultado de uma rotina em trânsito e de uma película : Na Natureza Selvagem.

2 comentários:

Otília Amaral disse...

"Quebrar as raízes nem sempre depende somente de vc... infelizmente nem sempre é tudo tão fácil."

Concordo com sua frase Vandinho, mas ao q nos é possível...

OBS: É Vandinho ainda temos aquela visita aos alpes marcada, só não tem data ainda rsrsrsrsrs...

Unknown disse...

Já dizia minha avó: PEDRA QUE ANDA NÃO CRIA LIMO, tendo em vista que, ao se por em movimento, a pedra seria lapidada pelo atrito com o caminho e se transformaria no percurso, provavelmente, em uma pedra menos bruta, quem sabe até numa jóia.
O mundo tem esse fascínio, promover mudanças através de suas inúmeras peculiaridades regionais.
Não q sejamos nômades, mas que, das oportunidades de deslocamento, possam surgir pessoas e situações que contribuam para a nossa felicidade.