27 de julho de 2010

A Saudade da Aula

Depois de algumas semanas em casa é possível perceber o quanto o costume de determinada rotina, por mais cansativa que esta pareça, é tão avassaladora a ponto de nos tornar dependentes. Tudo bem que não sinto a falta da obrigatoriedade de estar presente em sala de aula, contudo a ociosidade e os compromissos avessos ao comum ato de comunicação e cultura do discurso me deixam em estado de orfandade noturna.
Neste sábado vivemos um dos nossos últimos encontros em turma. A aula da saudade fez o papel que lhe cabia, iniciou uma sensação que deve se perpetuar sempre que for lembrada, o saudosismo daquilo que até ontem era um martírio. Porém, a mim, nunca foi difícil conviver com a difaculdade. na verdade aqueles sempre me foram momentos de escape do cotidiano as vezes tão sem graça. Uma amiga diz que isso ocorre pelo fato de talvez eu nunca ter levado o curso tão a sério, e tenho a ligeira impressão de que ela tenha razão.
Mas ainda que minha visão estivesse por momentos distantes da lousa ou do mestre, nunca me furtei do prazer de observar meus amigos de batalha. Tô sentindo falta da razão psicopata de Vandinho, das imitações sarcásticas de Tiago, da pregação carinhosa e tinhosa de Rol, do olhar menina de Tila, do sorriso fashion de Lan, da gargalhada sem noção de Mil, das armações de Bocoió, das putarias de Neto, do sono compulsivo de Teteu, das sugestões interessantes de Jana, dos discursos  de Enéas, das participações de Tina e Camila, dos questionamentos de SSan, das loucuras de JP e Nailú, das loucuras ainda maiores de Ana e até do silêncio de Carlinha.
Sabe, a distância deixa a noite menos bonita sem Paula, Lívia, Vanusa, Zaine, Néia, Carol muleca, Cati, Chelli, Jaque, Cléa, Jés, Nana, Déa e Dái. E menos engraçada sem Agatão e Robertinho, sem Rógerio, Sérgio, Márcio, Frank, Ossimar, menino Édco e o safado do Sertão. A noite perde o romantismo bruto de Jr & Lai. Até a lua perde o charme sem a presença de Andi do meu lado. Eu me sinto meio abandonado aqui.
A tevê ligada narra dramas que não são meus, conflitos do qual não faço parte. Queria enfrentar novamente antigos inimigos como o Mrs. Bean de estatística, o Predador de matemática, Tomme Lee Jones do "perfeito!", e o Mestre dos Magos que dispensa apresentações. Lutar contra o tédio me fez bem por mais de quatro anos. Agora o rémedio é relembrar.
Sinto falta da falta de estar, de conviver, de me calar e de me exaltar, de paquerar mulher casada e rir insosse das piadas censuradas. Aprendi muito mais com os meus parceiros do que poderia imaginar. Meu prato está cheio de pequenas citações de colegas geniais, afinal, curso de férias tem que ser realizado na praia, e Funk do bom é com MC Gregor. Parte do que me lembro deste último sábado esta comprometida pela presença intensa do álcool na minha corrente sanguínea, mas ainda assim eu lembro que na hora do rango as panelinhas foram esquecidas, os pratos se somavam sobre mesas coloridas. Éramos ali uma homogênea turma diversa. Éramos naquele momento o que sempre fomos: uma deliciosa confusão!!!
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6 comentários:

Hellen Portto disse...

Que descrição Rafa...todos citados cm precisão...
Quanto a mim bem lembrado...os meus questionamentos rsrsr era uma das minhas várias formas de viver esse sonho chamado faculdade e acredito que conseguir realizar esse sonho da maneira mais intensa possível...só senti falta de uma coisa (queria um apelido também :(...em meio a tantos que adquiri na facul rsrsr Helissan é muito sério rsr).

bjão saudade de d+++
já tinha direcionando um post a essa saudade...da nossa turma...

Unknown disse...

Que delícia de texto..não sabia se ria ou se chorava!
Mas o q me consola é a certeza de q amigos de verdade ficarão para sempre e que, independente da contribuição acadêmica ali adquirida, aprendemos com as diferenças a sermos mais humanos e certamente mais felizes.
Vc pode não ter levado o curso tão a sério, porém construiu amizades verdeiramente sólidas e permanetens.
Não podemos negar que essa etapa da vida teve sua relevância para a construção do nosso ser (sobretudo as pregações tinhosas, rsrs).
Que Deus continui nos abençoando, e q venha o GRANDE DIA!!!

Bjsssssssssssss

Tudo é providência disse...

Adorei...vc é sempre fantástico nos seus discursos...Parabéns você é um gênio, disfarçado de plebeu!!! As minhas gargalhadas em sala de aula eram tão somente por conta das suas indiscrições e comentários tantos que indiscretos...só de lembrar já estou sorrindo..Resta-me só saudades das reuniões em sala para discutir sobre os assuntos de Madame Niza e Edco falava sobre as ondas do mar e vc completava o discurso totalmente sem noção....Era irritante e fascinante e eu..haaa não tinha como ficar sem sorrir. A propósito, não me encontrei na foto postada porém sei que estou guardada no seu coração. Abraços, sucessos sempre.
Mirella

Otília Amaral disse...

Realmente texto bom de ler... Ainda mais quando nós somos os protagonistas da história!!! Ao relembrar as peculiaridades dos colegas sinto o gosto da saudade da rotina noturna de faculdade... Mas ao mesmo tempo fico feliz por relembrar que pessoas fantásticas cruzaram meu caminho nessa jornada... Ah Rafha já que vc citou todo mundo, tb gostaria de citá-lo: Tb vamos sentir saudades de seu sarcasmo infantil, de suas palestras envolventes, que vc costumava chamar de "enrrolation", do narrador de nossas aventuras e por aí vai...

Bjos!!!

Anônimo disse...

kra, comparto um pouco do seu drama em minhas férias prolongadas de verão. Imagino o dia em que olhe para traz e perceba que já não tenha ao meu lado toda latinicidade hispanica e brasileira em um mesmo espaço.
Infelizmente é uma fase que chegará cedo ou tarde!!!

João Paulo Fernades disse...

show rafa... e ki saudade, dessa galera.