20 de novembro de 2010

...rei de mim...

Não sei de onde vem, mas é pura magia.
Era mais de meio-dia, a tarde já se espalhava e o sol me ardia os olhos, o suor me enojava o corpo, eu já parecia mais um morto a esperar o ônibus. Ali começava o meu seguir, a rotina fora do trabalho, a vida livre das doutrinas. O transporte chegou, me levou e no meio do caminho quebrou. Sai ao sol e esperei um outro. O outro veio e eu fui, e cheguei aonde queria. Estava em casa e me parecia que tinha sido a melhor das minhas viagens. Teria eu viajado mais do que o comum, viajado na minha insólita imaginação de como podem ser maravilhosos os momentos descompromissados que me permito ter. Talvez o pragmatismo das coisas impeçam meus olhos de observar as minúcias agradáveis do cotidiano.
Hoje eu perdi alguns minutos a mais esperando pra chegar em casa, o carro quebrou, o sol me queimou, e a tarde me consumiu sozinho. Mas a água do chuveiro estava na temperatura exata e a musica mulata de Seu Jorge batia num ritmo que harmonizava o peito, e um sorriso fresco me preenchia o rosto. Eu devia estar sentido o oposto, mas era a alegria de mais um dia bom pra se viver.
...
*Ainda não sei de onde vem a calma daquele cara,
mas posso me coroar rei de mim.
*Citação a música "De onde vem a calma" do grupo Los Hermanos.

3 comentários:

Thaisinha... disse...

E o que dizer do trabalhador da roça?

-

Augusto Andrade disse...

E estranhamente relato meu caso com o nada sem nem ao menos saber de sua vislumbração do cotidiano.
Aproveito esses momentos e realmente os vivo...
...esse tipo de alegria nos deixa realmente dispostos a sermos felizes.

Magno Wert disse...

O onibus quebrado é distraçao comparado á rotina que é a mesma estrada...