9 de agosto de 2010

Lembrando dos meus...

Quando todo meu egocentrismo se desfaz depois que a lua me cai sobre os olhos, e eu passo a devanear aleatoriamente pensamentos instigantes, é que consigo perceber a imensidão territorial do planeta. A melhor forma do homem mensurar a magnitude das distâncias está na saudade, este catalisador de reações íntimas que o ser humano não consegue reprimir.
Agora me detenho a lembrar da ausência daqueles que já tive e também daqueles que penso ter. Os amigos se espalham pelo globo como um delicioso mosaico de sensações e recordações, alimentando nossa alma de lembranças alegres, ainda que passadas ou imaginárias.
Imagino o que pensa aquele estranho amigo de pensamentos concisos que agora me lê sentado em sua cadeira giratória enquanto resolve problemas burocráticos em uma universidade na cidade vizinha. Ou o que imagina minha sonhadora amiga que na capital do país exerce função também burocrática, escutando talvez um rock local ou passeando pelas avenidas sem fim. Enquanto ao mesmo tempo tento imaginar o que ocupa meus amigos, agora, soteropolitanos em suas rotinas de curso, faculdade e recrutamento. A praia ali do lado e eles cheios de afazeres. No balcão do comercio outra figura também importante se permite sonhar sem compromisso, será isso ou  o patrão vendo seu ócio determinou uma limpeza nos materiais. Lá na Europa, do outro lado do atlântico, a menina que não conheço, segue sua vida sem roteiro, com seus costumes, suas palavras. Cá numa cidade sem saída, minha amiga se permite umas férias de descanso. Segue o balanço da brisa e sem pressa espera o tempo passar. Ainda há  aqueles que dividem comigo o endereço e não conheço seus descaminhos de agora. Devaneando me passa a hora e percebo que sou tão pequeno no mundo que me assusto com o que o tempo me possa tomar.
O planeta gira em torno de si e em volta do sol. Meu relógio segue sem que eu determine. É difícil imaginar o quão desconhecido pode ser a vida. Histórias que em algum momento se cruzaram, e que agora seguem distantes suas venturas. Daí a alegria de sermos enquanto estamos. Sermos intensos e reais. Sermos amigos. É nessa capacidade de ser que nos perpetuamos apesar das distâncias. Tenho alguns amigos que se foram deste plano e continuam me estar.
Hoje a saudade me bateu à porta e sentou calada. Eu precisava falar.

2 comentários:

la convidada d'honor disse...

A menina que nao conheces, do outro lado de Atlântico, que segue sua vida sem roteiro...sou eu?
Acho que sim...
Muito obrigda pelas tuas lembranças!!
Beijo!

Alexsandra disse...

"...Ou o que imagina minha sonhadora amiga que na capital do país exerce função também burocrática, escutando talvez um rock local ou passeando pelas avenidas sem fim..."
Bem... não sei se estou certa, mas me vi neste trecho do texto. E, mesmo que eu esteja errada, sei que fiz parte de um fiapo de tempo de sua existência que me deixou saudades.
Saudações AMIGO!
Bjs.