18 de janeiro de 2011

Noctiluca

As marés são proezas naturais as quais não temos controle. O mar é ser supremo em nosso mundo de ideias vagas, tolas e incertas a respeito do que deve ser a vida, de como devem ser as coisas ao nosso redor. Ondas rebentam em minhas costas e o que já foi alegria é hoje dor. A partida do que me é em parte é uma subtração na carne viva de um homem meio menino, meio criança. Aos poucos o litoral que se aproxima é o mesmo que distancia.
Aqui em meu pedaço de continente a semente de um sorriso brilha em meu escuro particular. A lembrança vaga de uma alegria infantil sem sentido, insensata, nata de quem vem ao mundo trazer felicidade, me arrebata. No auge de minha maturidade estou pronto pra afirmar que não estava pronto, não deveria ser assim. Hoje é um brilho presente, distante, e doloroso que meu peito carrega no lembrar que você me é e sempre será.
- Não há no mundo quem eu ame mais.

"A noite tinha acabado
e as feridas estavam abertas
E eu que estava indo para ser seu pai
buscava sem me encontrar
em uma praia deserta"


Noctiluca - Jorge Drexler

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