23 de janeiro de 2009

Crônicas de eLe - V

“EM CASA”
eLe, só, na sala vê tudo que nos parece comum. As paredes cor de rosa, o sofá cinza escuro, o centro ao lado e tudo que mais é futilidade, já que lá fora o dia é quente e o barulho imenso. Sei que eLe pensa em fugir, mas a hora e o lugar não permitem. Então vejo o seu suspiro e cruzar de pernas, ansioso, louco pelo encontro, para quem sabe enfim um passeio pelas ruas.
Hoje é o primeiro dia de sua nova estadia, eu não estava em casa, não pude recebê-lo e a empregada o deixou um pouco encabulado. Sinto um ar de saudade no seu franzir de testa e no olhar que agora vagueia perdido. Chego e percebo certo alivio, eLe sorri e me abraça forte como se fossemos irmãos, mas... Somos por opção.
Agora sei que eLe esta mais leve sem a pressão da espera, sem a presença constante da saudade, afinal estamos muito ocupados contando as novidades e sorrindo dos casos antigos. eLe parece que começa a se sentir a vontade, mas isso é normal, afinal, hoje é só o primeiro dia.

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