12 de outubro de 2008

É tempo.

O relógio da parede já cansado do seu tic-tac, sussurra ao léu palavras de uma vida atordoada. Mas de nada adianta o relógio parar, já que o tempo não espera, já que a hora se desenrola no contar dos homens. Meu cantar desafinado vai em ondas pelos ares desse sonho aos ouvintes mais presentes, espalhando meus pensares por espaços tão solenes que me sinto agraciado pelos deuses misturados.
Ah, o tempo! Quando a gente sente que nada foi em vão, que cada segundo dessa vida foram bem aproveitados, é engrandecedor. Mesmo as coisas não felizes tiveram sua parcela de importância na construção do ser que somos. Hoje é o resultado do antes que está sendo exibido. Amanhã este mesmo hoje será dado analisado na construção de um futuro desejado. Eu quero crescer rápido às vezes, mas não posso perder o meu momento.
Oh, o tempo! Quando aquilo que amamos é lembrança, quando um sonho perde a graça e a esperança, é o saudosismo que nos toca. Ele passa tão depressa que é triste observá-lo. Vejo a cena da paisagem anoitecendo pela janela, e não posso fazer nada. O sol que deita e a lua que se mostra num incontrolável teatro de exibição não está ao nosso alcance. Vejo o homem que dorme, acordar bem diferente, é a dança das horas refletindo na gente o sabor inesperado das mudanças.
Agora já não somos os mesmos. Esta página já não tem os mesmo objetivos que tinha na hora que nasceu à 365 dias atrás. Este homem que escreve se transformou, juntamente com o leitor que o acompanha. Ao terminar a leitura deste texto, o mesmo também se transformará. Mas não se preocupe, não é magia. Melhor se fosse, assim teríamos a possibilidade de criar um antídoto contra o tempo. O que acontece é a natural passagem de idéias pelas linhas temporais. A minha fala e a sua leitura fazem parte de um rio corrente. Nunca mais seremos os mesmo. Mas estaremos sempre aqui.
...e não se esqueçam de contar conosco.
Fr. Dhael e seu Binóculo Míope.

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