7 de novembro de 2009

Crônicas de eLe - XXI

O ESCRITÓRIO E AS REVELAÇÕES
São 09:50 AM. eLe chega ao trabalho, se encaminha pra a diretoria. Sobe as escadas, pensativo, mas a esse ponto já desistiu de descobrir o que viria a acontecer. Espera os cinco minutos restantes de pé em frente à sala de Seu Arnaldo. A secretaria já havia sido avisada, e pontualmente pede a eLe que se encaminhe ao escritório.
Após bater a porta e ouvir uma permissão, eLe adentra o recinto sem entender os motivos que o levavam até aquela situação. O chefe pede para que ele se sente, e não perde tempo com muitos rodeios.

- Meu caro, o que lhe traz aqui é uma oportunidade sua e uma necessidade da empresa. – até aqui parece que tudo vai bem – Então, analisando alguns dados seus, percebi certo potencial. Devo lhe dizer que você já faz por merecer uma promoção, contudo não há essa vaga aqui na sede, mas em uma das filiais já há algum tempo procuramos alguém para ocupar este cargo.
Estou lhe oferecendo uma chance de crescer. Então o que você me diz?
- Qual a distância da filial?
- A loja fica no extremo oeste do estado, cerca de 650 Km.
- Seu Arnaldo, agradeço todos os elogios e a oferta, mas minha vida está começando a se organizar aqui. Não tenho hoje a intenção de sair da cidade. Então se o senhor não se importar prefiro continuar ocupando o meu cargo aqui mesmo.

Parecia que a decisão de eLe tinha a convicção de quem sabe o quer. Ali, eLe sentia que não podia descartar a idéia de que Eugenia poderia ser perdida. Entre o sucesso e o amor, a disputa não foi tão intensa. O coração falou mais alto.

- Infelizmente meu jovem, esse é um problema que tenho também que lhe informar, caso não aceite, não poderei continuar oferecendo o seu cargo aqui. Devido a algumas decisões de corte, alguns funcionários serão demitidos.

Agora assustado, eLe não consegue entender o que está acontecendo. Há cinco minutos estava sendo promovido pelo seu excelente trabalho, e agora esta sendo demitido para contenção de gastos. Alguma coisa não se encaixava nessa história.

- Mas seu Arnaldo, todos os meus colegas de função também serão demitidos?
- Não se preocupe com os outros. – agora o chefe já não imprime um semblante tão amigável – O problema aqui é seu. É pegar ou largar!
- Eu já disse ao senhor, não posso sair agora da cidade.
- Então infelizmente você está demitido. Na saída converse com a secretaria que ela lhe indicará com quem deve conversar para ter seus direitos. Boa sorte!

Aquele garoto nunca viveu uma situação como essa. Nada fazia sentido pra sua compreensão. eLe ficou tão confuso que se levantou e não falou mais nada ao chefe. Encaminhou-se até a saída, e ao abrir a porta encontra Eugênia conversando com a secretária.

- Eugenia!? O que você faz aqui?
- Eu... Vim ver meu pai.

Até aquele momento não sabia que a sua paixão personificada em menina era também filha de seu chefe. Agora milhares de pensamentos passavam por sua cabeça se encaixando na busca de uma explicação para o que acabará de acontecer ali dentro no escritório.

- E você meu amor, o que veio fazer aqui?

eLe olhando para dentro do escritório ainda com a porta aberta, vê o rosto sério e não mais amigável de seu patrão.

-Vim ser demitido.

Um comentário:

Thaisinha... disse...

O amor e a dor. Vive-se sem emprego e com amor? Vive-se com emprego e sem amor?
enfim... a armação do chefe.
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Veja no próximo capítulo qual a reação de Eugênia.