24 de novembro de 2008

Menina do rio

Me encaminha um olhar distante que me desorienta em tuas tão fantásticas contradições. Paradoxalmente você se faz presente em minha rotina ordinária como um brilho intenso de sabedoria e ingenuidade. É um fenômeno natural sem controle e domesticável. É como se você fosse agora toda a beleza que emerge do rio de pedras preciosas dos rincões de nosso estado de alegria. Sinto o teu sonhar em minha fantasia, e cresço como um errante apaixonado.
Se teu superego é destaque pela impressionante racionalidade, coisa masculina que impregnada em tua imagem te fortalece em nosso mundo, o teu id tira qualquer chance de que você seja completa, ou ao menos normal. Quanto a emoção que me refiro, você não tem noção de tais ações que podes cometer, o que é preocupante e ao mesmo tempo adorável. Te imaginar sem as rédeas de teu mundo nas mãos é criar a imagem de uma mulher perdida em braços que a guie por outros rumos, onde as doutrinas e conceitos seriam abandonados e a certeza existente seria única, estaríamos dispostos a viver o intenso, ainda que breve.
Tua visão de lince deixaria o concreto de lado, e ao meu lado passearia pelas graciosidades abstratas da vida, onde o verso que nada quer dizer traria ao teu coração o sentimento do divino.
Você que me faz de menino seria também a minha criança. E na dança dessa nossa ilusão estaríamos entregues ao profano desejo de um amor infantil.
Agora, debaixo da noite chuvosa no forno urbano dessa cidade, me proporciono a sensação de que te quero Perséfone, mas só te vejo Héstia. Então que seja está a nossa sina: no coração de uma menina adormecida mora a fagulha dessa nossa paixão.
...
"...nos teus olhos fundos é uma menina tão bonita de se ver."

4 comentários:

Unknown disse...

Grande!
Que maravilhoso és tu, quando poeticamente desabafa o coração e grita na esperança de ser ouvido.
Asseguru-te que tua mensagem foi recebida e entendida. Guardo no coração o doce momento do acontecer, do viver e dizer o quão tu és belo.

Unknown disse...

Grande!
Que maravilhoso és tu, quando poeticamente desabafa o coração e grita na esperança de ser ouvido.
Asseguru-te que tua mensagem foi recebida e entendida. Guardo no coração o doce momento do acontecer, do viver e dizer o quão tu és belo.

Unknown disse...

Como Apolo, com suas multifaces, dotado de ordem e harmonia, assim é o pensador, que em seu oráculo cerebral faz da sua imaginação seu Delfos.
A nós leitores cabe a interpretação, numa Odisseia instigante.

"E ao som de lira nos fazemos personagens do Olimpo."

Augusto Andrade disse...

Nossa! Já estava acostumado com post diários!!! rsrs


Abraços.