21 de novembro de 2008

Reconto de fragmentos

Era tarde e tua voz me entristecia. Do outro lado do tempo me dizia palavras de desilusão. Não era para ser tão tarde, não era para ser agora, mas foi um certo equívoco que nos aprisiona na certeza desse amor.
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Ali já me via você de forma intensa entre teus braços de prisão. Não é o que quero lembrar, nem o que quero viver. Me desvio de teus laços e de teus encantos para não me sentir amarrado ao teu mundo. Mas sei que a culpa é de meu receio de estar no meio de uma nova relação. Assim termino a noite num sono incomodado.
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Antes te tive em meus braços, ainda que sem querer. Éramos nós naquela multidão e eu te protegia de ninguém. Sei que me sentia quente em tuas costas, e que tua mão pensava em me tocar, mas foi tudo tão de repente que a gente nem teve tempo de imaginar o que fazer. Fui segundos em teu calor até o rumo do meu mundo. Você se foi depois e não sei o que pensou.
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Encontro desavisado do destino em nossas rotas. Te vi belíssima como somente você é. Falei tão rápido e tão pouco, que meu instinto me avisou que perdi um bom tempo de te admirar. Você sorriu singela e a janela do céu me clareou. Era você minha boneca de porcelana, e eu não toquei.
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Deitei calado e ao lado de minha tartaruga dormi um sono inconstante.

4 comentários:

Otília Amaral disse...

A impressão que nós leitores temos, é que você se inquieta facilmente, muitas vezes sem grandes motivos. Lembre-se: nem tudo é o que aparenta ser!

Fr. Dhael disse...

o que me agrada mais em meus caros leitores são essas impressões particulares sobre o que escrevo que os faz pensar sobre meus possíveis pensamentos.
muito obrigado por esta interpretação que é sua e a faz especial para mim.
bjos
rsrsrsrs

Unknown disse...

é bom vê como vc cresce cada vez q escreve...

Unknown disse...

Mais uma colcha de retalhos...
Típico de uma pensador errante.

O bom é que "ainda há calor num abraço descuidado..."

Fiq com Deus